74 crianças mortas em Gaza no início de 2025
Uma criança e o pai junto nos escombros na Faixa de Gaza arrasada. Créditos: Eyad El Baba / Unicef
Só na primeira semana do ano, forças sionistas assassinam 74 crianças em Gaza
AbrilAbril
Pelo menos 74 crianças palestinas foram assassinadas pelas forças de ocupação no enclave costeiro na primeira semana de 2025, revelou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Os menores perderam a vida em vários ataques, incluindo incursões noturnas contra as cidades de Gaza e Khan Younis, bem como contra al-Mawasi, uma zona a oeste de Khan Younis designada como «segura» para os deslocados, indicou o organismo das Nações Unidas em comunicado.
«Para as crianças em Gaza, o novo ano trouxe mais morte e sofrimento devido aos ataques, privações e uma maior exposição ao frio», disse a diretora executiva da Unicef, Catherine Russell, que reivindicou um cessar-fogo.
Russell manifestou preocupação com o número de crianças mortas e com aquelas que perderam os seus entes queridos neste «trágico início de ano».
A situação segue sendo trágica, havendo indicações de que oito crianças e recém-nascidos morreram de hipotermia desde 26 de dezembro, deixando em evidência o risco severo que as crianças mais pequenas enfrentam nas atuais condições na Faixa de Gaza.
«A Unicef há muito alerta que o abrigo inadequado, a falta de acesso à nutrição e aos cuidados de saúde, a terrível situação sanitária e agora o inverno põem em perigo a vida de todas as crianças em Gaza. Os recém-nascidos e as crianças com problemas de saúde são especialmente vulneráveis», sublinhou Russell.
A funcionária afirmou ainda que a ajuda que entra no enclave palestino é «lamentavelmente insuficiente para responder às necessidades básicas das famílias».
A ordem civil colapsou em grande medida, com o saque a bens humanitários, enquanto os poucos hospitais operacionais estão sobrecarregados, indicou.
A este propósito, denunciou a destruição de infraestruturas civis, afirmando que «deixaram as famílias com dificuldade de acesso a bens essenciais, incluindo alimentos, água potável, saneamento e cuidados de saúde».
O Hospital Kamal Adwan, que era o único hospital em atividade no Norte de Gaza e com uma unidade pediátrica, deixou de funcionar na sequência de uma operação militar no final do mês passado, que agravou ainda mais as já terríveis condições de assistência médica na região, alerta o texto.
Desde o início da ofensiva sionista contra a Faixa de Gaza, em 7 de outubro de 2023, pelo menos 46.006 palestinos foram mortos – na sua maioria mulheres e crianças – e 109.378 ficaram feridos.