Grande comício do KKE no dia 15 de maio de 2010
O comício que o Partido Comunista da Grécia realizou na Praça Pedion Areos, no sábado 15 de maio, lembrava um rio de pessoas, vermelho e emocionante. O ambiente, o ar que se respirava no comício e os sons que se faziam ouvir, expressos nas palavras de ordem, refletiam a determinação de todo o povo para resistir, para combater, para defender seus direitos e pavimentar um novo caminho pela luta de classes. Desde seus primeiros momentos, o ato público do Partido, de caráter nacional, caracterizou-se como uma manifestação massiva, como nunca se viu em Atenas nos últimos anos.
O impacto visual do comício, as mensagens de dezenas de milhares de comunistas, de simpatizantes, de amigos do Partido e da Juventude Comunista da Grécia (sigla KNE), de pessoas que colaboram com o Partido, das organizações de massa do movimento popular, dos intelectuais e artistas, que vieram de todos os cantos do país, terá um efeito multiplicador nos próximos dias.
Nossa manifestação terá conseqüências especiais sobre os momentos de responsabilidade que estão por vir, para as lutas diárias dos trabalhadores e do povo pela melhoria de sua organização, para o trabalho sem esmorecimento do Partido Comunista da Grécia e da sua Juventude em prol da formação de uma frente que se torne um outro caminho para o desenvolvimento, o do poder e da economia populares, o socialismo.
As longas distâncias percorridas e o natural cansaço não impediram as pessoas de participarem do comício. Os blocos de pessoas em direção ao comício eram tão grandes que levaram mais de uma hora para chegarem ao local do ato. “Os comunistas não assinam declaração de arrependimento para o imperialismo”, “vem com a gente porque há uma solução”, “o vitorioso deve ser o povo e não os monopólios”, “organização, unidade, poder popular” foram os principais slogans do ato publico.
O comício massivo e a marcha do KKE foram transmitidos pela estação de radio e TV “902”. A mídia burguesa grega (exceção feita ao canal de TV estatal) procurou desvirtuar a grandiosidade dos atos do KKE. A estação de radio “SKAI” referiu no noticiário a manifestação de 30 pessoas na Tessalonica, mas não disse uma só palavra sobre as 100.000 pessoas que protestavam no comício do KKE, demonstrando o caráter da “informação” burguesa.
Por outro lado, a “Associated Press” faltou com verdade falando de uma manifestação de 6.000 pessoas.
É óbvio que a participação das massas nos atos do KKE perturbou profundamente a burguesia, os monopólios e seus agentes. Ao contrário da imprensa grega, muitas mídias internacionais, como a “euronews” e a “vesti” transmitiram imagens e notícias corretas do comício do KKE
(http://ru.euronews.net/nocomment/2010/05/16/demonstration-of-greek-communists/, http://www.vesti.ru/videos?vid=272706&p=2&sort=1&cid=1).
Aqui você pode assistir a vídeos da manifestação do KKE:
http://www.youtube.com/watch?v=zSjwwf91rEg
A Secretária Geral do Comitê Central do KKE, camarada Aleka Papariga, afirmou da tribuna:
Crédito: KKE |
“O governo está mentindo descaradamente quando afirma que as medidas durarão no máximo três ou quatro anos. Este sistema, que está completamente podre, não é eterno. Os sacrifícios do povo trarão benefícios somente para os capitalistas, para os monopólios. E mesmo se acreditassemos que a economia grega sairá, em breve, recuperada do ciclo de crise , tudo seria igualmente pior para o povo.”
A liderança do PASOK quer nos empurrar para o passado. Ao estabelecer, para o KKE, a enganosa e intimidativa questão – “ou voces respeitam e obedecem a constituição, ou não” – está a preparar-se para desempenhar papéis novos de “lealdade nacional”. Com isso, visa penalizar a ideologia comunista, mesmo a mera declaração e defesa do socialismo-comunismo. Mas, desta vez eles têm contra si um fator importante: a possibilidade de um contra-ataque popular. Mas, que são esses que falam de respeito à constituição?
Nós declaramos, claramente e mais uma vez, a nossa firme orientação manifestada desde 1918 (nota do tradutor: ano da fundação do KKE): lutar, a qualquer custo, não só nas questões que se apresentam diariamente para o povo, como também convencê-lo que o seu futuro é o socialismo, o comunismo.
A constituição é o produto do equilíbrio das forcas sociais e políticas em cada período histórico. Quando esse equilíbrio tende a ser reacionário, então a constituição muda para pior. Quando esse equilíbrio tende a ser favorável ao povo, então ela melhora, se aperfeiçoa, e se torna menos desrespeitosa. E quando o povo vence, ele próprio elabora a sua constituição.
Nunca houve, antes, na história, nem haverá, no futuro, um governo burguês que não tenha violado artigos específicos e fundamentais de sua própria constituição. A soberania popular é incompatível com o capitalismo.
Quando a burguesia defende a constituição, ela defende o “direito” dos capitalistas para explorar a riqueza produzida pela classe trabalhadora, para possuir o bem mais importante, a saber, a força do trabalho, a capacidade humana de trabalhar, de produzir. A burguesia defende uma só lei que considera suprema: a lei da mais-valia.
