Abraço eterno ao comandante Alfonso Cano!
Caiu recentemente em combate, perseguido com especial sanha pelo regime narco-terrorista colombiano, o comandante Alfonso Cano, sucessor do legendário chefe guerrilheiro fariano Manuel Marulanda Vélez.
A mais alta tecnologia de guerra do capitalismo mundial, executada a partir da experiência criminosa de extermínio de dirigentes revolucionários acumulada pelos Estados Unidos e Israel, possibilitou finalmente – depois de heroicas fugas e audazes combates – o encurralamento e a morte deste bravo e inteligente condutor da insurgência colombiana, após longos e intensos meses de perseguição e acosso.
Caiu com dignidade um lutador exemplar, um militante comunista de toda vida, um talentoso antropólogo e pensador marxista de alto calibre, comprometido com a causa da justiça e da igualdade.
Frente a esse trágico desenlace e a essa dolorosa perda, inclinamos as bandeiras bolivarianas e caamañistas[1] do MC [Movimento Caamañista], com a confiança de que as FARC – cuja poderosa estrutura de combatentes, penetrante influência política no povo humilde e valiosa fonte de quadros, lhe permitiu superar reveses similares – saberá outra vez se recompor deste golpe e continuará seu inestimável batalhar político e militar por uma nova Colômbia.
Essa tem sido a sua história durante quase cinco décadas de existência. E tem sido assim pela justiça da causa que defende – que é a causa da libertação da Colômbia e de toda a humanidade; que é a causa da nova independência e do socialismo na nossa América – e pelas raízes sociais com que conta toda a extensão e amplidão do território colombiano.
História de avanços e retrocessos, de reveses e vitórias, de golpes que logo se transformam em recomposições e avanços maiores.
Agora não será diferente. Porque as FARC têm um corpo forte com muitas cabeças e, sobretudo, muito povo pobre que lhe dá a razão de existir e possibilidade de recuperação constante.
Ocorre essa perda não precisamente em um período de retrocesso político-militar geral, mas de avanços políticos, múltiplos combates e significativo crescimento das mais diversas formas de lutas e articulação de combativos movimentos sociais urbanos e rurais.
Nos alenta sobretudo a juventude colombiana que emerge nas ruas desde as entranhas de um país militarmente ocupado, massacrado e com intervenção.
Há pois razões para pensar na possibilidade de converter este revés em vitória e de espremer esse regime perverso, seus padrinhos imperialistas, o caráter midiático de sua proclamada vitória e a falsidade essencial de seu infundado otimismo.
Honras para o comandante Cano!
Solidariedade com as FARC, o ELN e todas as forças insurgentes!
Estamos juntos ao povo colombiano na sua luta libertária!
Pela Coordenação Geral do MC:
Narciso Isa Conde
Santo Domingo, 7 de novembro de 2011.
ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO BOLCHEVIQUE
Nota:
1- Francisco Alberto Caamaño (1932-1973) foi um militar revolucionário da República Dominicana. Nota do Tradutor.