Manuel Marulanda: guerreiro da paz

Boletim de Imprensa N° 9

Havana, Cuba sede dos diálogos de paz, 26 de março de 2014

Pelo escritório de Imprensa da

Em homenagem a Marulanda, o Movimento Continental Bolivariano declarou a data de 26 de março como o dia do direito universal dos povos à rebelião armada

“Considerei e considero que Marulanda foi um dos mais destacados Guerrilheiros colombianos e latino-americanos. Quando muitos nomes de políticos medíocres forem esquecidos, o de Marulanda será reconhecido como um dos mais dignos e firmes lutadores pelo bem-estar dos camponeses, dos trabalhadores e dos pobres da América Latina”.

Com esta frase do comandante Fidel Castro, inicia a intervenção do comandante das FARC-EP, Pablo Catatumbo, dedicada à comemoração do 6° aniversario da norte do líder guerrilheiro Manuel Marulanda Vélez.

O pronunciamento da Delegação de Paz das FARC-EP, destaca os 60 anos de vida guerrilheira do comandante Marulanda, de luta contra o regime colombiano, tempo durante o qual muitas vezes trabalhou por uma saída política ao conflito do país.

“Manuel Marulanda Vélez deixou na sua caminhada pela noite da Colômbia a esteira fulgurante da resistência à opressão. Talvez seu sonho encontre repouso quando seja assegurado ao povo o louro da vitória”, disse um dos parágrafos do pronunciamento. Marulanda se levantou em armas desde o assassinato do caudilho liberal Jorge Eliécer Gaitán, em abril de 1948, convertendo-se num símbolo da resistência.

A declaração das FARC recria na memória a frase de Marulanda “nem todas as vezes ocorrem levantes armados pela morte de um comandante; praticamente é caso único. De qualquer maneira a faísca começou em Marquetalia e o início da revolução em si”, referindo-se à morte de Charro Negro, outro líder guerrilheiro, sua alma gêmea, e à agressão contra Marquetalia, como detonadores do atual conflito armado.

É atribuído a Marulanda o mérito de ter sido um “consequente guerreiro da paz”, um convencido da solução política para o conflito tendo como base a mudança das injustas estruturas políticas, econômicas e sociais, razão pela qual conduziu pessoalmente todas as negociações com os governos dirigidas a esse propósito de humanidade. A primeira tentativa ocorreu por intermédio de “Charro Negro”, em 1958; outra tentativa foi a de 1984, a cargo do comandante Jacobo Arenas, que terminou com promessas descumpridas pelo governo de Belisario Betancur e o genocídio da União Patriótica, movimento político que surgiu dos acordos de Uribe.

Argumenta-se que, posteriormente, com seus companheiros da Coordenação Guerrilheira Simón Bolívar, Marulanda obteve uma nova oportunidade com as conversações de Caraca e Tlaxcala, que também se frustraram, “porque o governo apenas buscava pretextos para intensificar sua guerra integral e impor, a sangue e fogo, a abertura econômica neoliberal”, segundo denunciou no momento o comandante Alfonso Cano.

Novamente, Marulanda tentou conversações de paz com o governo de Andrés Pastrana, em San Vicente del Caguán, onde também realizou reuniões com o corpo diplomático do país, diferentes setores e personalidades da Colômbia, com o chefe da bolsa de valores de Nova York, com a rainha Noor da Jordânia e com o presidente Pastrana, que, finalmente, decidiu encerrar as negociações e dar prosseguimento ao Plano Colômbia, de coordenação conjunta com autoridades dos Estados Unidos. Estes diálogos foram convertidos por Pastrana numa oportunidade de preparar uma nova etapa da guerra na Colômbia.

Já sem Marulanda, que foi surpreendido por um ataque cardíaco em 26 de março de 2008, iniciaram-se as negociações pela paz em Havana-Cuba, onde se avançou na construção de acordos parciais, destacando que o alcance da paz com justiça social será a maior homenagem a Manuel Marulanda Vélez.

O desaparecimento físico de Manuel Marulanda Vélez levou o Movimento Continental Bolivariano a instituir o 26 de Março, como o “dia do direito universal dos povos à rebelião armada”.

Fonte: http://www.pazfarc-ep.org/index.php/noticias-comunicados-documentos-farc-ep/delegacion-de-paz-farc-ep/boletin-prensa/1816-boletin-de-prensa-no-19-manuel-marulanda-el-guerrero-de-la-paz.html

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)