DE FEDERICO FRANCO A HORACIO CARTES: UMA TRANSIÇÃO FRAUDULENTA E MAFIOSA

O 15 de agosto de 2013 será uma data nefasta para nosso heroico povo, pois assume o poder do Estado um representante da máfia econômica e política, cujos antecedentes e históricos foram escritos e rubricados por reconhecidos dirigentes dos Partidos Colorado e Liberal Radical Autêntico, que agora estão unidos no pacto azul-grana.

Lilian Samaniego e outros altos membros da Associação Nacional Republicana qualificaram Cartes de narcotraficante quando este era candidato a Presidente da República. Samaniego disse então que Cartes devia esclarecer isto.

Javier Zacarías Irún, durante a corrida presidencial expressou: “Horacio Cartes só quer chegar ao poder para roubar e beneficiar suas empresas com capitais obscuros”.

“Cartes está ligado às drogas”, afirmou Miguel Abdón Saguier, senador, hoje Presidente do Partido Liberal Radical Autêntico.

Até “ABC” publicou um editorial sob o título “O lado escuro de Horacio Cartes” (14 de janeiro de 2011) sobre suas atividades criminosas, como o tráfico de drogas e contrabando de cigarros para o Brasil. Menciona entre outras provas suas relações com o líder mafioso Fadh Jamil:

“Em novembro de 2002, o periódico “La Nación” publicou uma serie de notas sobre Horacio Cartes. Entre outras coisas, o jornal expôs fotocópias de documentos segundo os quais o hoje aspirante a Presidente manteve negócios com Fadh Jamil e familiares, sendo estes considerados em várias publicações como os verdadeiros líderes mafiosos da fronteira…”.

Existem muito mais coisas, porém isto já é o suficiente para desqualificá-lo e repudiá-lo.

Um de seus crimes imperdoáveis é ter suas mãos sujas metidas no golpe de Estado parlamentar contra o processo de transformações democráticas que derrotou o Presidente Constitucional Fernando Lugo, cujo detonante foi o massacre de camponeses e a morte de policiais em Marinakue, Curuguaty, perpetrado por esquadrões da morte que levam o indelével selo “made in USA”.

Entre os que integram “a seleção nacional”, como desportiva e grotescamente chamam os futuros ministros de Cartes, aparecem “homens escombro” como Loizaga Caballero, de antiga linhagem stronista-terrorista, como candidato a Ministro de Relações Exteriores. Avizinha-se, pois, maior submissão ao imperialismo norte-americano e maior hostilidade aos povos e governos como os da Bolívia, Venezuela, Equador, Cuba e, também, Uruguai, Brasil e Argentina.

Como seu principal assessor e ideólogo estrangeiro figura Javier Cuadra, ex-ministro do General Augusto Pinochet, sanguinário assassino do povo chileno.

O que Cartes propõe em seu programa de governo é: servir às transnacionais de produção de soja que usurpam as terras em nosso país, que expulsam os camponeses trabalhadores e envenenam a natureza causando enfermidades e morte. Anunciou o regime de trabalho forçado nas maquilas, o que precariza o trabalho, suprimindo todas as conquistas trabalhistas (jornada de 8 horas, descanso dominical, assistência social, sindicalização, etc.).

E privatizar e desnacionalizar tudo: aeroportos, estradas, empresas públicas como a ANDE. Governar o Paraguai como uma empresa privada mafiosa, segundo sua trajetória e o histórico conhecido.

Esses são os planos dos ladrões e usurpadores.

Porém, já começam a aflorar as insuperáveis contradições entre a política e a orientação estrangeirizante e oligárquico-mafiosa de Horacio Cartes que chocam com os interesses e direitos da maioria de nosso povo trabalhador, e que inclui a massa dos Partidos Colorado e Liberal Radical Autêntico.

Nem a menor ilusão e esperança de melhoria no governo de Cartes!

Esta mesma advertência fizemos a respeito do governo-tirania de Alfredo Stroessner que usurpou o poder de 4 de maio de 1954!

O povo fortalecerá sua unidade e suas mobilizações pela soberania nacional e pela democracia com justiça social!

Exigimos o cessar da criminalização das lutas sociais e políticas!

Liberdade aos presos políticos e esclarecimento do que passou em Curuguaty!

Comissão Política

Partido Comunista Paraguaio

Assunção, agosto de 2013

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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