Inquietude com o que ocorre na Palestina e na Síria
O PCL chama para ir mais adiante contra o regime confessional
O Comitê Central do Partido Comunista Libanês estudou a situação que prevalece no mundo árabe em geral, sobretudo sobre os combates que os povos árabes travam diante das contrarrevoluções dirigidas pelas forças reacionárias apoiadas pelos Estados Unidos e pela OTAN. E, sobretudo, sobre o que ocorre na Palestina e sobre a situação catastrófica do Líbano.
1. O Comitê Central do PCL presta homenagem, em nome de todos os seus quadros e de todos os seus militantes, ao povo palestino e a todos os mártires e feridos que vêm caindo, ultimamente, na luta contra o novo complô sionista norte-americano, que pretende liquidar seus direitos de regresso e de construir o estado palestino que tem Jerusalém como capital. O PCL chama os responsáveis palestinos a prosseguir a luta, e a não levar em consideração os chamados lançados para as conferências internacionais, nem aqueles que pretendem retomar as negociações, porque vão todos no sentido previsto para reconhecer “O estado judeu de Israel” e dar-lhe toda a ajuda necessária em detrimento dos direitos do povo palestino.
2. Por outro lado, o Comitê central do PCL afirma seu apoio total e incondicional a todas as Intifadas populares e democráticas que prosseguem já há alguns meses, àquelas do povo tunisiano e egípcio, mas também do Bahrein, do Iêmen e do Iraque. Estes levantamentos, cujo objetivo é de reforçar a luta para a mudança diante dos ataques dos restos das ditaduras apoiadas pelos Estados Unidos e pela OTAN.
Vemos, nas idas e vindas dos diplomatas norte-americanos, sobretudo Jeffrey Feltman, uma tentativa, por parte do imperialismo, de retomar a situação em suas mãos através da criação de lutas confessionais e tribais que dividiriam o mundo árabe em miniestados antagonistas, permitindo assim, a realização do projeto do “Novo Oriente Médio”. Assim, a intervenção (militar, sobretudo) nos assuntos internos da Líbia não visa ajudar o povo líbio a sair da ditadura. Pelo contrário, segue a mesma via que havia sido utilizada para dividir o Sudão e que os imperialistas queriam aplicar no Egito, no Iêmen, na Síria e no Líbano.
3. Quanto à Síria, o Comitê Central do PCL reitera a posição que expressava em seus comunicados anteriores em relação ao apoio aos que militam por uma reforma democrática do regime pré-estabelecido, sobretudo porque os responsáveis por este regime continuam, há dois meses, tergiversando sobre este ponto.
O Comitê Central se declara muito inquieto pela escalada da violência e das divisões, cujo balanço mostra mais de mil mortes e vários milhares de feridos e de presos. Expressa também sua inquietude pela interferência estrangeira nos assuntos deste país, baseadas nas forças internas, bem conhecidas pela sua fidelidade ao imperialismo. Mas acreditamos que é possível parar o banho de sangue e fazer frente à interferência estrangeira pela aceleração das reformas e um papel mais efetivo da Comissão de diálogo, que deve reunir intelectuais e personalidades políticas, sociais e econômicas, capazes de dar procedimento a uma recuperação da situação que acabaria com o confronto sangrento e faria a Síria sair da crise geral em que se encontra.
4. O Comitê Central do PCL tem, finalmente, estudado os últimos desenvolvimentos da crise aguda que vive o Líbano e que se expressa através de uma paralisia completa das instituições do poder e uma situação dramática do ponto de vista sócio-econômico. Reafirmamos nossa posição com relação à incapacidade da burguesia libanesa de realizar a reforma do regime estabelecido, esta incapacidade que começa a tornar-se uma ameaça real para a unidade do Líbano. Chamamos todos os partidos progressistas e democráticos, bem como as associações sindicais, culturais, sociais, as organizações das mulheres e da juventude a dar um novo empurrão à campanha que pretende acabar com o regime confessional e, através de movimentos de massa, visamos impor:
– Uma nova lei eleitoral baseada na representação proporcional, sem qualquer quota confessional; uma lei que permita uma melhor representatividade para os jovens e para as mulheres.
– Estatutos pessoais civis dando às libanesas e aos libaneses a possibilidade de tornarem-se cidadãos completos, com base na justiça e na igualdade.
Beirute, 8 de junho de 2011
Fonte: PCL