O caminho a seguir se identifica com uma nova opção política que deve ser preparada particularmente por uma aliança, formada de baixo para cima, dos movimentos sociais e politicos. As correntes de resistência já existem; elas devem confluir na formação de um grande rio caudaloso.
Nos dias de hoje, não basta que o povo estabeleça uma lista de exigências, de apelos e pedidos. As demandas, os objetivos da luta, as propostas concretas devem demonstrar a possibilidade de resolver os problemas do povo. No entanto, elas só podem adquirir dinamicidade e eficácia se fizerem parte de uma estratégia, da luta para superar os monopólios, da luta para estabelecer uma economia e um poder populares o que ocorrerá se elas estiverem aliadas ao KKE e à luta conjunta, o que não significa necessariamente uma concordância com a percepção do KKE sobre o socialismo, sobre o comunismo.
Atualmente, existem condições objetivas que pemitem uma organização diferente da sociedade, caracterizadas pela decisão do povo para transformar a propriedade privada dos monopólios em propriedade social.
Nova greve da PAME na quinta-feira, 20 de maio.
Os comunistas vão se encontrar com seus amigos, mais uma vez, na nova greve da PAME no dia 20 de maio. Até então, vamos dar o melhor de nós para o sucesso da greve.
Significativa participação internacional
Ângelo Alves, membro do Bureau Político do Partido Comunista Português, Erhan Nalchagi membro do Bureau Político do Partido Comunista Turco, Astor Garcia membro do Comitê Executivo do Partido Comunista dos Povos da Espanha e David Para representante do Conselho Nacional do Partido dos Trabalhadores da Bélgica, numa verdaderia tempestade de aplausos e palavras de ordem, expressaram sua solidariedade com o comício nacional do KKE, como também com suas lutas e com o movimento sindical de orientação classista da Grécia.
Generosa solidariedade internacionalista
55 Partidos Comunistas e Operários de todo o mundo expressaram sua solidariedade e enviaram mensagens de apoio à luta do KKE e da classe trabalhadora na Grécia (abaixo pode-se ver a lista desses partidos).
Acrescente-se, ainda, a mensagem de apoio e solidariedade com o KKE que foi enviada pelos 42 partidos que participaram do Seminário Comunista Internacional do Partido dos Trabalhadores da Bélgica, realizado neste fim de semana, em Bruxelas.
Ademais disso tudo, o Partido Trabalhista (EMEP) da Turquia coletou 180 assinaturas de sindicalistas numa mensagem de apoio e solidariedade com a luta do KKE da classe trabalhadora grega.
- Partido Pela Democracia e o Socialismo, da Algéria
- Partido Comunista da Austrália
- Partido Comunista da Styria /Áustria
- Partido Comunista do Azerbaijão
- Partido Comunista de Bangladesh
- Partido Comunista da Bélgica
- Partido dos Trabalhadores da Bélgica
- Partido Comunista Brasileiro
- Partido Comunista do Brasil
- Partido Comunista da Grã-Bretanha
- Novo Partido Comunista da Grã-Bretanha
- Partido Comunista da Bulgária
- Partido dos Comunistas Búlgaros
- Partido Comunista do Canadá
- Partido Comunista do Chile
- Partido Socialista dos Trabalhadores da Croácia
- Partido Comunista na Dinamarca
- Partido Comunista da Dinamarca
- Partido Comunista da Finlândia
- Partido Comunista Francês
- Pólo da Renascença Comunista na França
- União dos Revolucionários Comunistas da França
- Partido Comunista da Macedônia
- Partido Comunista Unificado da Geórgia
- Partido Comunista dos Trabalhadores Húngaros
- Partido Comunista da Índia
- Partido Comunista da India (Marxista)
- Partido Tudeh do Irã
- Partido Comunista da Irlanda
- Partido dos Trabalhadores da Irlanda
- Partido Comunista de Israel
- Partido dos Comunistas Italianos
- Partido Comunista Jordaniano
- Partido Socialista da Latvia
- Partido Comunista Libanês
- Partido Comunista de Luxemburgo
- Partido Comunista de Malta
- Partido dos Comunistas Mexicanos
- Partido Popular Socialista do México
- Novo Partido Comunista da Holanda
- Partido do Povo Palestino
- Partido Comunista Peruano
- Partido Comunista das Filipinas – PKP 1930
- Partido Comunista Português
- Partido Comunista da Federação Russa
- Partido Comunista dos Trabalhadores da Rússia – Partido Revolucionário dos Comunistas
- Novo partido comunista da Iugoslávia
- Partido Comunista da Eslovênia
- Partido Comunista dos Povos da Espanha
- Partido Comunista da Espanha
- Partido Comunista da Suécia
- Partido Comunista Sírio
- Partido Comunista Sírio
- Partido Trabalhista (EMEP), Turquia
- Partido Comunista da Turquia
Traduzido da versão em inglês.
Fonte: http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-05-15-kkerally
Tradutor: Humberto Carvalho, militante do Partido Comunista Brasileiro – PCB e membro de seu Comitê Central.