Tribunal militar israelense prolonga cárcere da jovem palestina Ahed Tamimi

imagemPor Javier Cortines

Contrainformacion.es/

O tribunal militar israelense que julga a jovem ativista palestina Ahed Tamimi, decidiu no domingo, dia 11 de março, interrogar a jovem de dezessete anos a portas fechadas para evitar a presença do público e da imprensa internacional, e determinou, também, com o máximo hermetismo, voltar a adiar o julgamento, pela sétima vez consecutiva, até 23 de março próximo (1).

Ahed Tamimi, que acaba de ser premiada pelo Intergrupo do Congresso espanhol (formado por vários partidos políticos) com o Prêmio à luta pela libertação da Palestina, foi detida no pátio de sua casa, localizada na aldeia de Nabi Saleh (Cisjordânia ocupada), em 19 de dezembro passado.

Ela é acusada de doze delitos, incluído o de agressão (com punho e pés) aos soldados israelenses. No caso de ser considerada culpada pelo tribunal castrense, pode ser condenada a uma pena que vai de um ano e meio a dez anos de prisão.

A menina foi filmada confrontando dois militares israelenses no dia 15 de dezembro, instantes depois de outro soldado disparar à queima roupa contra um primo seu de 15 anos, Mohamed Tamimi, que ficou em estado de coma durante 72 horas em consequência do impacto da bala, que o deixou, após sofrer intervenção cirúrgica, com uma deformação cranial.

De acordo com a advogada Gaby Lasky, de 51 anos, a advogada judia mexicana que defende Ahed Tamimi, o tribunal militar está “buscando provas convincentes” para poder proferir contra a ativista uma sentença exemplar.

Gaby Lasky, que fala espanhol com fluidez (nasceu no México e, aos quinze anos, se mudou para Israel), foi secretária geral da Peace Now, uma organização israelense que trabalha pela paz, o compromisso e a reconciliação com o povo palestino.

A advogada declarou repetidas vezes que “o povo judeu tem direito a um Estado, porém, não a privar outros (os palestinos) do seu”.

Dos dez milhões de palestinos que existem no mundo, ao menos seis milhões se viram obrigados a deixar sua pátria por causa do apartheid e da limpeza étnica praticada por Israel contra seus vizinhos.

Desde que Donald Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e 6 de dezembro passado, os protestos contra essa decisão tiveram como saldo a morte de ao menos vinte palestinos e a prisão de uns 400 meninos e meninas palestinas, que permanecem em cárceres ou centros de detenção israelenses.

(1) Previamente foi informado 21 de março, porém, após ser consultado o pai da menina, Bassem Tamimi, através da Embaixada palestina em Madri, este confirmou que o julgamento será no dia 23 e que correrá, também, de portas fechadas para impedir a entrada de jornalistas locais e estrangeiros. Segundo os analistas, Israel pretende com isso manter desinformada a comunidade internacional do duro processo que se segue contra a adolescente palestina.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=aXGhJarctHA

https://contrainformacion.es/tribunal-militar-israeli-prolonga-carcel-sin-juicio-la-joven-activista-palestina-ahed-tamimi/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)