Colômbia: 173 183 homicídios, 1 597 massacres, 34 467 desaparecimentos, confessa a Ferramenta Paramilitar do Estado e Multinacionais na Colômbia
O Ministério Público revelou, em 13 de janeiro de 2011, que tem documentados 173 183 casos de homicídios, 1 597 massacres, 34 467 desaparecimentos cometidos por paramilitares das AUC.
O paramilitarismo é a ferramenta de guerra suja e terror do Estado colombiano e multinacional.
Informe de janeiro de 2011:
Colômbia: cifras alarmantes de crimes cometidos pela ferramenta paramilitar do Estado e multinacionais
Bogotá, 13 de janeiro de 2011
O Ministério Público revelou, em 13 em janeiro de 2011, que tem documentados 173 183 casos de homicídios, 1 597 massacres, 34 467 desaparecimentos cometidos por paramilitares das autodenominadas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), supostamente dissolvidas.
O registro, que recolhe dados desde 2005 até o dia 01 de dezembro do ano passado (2010), também observa ter documentado o desaparecimento forçado massivo de 74 990 de membros de comunidades e o recrutamento de 3 557 menores de idade por parte dos paramilitares “AUC”.
Segundo o informe, os ex-integrantes do referido grupo paramilitar estão implicados em 3 527 casos de sequestro, 3 532 de extorsão, 677 de violência contra sexual, 68 de narcotráfico e 28 167 de outras condutas delinquentes, sem precisar quais.
De acordo com a fonte judicial, na atualidade a entidade avança nas diligências de confissão de 51 616 fatos por parte de ex-paramilitares acolhidos à denominada Lei de Justiça e Paz, em casos com 65 747 vítimas relacionadas.
Tais diligências estão permitindo a autoridades – sempre segundo o informe – encontrar 3 037 fossas comuns, nas quais se conseguiu encontrar 3 678 cadáveres, com 1 323 corpos identificados plenamente.
Por sua vez, as investigações e as confissões permitiram estabelecer a presumida vinculação a paramilitares de 429 políticos, 381 membros das forças de segurança, 155 funcionários civis e ainda de outras 7 067 pessoas.
As AUC se criaram em abril de 1997 com o fim de agrupar muitos dos múltiplos bandos de extrema direita que operavam no país, patrocinados por grupos de fazendeiros de gado, grandes proprietários rurais e narcotraficantes.
Mas de 70% de sua renda provém do narcotráfico e também se financiam com o sequestro e a extorsão, além de receber dinheiro de multinacionais com presença nas zonas sob seu controle.
Mesmo assim, receberam colaboração de vários membros do Exército, ao tempo que tiveram estreitos vínculos com múltiplos políticos colombianos.
Finalmente as AUC se dissolveram em 2006 em um processo que resultou parcial e incompleto durante a administração do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010). No entanto, informes da imprensa e de organizações não governamentais e associações de vítimas como MOVICE sustentam que muitos de seus membros seguem delinquindo e várias de suas frentes armadas permaneceram ativas utilizando outros nomes como Águias Negras, Los Paisas e Los Urabeños, entre outros.
A “Lei de Justiça e Paz”, que é o marco legal das “desmobilizações”, foi denunciada por familiares de vítimas como uma espécie de “prêmio” aos criminosos: em virtude dessa lei a máxima pena que se pode impor a um paramilitar na Colômbia são 8 anos de prisão. Em dezembro de 2010, foi condenado o Chefe paramilitar Iván Laverde, aliás “el Iguano”, a tão somente 8 anos de prisão por assassinar mais de 4 000 (quatro mil) pessoas (assassinatos confessados), por vários massacres, desaparecimentos e atentados. “Iguano” confessou inclusive ter usado forno crematório para fazer desaparecer suas vítimas.
Na Colômbia, para membro da ferramenta paramilitar a pena máxima é de 8 anos de prisão… como uma espécie de prêmio por serviços prestados ao grande capital.
Mais informações nos vídeos:
Video 1: http://www.youtube.com/watch?v=sU7XNbWPaSs
Video 2: http://espanol.video.yahoo.com/watch/3950403/10730072
Video 3: http://www.youtube.com/watch?v=SO_1LiH_38g
Traduzido por Dario da Silva