PCPE DENUNCIA A CUMPLICIDADE DO GOVERNO ESPANHOL COM A DITADURA MARROQUINA


1 – A atuação da polícia da ditadura marroquina, impedindo a entrada de Aminettu Haidar em seu país, é um ato contrário ao direito internacional, às resoluções das Nações Unidas em relação ao processo de descolonização do Saara, e constitui uma violação a mais para somar-se às numerosas agressões protagonizadas pelo Marrocos contra essa digna dirigente da luta do povo saarauí por sua independência.

2 – A atuação do Governo espanhol, permitindo que Aminettu, despojada de seu passaporte, entrasse em nosso país, é um ato coordenado com a polícia marroquina nesta agressão contra a dirigente saarauí. A obrigação do Governo É devolvê-la a seu ponto de origem, o Saara ocupado pelo Marrocos.

3 – Essa atuação do Governo espanhol é um ato a mais na sua trajetória de traição aos direitos do povo saarauí que, na prática, converte-se em uma colaboração com os crimes, as torturas, as prisões arbitrárias e os desaparecimentos de saarauís ocasionados pelo Marrocos. O criminoso é a ditadura marroquina, assim como o Governo Zapatero e a monarquia espanhola, que se posicionam sempre do lado dos criminosos e dos torturadores.

4 – O Comitê Executivo do PCPE convoca toda a sociedade espanhola, especialmente sua classe operária, para se solidarizar com Aminettu Haidar e com a causa do povo saarauí, realizando quantas ações políticas sejam possíveis para expressar seu rechaço contra a atuação do Governo espanhol, e de apoio à luta do povo saarauí.

5 – O Comitê Executivo do PCPE exige desse Governo – cúmplice de assassinatos e traidor de seus compromissos internacionais no Saara – a imediata devolução de Aminettu Haidar a seu país, o fim de sua colaboração com a ditadura marroquina na ocupação do Saara e o apoio incondicional à celebração do referendo de autodeterminação de maneira imediata sobre a base do censo reivindicado pela Frente POLISARIO, como representante legítimo do povo saarauí e da República Árabe Saariana Democrática. O PCPE rejeita toda solução que tente fazer Aminettu reconhecer – de maneira direta ou indireta – a suposta marroquinidade do Saara, como se depreende das propostas que Moratinos pretende armar com o Marrocos.

6 – Por último, o Comitê Executivo do PCPE, diante de um Governo ilegítimo que colabora reiteradamente com um governo criminoso, declara abertas todas as vias de luta contra suas políticas e em defesa dos direitos justos do povo saarauí.

Madrid, novembro de 2009