Poder jurídico, oligarca, mafioso e criminoso!

imagemComunicado da JCP (Juventude Comunista Paraguaia)

Resumen Latinoamericano/ 15 de dezembro de 2015 – Na manhã de hoje ocorreu outra jornada do julgamento oral de Curuguaty. Durante o evento, o nefasto promotor Jalil Rachid ratificou a acusação contra todas camponesas e camponeses sobreviventes do massacre ocorrido há exatamente três anos e meio.

O arbitrário procedimento do tribunal da causa, encabeçado por Ramón Trinidad Zelaya (anteriormente acusado e preso por suborno, é o mesmo juiz que condenou Rubén Villalba) ficou ratificado hoje, com a expulsão de Elva Ayala da sala, que acompanha permanentemente as campesinas e os campesinos acusados e a expulsão e “prisão disciplinar” de nosso Secretário Nacional, Fabricio Arnella, por duas horas sob a guarda do Poder Judiciário. Sem razão, argumento nem autoridade jurídica, o Juiz Zelaya manteve privado de sua liberdade nosso camarada. Depois do recesso, a guarda também informou a decisão do tribunal de proibir a entrada de Carmen Casartelli, outra acompanhante permanente da causa de Curuguaty, na sala.

Esta ilegal privação de liberdade nos dá uma mostra do caráter classista que possui a justiça oligarca e mafiosa. Recorrer à lei para buscar justiça no Paraguai é impossível. O sistema republicano está quebrado. O procedimento arbitrário e parcial do tribunal foi uma constante desde o início do próprio julgamento, fato que levou os advogados de defesa a recusar em várias ocasiões os membros do júri por demonstrarem parcialidade e submissão total à vontade do promotor do caso.

Esse tipo de medida busca amedrontar os familiares, acompanhantes solidários e militantes de diversas organizações que participam do julgamento, para conseguir levá-lo adiante com a sala vazia.

O julgamento se encontra em um momento decisivo. Nessa sala, porém principalmente fora dela, se julga a liberdade de nossos companheiros e a resolução do caso Curuguaty, de profundas raízes e significados para o conjunto do movimento popular. É ESTE o momento onde necessitamos recobrar as forças, recuperar o melhor do longo caminho percorrido e imprimir um novo ritmo e caráter a esta luta, para terminar de torcer o braço da máfia.

Nós da Juventude Comunista Paraguaia ratificamos nosso firme compromisso pela liberdade de todas as presas e presos políticos e chamamos as organizações sociais e política a tomar, ou a retomar, com força esta causa para avançar na luta pela recuperação de Marina Kué, pela liberdade de todos os presos políticos e julgamento e castigo dos verdadeiros responsáveis por este massacre.

A convocatória é, novamente, amanhã na sala dois de julgamentos orais do Poder Judiciário da capital, a partir das 8:00 horas.

Anulação já do julgamento!

Liberdade a todas as presas e presos políticos!

Marina Kué povo mba’e!

Viva a Greve Geral e Paralisação Cívico Nacional!
Comissão Política

Juventude Comunista Paraguaia

15 de dezembro de 2015
OBS: Fabricio Arnella, dirigente do Partido Comunista Paraguaio, participava do julgamento na qualidade de observador. A detenção foi ditada porque o cidadão se levantou da cadeira para buscar um carregador de celular.
Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/12/15/paraguay-comunicado-poder-judicial-oligarca-mafioso-y-criminal/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

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