Palestina: milhares de feridos desde o anúncio de Trump

Palestina: milhares de feridos desde o anúncio de Trump Resumen Latinoamericano. 19 de dezembro de 2017

340 detidos e 3.400 palestinos feridos por Israel desde o anúncio de Trump

As forças de ocupação israelenses detiveram 340 palestinos e feriram mais de 3.400 na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada, no transcurso dos enfrentamentos produzidos por causa da decisão dos Estados Unidos de reconhecerem Jerusalém como a capital de Israel.

A Sociedade da Meia Lua Vermelha Palestina (MLRP, sigla em espanhol) informou no domingo de que seus membros trataram 2.809 feridos na Cisjordânia e 622 feridos na Faixa de Gaza só até tarde de sábado.

O organismo de ajuda humanitária esclareceu em um comunicado que, entre os feridos, 77 deles na Cisjordânia e 187 na Faixa de Gaza o eram por fogo real. Os membros da Meia Lua Vermelha também trataram 624 feridos por balas de borracha e 2.309 feridos como resultado da asfixia produzida por inalação de gases, a maioria deles na Cisjordânia.

A declaração explica também que o resto das lesões foi produzida por golpes, quedas e queimaduras e 12 delas por causa do bombardeio da Faixa de Gaza.

Além disso, desde o anúncio de Donald Trump lançado em 6 deste mês, as autoridades israelenses prenderam 430 palestinos na Cisjordânia ocupada, inclusive em Jerusalém ocupada.

Na madrugada deste mesmo dia, a Sociedade de Prisioneiros Palestinos, organização não governamental, explicou em um comunicado que entre os detidos havia 231 crianças, 9 mulheres e 3 feridos, que permaneciam em hospitais israelenses e que as forças de ocupação israelenses prenderam 16 outros palestinos desde sábado à noite.

O presidente dos Estados Unidos anunciou, em 6 de dezembro, o reconhecimento da cidade ocupada de Jerusalém como capital de Israel, e ordenou que se começasse a transferir a embaixada de Washington de Tel Aviv para a cidade ocupada.

Fonte: Middle East Monitor em Espanhol


Hamas denuncia a visita de Pence a Jerusalém

Palestinos cristãos protestam contra a visita do vice-presidente estadunidense Mike Pence.

No domingo, Hamas pediu o repúdio oficial e popular pela visita do vice-presidente estadunidense Mike Pence à região, na quarta-feira, informou Anadolu.

Um membro do escritório do Hamas, Hussam Badran, afirmou em uma declaração escrita que a visita de Pence “será um desafio para nosso povo”.

Badran instou o povo palestino a “manifestar-se contra e a enfrentar as forças israelenses em todos os lugares possíveis, especialmente nos arredores de Jerusalém e da Mesquita de Al Aqsa”.

Espera-se que Pence visite o disputado “Muro de Al-Buraq” em Jerusalém, uma área que os judeus chamam de “Muro das Lamentações”, alegando que foi o local de dois proeminentes templos judeus durante a Antiguidade.

No entanto, os muçulmanos o consideram parte do complexo da Mesquita Al-Aqsa, que alberga o terceiro local mais sagrado para o islã.

Depois da decisão do presidente estadunidense Donald Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel em 6 de dezembro, os funcionários palestinos, incluindo o presidente Mahmoud Abbas, cancelaram suas reuniões com Pence.

Jerusalém permanece no coração do conflito entre Israel e Palestina, e os palestinos esperam que Jerusalém Oriental, agora ocupada por Israel, possa servir eventualmente como a capital de um estado palestino.


Em janeiro, Palestina solicitará sua integração plena na ONUEm janeiro, Palestina solicitará sua integração plena na ONU

Palestina solicitará à ONU o status membro de pleno direito em janeiro de 2018, comunicou o assessor do presidente palestino para Assuntos Exteriores, Nabil Shaath.

“Voltaremos a apresentar a solicitação ante o Conselho de Segurança da ONU”, disse à imprensa ao precisar que a Palestina solicitará a integração plena “no mês que vem”.

