Reconstruir o Partido Comunista na França
Polo do Renascimento Comunista na França
Face a um país cada vez menos governável, reconstruir com urgência um Partido Comunista combativo e uma Alternativa vermelha e tricolor
Comunicado do PRCF sobre o 2º turno das eleições legislativas de 2024 – 8 de Julho
– Um partido comunista enquanto tal é 100% vermelho!
O fato da extrema direita Lepeno-Bardellista não estar nem perto da maioria absoluta é uma excelente notícia para os trabalhadores.
Conforme previsto no dia seguinte ao primeiro turno das eleições legislativas (leia o comunicado à imprensa de 30 de junho de 2024: Rumo a um país definitivamente ingovernável e a uma alternativa vermelha e tricolor indispensável), a França está se tornando cada vez mais ingovernável após o segundo turno. O fato de a extrema direita Lepeno-Bardellista estar longe da maioria absoluta é uma excelente notícia para os trabalhadores, pois o RN [Reunião Nacional] pretendia seguir uma política ainda mais xenófoba e destruidora da liberdade em Matignon [palácio do primeiro-ministro] do que a de Macron, sem romper com as políticas belicistas e euro-atlânticas de seus antecessores. O RN não quer sair do euro, da UE do capital, de Schengen ou da OTAN, muito menos do capitalismo; na verdade, ele se submeteria aos desejos do MEDEF, do CAC 40, de Bruxelas, de Washington e de Berlim, enquanto aumenta a violência estatal antissindical, anticomunista e anti-imigrante. Desse ponto de vista, o PRCF se orgulha de ter feito tudo o que pôde para reduzir a votação do RN.
As vitórias de sindicalistas classistas e militantes e de antifascistas de base, como Bérenger Cernon, em Essonne, que afastou o falso soberanista, mas verdadeiro capanga lepenista Dupont Aignan, e Raphael Arnault, um militante da jovem guarda que foi consideravelmente difamado e demonizado por todo o aparato da mídia, mas que conseguiu retomar um eleitorado do RN, são sinais agradáveis e claros de esperança.
Mas a situação global é muito preocupante …é necessária uma verdadeira frente popular
Contudo, a situação geral continua muito preocupante. Em primeiro lugar, porque o RN continua seu aumento – felizmente interrompido – no número de deputados. Em segundo lugar, porque o Macronato, o principal combustível para a fascistização desde 2017, mantém uma forte influência dentro da Assembleia Nacional, com parte da esquerda, liderada pela LFI [França Insubmissa] e pelo PCF [Partido Comunista Francês], tendo considerado adequado votar em Borne ou Darmanin, para não falar de François Hollande. Por fim, como a “Nova Frente Popular” saiu vitoriosa e pode, com razão, reivindicar Matignon, a aritmética parlamentar, o peso institucional do Eliseu e, acima de tudo, o enorme plano de austeridade que a UE e o FMI estão preparando para a França (que colocaram o país em “reorganização” por “déficit excessivo”, tal como fizeram com a Grécia há dez anos) sem dúvida constituirão sérios obstáculos à realização das medidas sociais da esquerda, pelo menos na ausência de qualquer vontade política por parte da NFP de romper com a UE. Além disso, no seio da NFP, a “social-democracia” do PS-EELV [Partido Socialista-Ecologistas dos Verdes] sairá fortalecida em detrimento da LFI e, ainda mais, de um P “C “F em processo de erosão ideológica e eleitoral acelerada.
Consequentemente, a solução que Macron, sem dúvida, tentará encontrar é formar uma “grande coalizão” que abranja desde a direita da NFP até os chamados Republicanos moderados, associando-os ao Macronato. Consequentemente, ao reunir o LR, compatível com Macron (que salvará um grupo parlamentar substancial), o Macronato, o PS e o EELV, Macron pode tentar formar um “governo de grande coalizão” no estilo alemão (na Alemanha, o SPD, os Verdes e o FDP governam juntos em uma base belicista). Essa ideia já atraiu o interesse de Marine Tondelier, do “socialista” Kanner e de Jean-François Copé, enquanto Raphaël Gluksmann, um eurodeputado adepto da colaboração com a direita e ponta de lança da guerra com a Rússia, espera importar o modelo de coalizão direita-esquerda europeísta para Paris e está encantado por poder governar “sem Robespierre”!
Como resultado, o risco de mais uma política totalmente contrária aos interesses dos trabalhadores e absolutamente alinhada com os desejos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI – que já estão se preparando para forçar a França a combater seu “déficit excessivo” e aplicar mais uma dose de euro-austeridade – é portanto imenso. Tanto mais que Macron, Scholz e Von Der Layen já estão se preparando para o salto federal europeu (fim da unanimidade dentro da UE), que privará definitivamente a soberania da União Europeia. Macron não terá outro recurso, para continuar existindo politicamente, a não ser acelerar sua política hiperperigosa de entrar assertivamente em co-beligerância com a Rússia, enviando tropas para a Ucrânia: Decididamente, precisamos mais do que nunca de uma verdadeira Frente Popular baseada no ímpeto autônomo do movimento operário e que defenda a independência nacional, a paz, a democracia e o progresso social contra o RN, Macron e todos os servos da UE-OTAN!
Ora, muitos trabalhadores estão exasperados por desperdiçarem seu tempo na “barragem antifascista” votando nos combustíveis do fascismo e, mais grave ainda, muitos desses trabalhadores entendem cada vez mais que os partidos de “esquerda” não poderão cumprir suas promessas se continuarem a se submeter ao eixo UE-OTAN. Desse ponto de vista, Jean-Luc Mélenchon tem uma grande responsabilidade – ele abandonou sua linha positiva de 2017 “a UE, nós a mudamos ou a deixamos! – e do Euromutante P “C “F, por outro lado, que colocou a “social-democracia” de volta na sela por meio do NUPES e, a partir de agora, por meio da “NFP”, e que prometeu a mesma fidelidade ao Eixo UE-OTAN.
O verdadeiro bloqueio antifascista: reconstruir o verdadeiro partido comunista de que a nação precisa para vencer o bloco fascista Macron-Le Pen e criar a alternativa vermelha e tricolor e reconstruir a França dos trabalhadores.
É por isso que a única alternativa para os trabalhadores é VERMELHA E TRICOLOR, ou seja, a saída URGENTE do euro, da UE, da OTAN e do capitalismo. Para isso, é VITAL reconstruir um VERDADEIRO Partido Comunista, patriótico e internacionalista, pacífico e antifascista, em oposição frontal ao RN e em ruptura ABSOLUTA com a “social-democracia” euro-atlântica, combustível da guerra mundial e da euro-fascistização, da mesma forma que o Macronato. Essa é a única maneira possível de combater a extrema direita de forma eficaz e, a longo prazo, impedir que Le Pen seja eleita em 2027. E, para isso, precisamos contar com uma grande ofensiva do movimento popular, libertando-se de todos os quartéis-generais eurodependentes e propensos a fazer concessões.
Tradução – Equipe Poder Popular e Rede Marxista