A verdade sobre a história do conflito é uma necessidade para a paz

Delegación de paz FARC-EP

26 de abril de 2014

As FARC-EP reivindicam os direitos das vítimas do conflito

Neste sábado, as FARC-EP voltaram a insistir em sua proposta de buscar o esclarecimento da verdade da história do conflito colombiano, iniciativa que não foi acolhida pelo governo, mas que tem sido respaldada por diferentes movimentos sociais do país.

A insurgência considera que para a construção dos fundamentos de uma paz estável e duradoura, é preciso fazer um levantamento acerca das condições históricas que originaram o conflito interno. Seus porta-vozes estão, há 9 meses, argumentando que é necessário partir do critério da verdade para identificar e julgar os responsáveis pelo derramamento de sangue nacional.

Desta vez foi Jesús Santrich quem se dirigiu à imprensa, na cidade de Havana, Cuba. Ele ressaltou que se deve reivindicar a plenitude dos direitos das vítimas e determinar as responsabilidades do conflito por parte dos múltiplos atores políticos, econômicos e sociais.

Além disso, os insurgentes defendem que deve ser obrigatório que os atores implicados no dito conflito reconheçam suas responsabilidades e, a quem de direito, peçam perdão a toda a sociedade pelo prejuízo causado.

Responsabilizaram o regime pelo atual confronto e destacaram que não vieram a Havana para “pactuar impunidades”, como apontam os inimigos dos diálogos de paz.

Consideraram que querer iniciar o caminho da verdade não pode ser considerado um ato de retrocesso do processo de conversação. Pelo contrário, ele poderia apresentar obstáculos caso não se tenha a sensatez de assumir a história como a essência mesma da memória.

Asseguraram que a Comissão proposta poderia estabelecer um relato histórico com conclusões e efeitos políticos diferentes ao imprescindível efeito jurídico. Por isso a necessidade de ter uma Comissão da Verdade que permita alcançar, também, justiça, reparação e ofereça garantias de não repetição às vítimas.

Segundo considerações da insurgência, não são os combatentes – insurgência e forças militares do Estado – os principais responsáveis por esta violência. A mesma corresponde aos agentes políticos, sociais e econômicos – inclusive poderes econômicos transnacionais – que geram o conflito e se servem do mesmo.

Finalmente, deixaram claro que a proposta de estabelecer a dita Comissão, formulada ao governo, está aberta a todos os setores políticos, sociais, acadêmicos, de vítimas e a todos os colombianos, com a finalidade, segundo a insurgência, “de todos nos darmos, nas palavras de García Márquez, uma segunda oportunidade sobre a terra”.

As FARC-EP formularam esta proposta reiteradamente e voltaram a apresentá-la ao se aproximar a discussão do quinto ponto da Agenda, referente às Vítimas, e com o término, nesta sexta-feira, no país, o Fórum Internacional de Vítimas de Crimes de Estado, convocado pelo Movimento Nacional de Vítimas (MOVICE).

Fonte: https://www.pazfarc-ep.org/index.php/noticias-comunicados-documentos-farc-ep/delegacion-de-paz-farc-ep/boletin-prensa/1869-la-verdad-sobre-la-historia-del-conflicto-es-una-necesidad-para-la-paz.html

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)