Atualmente, a Palestina possui o status de observador não membro das Nações Unidas, tal e como o estipula a resolução 67/19 da Assembleia Geral da ONU, aprovada em 2012.

O presidente palestino, Mahmud Abás, anunciou que solicitará em breve o reconhecimento da Palestina como membro de pleno direito na ONU.

Abás tomou esta decisão depois que, em 6 de dezembro passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a transferência de embaixada norte-americana de Tel Aviv para lá.

A decisão de Trump foi condenada pela maioria dos países muçulmanos e gerou críticas de outros Estados e instituições internacionais, que consideram menos viável agora qualquer perspectiva de paz no Oriente Próximo.

Na segunda-feira, o Egito apresentou um projeto de resolução ante o Conselho de Segurança da Organização da ONU, que repudia a decisão dos EUA e assinala que o estatuto de Jerusalém é um assunto “que deve ser resolvido mediante negociações” entre Israel e Palestina.

Catorze dos 15 países membros do Conselho apoiaram a resolução, porém os Estados Unidos exerceram seu direito de veto.

Fonte: Sputnik Mundo


Exército israelense prende a jovem palestina Ahed al-TamimiExército israelense prende a jovem palestina Ahed al-Tamimi

AL MAYADEEN TV ESPAÑOL

O exército israelense prendeu no amanhecer de terça-feira 12 palestinos na Cisjordânia, entre eles a jovem Ahed al-Tamimi. Meios israelenses circularam um vídeo que mostra Al-Tamimi esbofeteando um soldado da ocupação.

A jovem palestina Ahed al-Tamimi.

Ahed al-Tamimi é uma das tantas palestinas que resistem como pode à ocupação israelense de seus territórios. No ano de 2010, sendo uma menina, foi fotografada parada em frente a um soldado com um punho levantado. Em 2016, repetiu uma imagem similar em frente a uma mulher militar.

Esta semana, Tamimi voltou a ser notícia por um vídeo, onde esbofeteia, empurra e até chuta dois soldados em Nabi Saleh, próximo de Ramallah.

Após a difusão das imagens, nesta terça-feira, foi presa pelas Forças de Defesa de Israel, que a levaram para interrogatório, segundo informou o diário Haaretz.

O mesmo meio citou um comunicado do Exército, no qual assinalava que “vários palestinos se puseram a cruzar o caminho de soldados com o objetivo de causar uma provocação”.

Por sua parte, o ministro de Educação israelense, Neftalí Bennet, declarou que “as imagens são duras” e confiou em que “se investigue o incidente, se aprendam as lições e se julguem os ativistas que atacaram”.

No entanto, a versão israelense não coincide com a dos palestinos. O pai de Ahed, Bassim, publicou em sua conta de Facebook que a reação de sua filha se deveu a que soldados tinham disparado em um menino de 14 anos.

Depois, durante a detenção, invadiram sua casa, roubando computadores e câmeras de vídeo. Além disso, denunciou que também foi presa a mãe da jovem ativista.

Por sua parte, a rede de Solidariedade com Prisioneiros Palestinos Samidoun denunciou a detenção de Tamimi e esclareceu que é “a última de mais de 450” realizadas “pelas forças de ocupação israelenses depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel”.


Principal partido político da Argélia pede sanções diplomáticas e econômicas contra os EUA pelo Al QudsPrincipal partido político da Argélia pede sanções diplomáticas e econômicas contra os EUA pelo Al Quds

AL MAYADEEN TV ESPAÑOL

O porta-voz oficial da Frente de Libertação Nacional (FLN), principal partido político da Argélia, declarou que a condenação à decisão de Washington sobre Al Quds não era suficiente para fazer frente a Trump e disse que os países islâmicos devem tomar medidas concretas e impor sanções diplomáticas e econômicas contra os Estados Unidos.

Sadek Bouguetaya, membro do Birô político e porta-voz oficial do FLN, que falou no marco de uma manifestação em apoio de Al Quds e Palestina, em Argel, disse que “os protestos populares são inquestionavelmente algo bom, porém não suficiente”.

