Conclusão das mobilizações de 13, 14 e 15 de agosto de 2014
Unidade e organização em defesa da pátria!
Com a alegria que a luta patriótica e unitária nos gera, saudamos a cada paraguaia trabalhadora, a cada paraguaio trabalhador, de maneira fraterna e comprometida, reivindicando a precisão de nossas mobilizações e a necessidade de construir um Paraguai que inclua as maiorias, garantindo terra, habitação, alimentação, trabalho, saúde, educação e aposentadoria.
Durante estes três dias, milhares de compatriotas se mobilizaram em diferentes estados de nosso país, levantando nosso grito contra as privatizações e a violência do Estado, por terra e trabalho, encontrando a adesão da grande maioria do povo honesto e trabalhador, que sua dia a dia para ganhar o pão e, além disso, tem que aguentar um governo como o de Cartes, que durante este primeiro ano gerou mais prejuízos que benefícios para as maiorias.
Cartes começou com um pacto no Congresso Nacional. Convenceu as cúpulas do Partido Colorado, do Partido Liberal Radical Autêntico, o Partido UNACE, o Encontro Nacional e a Coalizão Avança País para assinarem um acordo que hoje permite o saque do patrimônio público com a lei de Aliança Público-Privada (APP) e a repressão àqueles que combatem a política antinacional e antipopular da lei de militarização.
E, então, continuou com seu projeto, militarizando o território, utilizando as Forças Armadas contra nosso povo, invadindo violentamente à noite humildes ranchos de famílias camponesas, reprimindo as comunidades que saíram por conta das fumigações, desalojando as comunidades com anos de residência em diferentes territórios do país, destruindo templos sagrados de povos originários junto com seus territórios ancestrais, perseguindo trabalhadores e trabalhadoras sindicalizados, especialmente docentes, reprimindo jovens que se manifestaram contra o aumento da passagem.
Ao mesmo tempo em que reprimiu e reprime, Cartes e sua maioria parlamentar aprovaram a lei de “responsabilidade fiscal”, visando que se gaste menos no Estado e atacando os pobres, sobretudo, no que se refere a gastos para a assistência social e para a melhoria de serviços básicos; depois, aprovaram a lei da APP para privatizar todo o possível, dando a Cartes superpoderes para que ele leiloe o país e transfira aos tribunais internacionais a resolução de qualquer conflito produto do investimento. O governo também despediu milhares de trabalhadoras e trabalhadores violando seus direitos trabalhistas; continuou com a aprovação de mais espécies de sementes transgênicas, que necessitam de maior quantidade de agrotóxico; multiplicou o endividamento do país com uns bônus cinicamente denominado “soberano”, com uma porcentagem altíssima de interesse e renunciando –escandalosamente – por escrito, à imunidade da soberania de nosso país ante qualquer conflito que seja gerado pelos portadores do bônus, adequando-se aos tribunais de Nova York e dos EUA.
Este longuíssimo primeiro ano de Cartes esteve carregado de roubo e de entreguismo antipatriótico por parte do governo.
Por outro lado, neste primeiro ano ocorreram heroicas e dignas lutas do povo trabalhador do campo e da cidade.
Hoje, 15 de agosto, as organizações com as quais trabalhamos durante tais meses nas diversas mobilizações em todo nosso querido Paraguai, resultaram o renascimento da última ferramenta vitoriosa do povo paraguaio nas lutas pelos interesses nacionais: o Congresso Democrático do Povo.
A partir de hoje, ecoando milhões de compatriotas, chamamos à constituição do Congresso Democrático do Povo, com a finalidade de derrotar a política antinacional e antipopular de Cartes e sua maioria parlamentar de aluguel, colocando a revogação das leis da APP e da militarização como nosso principal desafio.
Nas heroicas jornadas de junho de 2002, durante esses 17 dias de luta em todo o país, o Congresso Democrático do Povo conseguiu derrotar a política privatista e de criminalização da luta social promovidas pelo imperialismo norte-americano através de seu fantoche de turno González Macchi, fazendo retroceder a aprovação das leis de privatização e antiterrorista.
As circunstâncias históricas chamam à unidade participativa e solidária com vistas ao avanço do Paraguai para as maiorias, o Paraguai para todas e todos.
Nosso Paraguai conta com seu Congresso Democrático do Povo, que é totalmente oposto ao cartismo autoritário e a esse Congresso antinacional e corrupto, que com sua maioria se alia a Horacio Cartes em sua intenção de saquear o povo e o Estado paraguaio. Não passarão!
Viva a unidade patriótica!
Viva o Congresso Democrático do Povo!
Contra as privatizações e a violência do Estado!
Por terra e trabalho!
15 de agosto de 2014.
Frente Guasu, Partido Paraguay Pyahurâ, Federación Nacional Campesina, CONAMURI, Movimiento Kuña Pyrenda, CONNATS, Frente Recoleta, Frente Patriótico Popular, Corriente Sindical Clasista, OTEP-SN
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)