Catatumbo, Greve Nacional Agrária e Solidária

Novamente os camponeses de Catatumbo evidenciam, com sua resistência, o governo genocida de Juan Manuel Santos.

OCAÑA / 12-07-2013 / Em 12 de julho é possível observar a existência novos elementos no processo de mobilização dos camponeses do Catatumbo, que protagonizam uma vibrante ação coletiva como movimento social organizado e consciente na busca de seus direitos sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais.

Vejamos cada um deles.

Primeiro. Várias organizações camponesas se reúnem em Bogotá para planejar uma greve nacional agrária em solidariedade com as demandas do Catatumbo, principalmente da Zona de Reserva Camponesa. Delegados agrários do Guaviare, Mesetas, Meta, Cauca, Nariño, Caquetá, Quindío, Putumayo, Sucre, Antioquia e Sumapaz, realizam varias reuniões e coletivas de imprensa para anunciar a realização de uma greve geral em apoio à heroica e combativa resistência dos lavradores do Norte de Santander. O esquema inclui mobilizações de camponeses em tais regiões, com o intuito de exigir do governo do senhor Santos a solução da grave crise, que já completa mais de um mês, com saldo de várias pessoas assassinadas por franco-atiradores da polícia.

Segundo. Depois que o governo suspendeu, por capricho, os diálogos em Tibú e que Santos os negou à Zona de Reserva Camponesa, os dirigentes agrários solicitaram uma audiência com o Vice-Presidente da República, Doutor Angelino Garzón, para dialogar sobre a problemática que os afeta. O alto dignitário estatal disse que as petições dos populares são justas e é necessário que os burocratas de Bogotá desçam de seu pedestal e se unam ao povo de Catatumbo. Santos tentou impedir o encontro, chamando Garzón para uma reunião privada no escritório da Casa de Nariño.

Terceiro. Os camponeses reativaram suas ações e ocorreram choques com a força pública em La Uno, um sítio contíguo à municipalidade de Tibú. Novamente a polícia se voltou contra os lavradores, deixando feridos com gravidade mulheres e crianças.

Quarto. Os líderes da greve anunciaram a mobilização de mais de 25 mil camponeses que chegaram aos sítios de concentração, onde ocorrem os bloqueios, para denunciar o bloqueio presidencial à Zona de Reserva Camponesa, com argumentos autoritários e politiqueiros.

Quinto. O Escritório do Alto Comissionado para os direitos humanos das Nações Unidas fez público um informe sobre o Catatumbo, onde se adverte sobre o uso arbitrário da força contra os camponeses desarmados e seus familiares, que sofrem abusos, ultrajes e assassinatos por parte do ESMAD da polícia. O dito informe é desqualificado com discursos destemperados e difamatórios feitos pelo Ministro da Defesa Pinzón, que orquestrou um linchamento midiático contra Cesar Jerez, um dos líderes mais combativos da greve agrária. Para isso, utilizam velhos arquivos policiais, de quase 10 anos, para manchar a imagem e a integridade de Jerez.

Sexto. O Bispo Leonardo Gómez Serna, destacado chefe da igreja católica, disse numa declaração que os camponeses do Catatumbo já não aguentam mais a situação em que vivem e, por isso, estão reclamando com energia seus direitos. Expressa seu apoio à ZRC por considerá-la uma ferramenta adequada de justiça e equidade social. Ele se perfila à igreja dos pobres, da qual está falando o novo papa Francisco.

É evidente que esta extraordinária mobilização popular no nordeste colombiano está traçando um caminho de luta e ação pela paz, pela democracia e pela justiça social.

Vídeo: A Marcha Patriótica, representada por Piedad Córdoba, em coletiva de imprensa, onde dá respaldo aos camponeses em Catatumbo:

http://youtu.be/4FgY1T3LbVk

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/index.php?option=com_content&task=view&id=3672&Itemid=1&lang=es

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)