Acrescentou que “os líderes árabes e os países islâmicos devem, especialmente depois da reunião da OCI em Istambul, reduzir suas relações diplomáticas com os EUA e qualquer outro país que apoie a ação de Washington ou, inclusive, romper suas relações diplomáticas e comerciais com eles”.

Disse também que, para os muçulmanos e os árabes, a causa palestina é um tema prioritário e que as manifestações massivas em torno do mundo refletem a importância que atribuem à questão da Palestina.

“Hoje nos reunimos aqui para dizer que o povo e o governo da Argélia têm uma postura imutável para com a Palestina e repudiam a decisão dos EUA com relação a Al Quds. Enfatizamos que Jerusalém é a capital da Palestina e continuará sendo”, disse.

No sábado, 16 de dezembro, o maior estádio de Argel foi cenário de uma manifestação, que reuniu milhares de argelinos em apoio a Al Quds e Palestina.


Por um novo começo na PalestinaPor um novo começo na Palestina

Ramzy Baroud

Politics for the People

Traduzido do inglês para Rebelión por Sinfo Fernández

Agora que a máscara estadunidense caiu de todo, os palestinos necessitam revisar com urgência suas próprias prioridades políticas, suas alianças e sua estratégia de libertação nacional.

As coisas não deveriam continuar como até agora, depois do presidente dos EUA Donald Trump ter aceitado a definição de Jerusalém como capital de Israel, violando assim o angustioso consenso internacional sobre a questão.

O movimento Fatah, que controla a Autoridade Palestina (AP) desde a criação desta em 1994, se antecipou à raiva do povo pela medida estadunidense declarando “um dia de ira”. Vários palestinos morreram e muitos ficaram feridos nos distúrbios que estão ocorrendo em todos os Territórios Ocupados ante uma ira compreensivelmente justificada ante a injustificável decisão estadunidense.

Porém, a manipulação das emoções palestinas por parte de seus supostos líderes é, quanto menos, desprezível. A “política da ira” que vêm utilizando, no passado serviu para desviar de si mesmos o descontentamento e a crítica popular.

É claro que Israel e os EUA merecem toda a condenação possível por seu papel ao sustentar, financiar e defender a ocupação militar e subjugação do povo palestino. Porém, a liderança palestina ganhou também uma firme repulsa. Aqueles que participaram de boa fé no inútil jogo do “processo de paz”, de posse da débil perspectiva de uma “solução de dois Estados” que só conseguiu frustrar os palestinos, não deveriam desaparecer tão facilmente.

Os dirigentes palestinos e todo um exército de funcionários, políticos especialistas e empresários receberam bilhões de dólares dos fundos estrangeiros em troca de manter funcionando a charada do “processo de paz” durante mais de 25 anos, enquanto a população geral empobrecia e se desesperava cada vez mais.

Aqueles que resistiram, no exterior do marco político que o governo palestino considerava aceitável, foram acossados, encarcerados e severamente castigados. Isto não aconteceu somente em Gaza, mas também na Cisjordânia. Muitos jornalistas, acadêmicos, artistas e ativistas foram tratados com toda dureza por questionar os métodos da AP ao longo dos anos.

No entanto, aqui estamos; a AP está chamando esses mesmos palestinos para que se enfureçam. Hamas também exigindo uma nova Intifada. Curiosamente, as facções palestinas nunca aprenderam com a história. Os levantes populares autênticos e sustentáveis não são nunca uma resposta ao chamamento de um partido ou de um político. É um grito espontâneo e genuíno pela liberdade que se origina nas massas, não nas elites políticas.

Ainda que algumas facções palestinas confiam que a raiva popular dirigida contra a ocupação israelense vai servir de para-choque protetor para continuar sobrevivendo, outros grupos subiram no carro por seus próprios interesses políticos.

