Solidariedade aos povos vítimas da agressão sionista!

Charge: Mauro Iasi

TODA SOLIDARIEDADE AOS POVOS VÍTIMAS DA AGRESSÃO SIONISTA E COLONIALISTA

As últimas semanas testemunharam um recrudescimento das ações militares israelenses ao longo do Corredor Sírio-Palestino. A ampliação e o aprofundamento da ofensiva belicosa do IDF (Israel Defense Forces) são uma continuidade dos 14 meses de massiva e devastadora ofensiva das unidades terrestres na Faixa de Gaza — o que, para a ampla maioria da opinião pública mundial, configura um genocídio contra o povo da Palestina —, dos bombardeios seguidos por incursões terrestres no território libanês e mais recentemente dos ataques por terra, mar e ar contra povoados, cidades e portos no território sírio.

Nas três situações, as operações de guerra recorrem a diferentes justificativas. No caso da Faixa de Gaza, seriam de atos de retaliação contra as ações de resistência da autodefesa palestina em território sob soberania israelense em 8 de outubro do 2023. Em relação ao Líbano, seriam respostas aos mísseis disparados pelo Hezbollah contra cidades israelenses em apoio à resistência palestina. Finalmente, quanto à Síria, a ofensiva se desenrola na sequência da derrubada do governo de Bashar Al Assad por grupos armados, nucleados por movimentos islamitas militantes diretamente apoiados pela Turquia, pelas monarquias do Golfo Pérsico (Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos) e indiretamente pelos Estados Unidos, além de supostamente pelo próprio Estado de Israel.

De fato, com todas estas ações, o governo de Israel, apoiado pelos governos imperialistas dos EUA e da UE, pretende reorganizar toda a região do Oriente Médio em benefício dos planos sionistas de colonização da Palestina e consolidação do regime de apartheid. É um plano perigoso, que visa enfrentar, desgastar e destruir o regime político do Irã — com o qual aliás, vale enfatizar, não temos nenhuma afinidade política —, um sócio recente do bloco econômico e político dos BRICS, com aspirações factíveis de alcançar o status de potência militar nuclear e submetido, desde a Revolução Iraniana de 1979, a duras sanções econômicas, comerciais e financeiras por parte dos EUA e da UE.

O custo em vidas humanas tem sido incomensurável em todas as situações mencionadas. Após mais de 14 meses de bombardeios indiscriminados contra as populações civis e toda a infraestrutura de transportes, comunicação, saúde e educação na faixa de Gaza, já se contam mais de 45 mil pessoas mortas, em sua maioria crianças, mulheres e idosos. Por estas ações de caráter genocida, o Tribunal Penal Internacional, em rito sumário e condenatório, expediu mandados de prisão contra o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e seu ex-Ministro da Defesa, Yoav Gallant.

No caso do Líbano, até a recente assinatura da trégua entre o comando militar israelense e o Hezbollah, mais de 2.000 cidadãos libaneses haviam sido vitimados. No que concerne ao povo sírio, centenas de pessoas já morreram não apenas em decorrência dos bombardeios da aviação israelense contra embarcações da marinha síria e outras instalações militares, mas também como resultado de ações repressivas das tropas invasoras nas regiões adjacentes à Colina de Golã, ocupadas ilegalmente por Israel desde 1967. Há que se somar a estas ações o envio periódico e intermitente de drones ao território do Irã para a eliminação física de oficiais do exército iraniano e de movimentos armados da resistência palestina, além de ataques aéreos retaliatórios contra o território do Iêmen.

Além de todo este inventário de choques sangrentos geradores, até aqui, de milhares de vítimas, os círculos de extrema-direita que controlam o governo israelense sinalizam sua propensão em amplificar o escopo de suas ações belicosas e intervencionistas.

A queda do regime sírio, que durante décadas se posicionou no campo da resistência ao expansionismo israelense na região, desperta nos círculos sionistas e colonialistas das classes dirigentes e do estado israelense ambições mais elevadas. Trata-se, no plano “interno”, de neutralizar definitivamente a resistência palestina, subdividindo a Faixa de Gaza e estabelecendo o controle direto de Israel sobre as riquezas naturais da região (nomeadamente as reservas da gás), além de ampliar a colonização da Cisjordânia, através da dilatação indefinida de Jerusalém Oriental e do incremento do número e da extensão das colônias judaicas naquele território ocupado.

No âmbito das relações exteriores, os setores mais expansionistas e chauvinistas da sociedade e do Estado israelense alimentam a expectativa de que a futura administração de Donald Trump lhes concederá o apoio necessário para o tão esperado ajuste de contas definitivo contra o governo do Irã, possibilitando à Israel se converter na inquestionável potência militar hegemônica em toda a região do próximo oriente. A simples tentativa de concretização deste intento pode mergulhar o conjunto daquela zona em um conflito de proporções, implicações e resultados que mal podem ser vislumbrados, ativando o risco real de sua disseminação para além dos marcos daquela região, incluindo sua eventual mundialização.

Por outro lado, como tem dado provas a resiliência do povo palestino, setores da sociedade libanesa e mesmo a crescente oposição israelense ao belicismo de seus líderes, nenhum dos projetos expansionistas e hegemonistas anteriormente mencionados poderão ser levados a cabo sem a resistência de setores populares nucleados pelas classes trabalhadoras, contra tais aspirações sombrias. É dever de todos e todas que desejam um mundo de paz, igualdade e cooperação entre os povos se solidarizar ativamente com aqueles que se posicionam na linha de frente desta luta.

Brasil, janeiro de 2025

PCB – Partido Comunista Brasileiro
Secretaria de Solidariedade Internacionalista