Porém, essa não é a estratégia. Enviar o povo de peito aberto para lutar com os soldados armados só para comunicar uma mensagem aos meios, não vai servir para pressionar Israel ou os EUA. De fato, a maior parte dos meios estadunidenses estão centrando seu debate na “violência palestina”, como se a violência da ocupação israelense fosse algo insignificante, e como se a segurança dos israelenses fosse a preocupação mais imperiosa nestes momentos.

Tampouco os chamamentos educados para que os EUA reconsiderem sua decisão e pressionem Trump a não promover a transferência de sua embaixada vão conseguir nada.

O comunicado final apresentado pelos ministros de assuntos exteriores da Liga Árabe no Cairo, no sábado passado, foi um claro exemplo de linguagem insípida e ineficaz.

Apelar a Trump para que reverta sua decisão não vai mudar um milímetro a situação. Os palestinos necessitam que seus irmãos árabes articulem uma posição firme e unificada sobre a questão, sem vacilar na hora de explorar novas vias políticas, pressionando de forma tangível e real os EUA e Israel até que cedam.

Os dirigentes palestinos, que degradaram a luta palestina e gastaram anos preciosos perseguindo o milagre estadunidense, devem prestar contas.

Por que os dirigentes palestinos se emprenham ainda em agarrar-se com tanta força a seus cargos, considerando o dano imenso que infligiram à causa palestina?

Se os dirigentes palestinos estivessem um grau mínimo de responsabilidade e autorrespeito, deveriam dirigir-se ao povo para desculpar-se de todo coração por todo o tempo, energia e sangue derramados. E, a seguir, levar a cabo uma renovação total em suas fileiras, ativando todas as instituições da Organização pela Libertação da Palestina; unindo todas as facções sob o guarda-chuva da OLP para declarar uma nova estratégia frente um futuro cada vez mais incerto e sombrio.

Nada disto aconteceu ainda. Tão somente declarações de repúdio e chamamentos à mobilização palestina sem uma estratégia comum, que só serve para alimentar os interesses das facções, porém que, finalmente, não servirá de ajuda alguma para o povo palestino e suas aspirações nacionais.

O certo é que os palestinos normais e correntes não necessitam do Fatah nem do Hamas para convocar um “dia de ira” ou uma nova Intifada. Seu ódio para com a ocupação e seu amor por sua cidade de Jerusalém não precisa de comunicados oficiais. É sua luta. Tem sido sempre sua luta, a que vêm combatendo cada um dos dias dos últimos cinquenta anos.

O que Trump fez terá consequências terríveis para a região nos próximos anos. Porém, uma das primeiras consequências é que revelou que o processo de paz é uma farsa total e absoluta e que o papel dos EUA nele não nem honesto nem justo. Porém, deveria também expor os dirigentes palestinos por todos seus fracassos e corrupção.

Se os palestinos começarem de novo, terão que iniciar sua viagem com um novo discurso político, com sangue novo e com uma nova perspectiva de futuro que se baseie na unidade, credibilidade e competência. Nada disto pode ser produzido com as velhas caras de sempre, a mesma linguagem cansada e a mesma política sem saída.

Já é hora de começar de novo.

O Dr. Ramzy Baroud escreve há mais de vinte anos sobre Oriente Médio. É colunista internacional, consultor de meios de comunicação, escritor e fundador do PalestineChronicle.com. Seu último livro é “The Last Earth: A Palestinian Story” (Pluto Press, London). Sua página web é: www.ramzybaroud.net

Fonte: http://www.ramzybaroud.net/palestine-it-is-time-for-a-new-beginning/

Vídeo 1: https://videos.files.wordpress.com/xdLsvqu1/pence-not-welcome-in-bethlehem1_dvd.mp4

Vídeo 2:https://www.facebook.com/TheShadow69/videos/10155694250135255/

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/12/19/palestina-340-detenidos-y-3-400-palestinos-heridos-por-israel-desde-el-anuncio-de-trump-hamas-denuncia-la-visita-de-pence-a-jerusalen-palestina-solicitara-en-enero-su-integracion-plena-en-la-onu/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)