SOBRE O ASSASSINATO DO COMANDANTE ALFONSO CANO

De quem depende que siga a opressão? De nós.

De quem que se acabe? De nós também.

Que se levante aquele que está abatido!

Aquele que está perdido, que combata!

Quem poderá conter o que conhece sua condição?

Pois os vencidos de hoje são os vencedores de amanhã

e o jamais se converte em hoje mesmo.

Bertolt Brecht

Alfonso Cano, comandante das FARC, foi assassinado pelo exército colombiano com a inestimável ajuda da CIA, a dupla mortal que colocou em marcha o Plano Colômbia para matar os dirigentes políticos da União Patriótica e que, até a presente data, se mantém vigente com o assassinato impune dos dirigentes das FARC.

O governo de Santos, fiel herdeiro de Uribe, continua escrevendo as páginas mais escuras para a paz na Colômbia. Ao mesmo tempo que assassinavam o comandante Cano, povos indígenas de Cauca eram bombardeados, numas das conhecidas manobras governamentais que provocam o contínuo deslocamento, o terror e o medo da população.

O povo possui direito à insurgência, à rebelião ativa contra um governo que oculta fossas com milhares de desaparecidos, que obriga milhões de pessoas a abandonarem seus lugares de origem, que projeta desenvolvimentos energéticos em função da disponibilidade de efetivos militares que assegurem a rapinagem.

Santos começou como Ministro de Defesa com Uribe, demonstrava grande satisfação com os “falsos positivos” até que o assomou uma mínima prudência internacional, aconselhando-o a moderar suas expressões, não suas ações. Hoje se mostra feliz pelo assassinato de um homem inquebrantável, um revolucionário que nunca foi abatido em sua convicção de libertar o povo colombiano.

A insurgência das FARC-EP mantém viva a esperança de libertação frente a um governo tirânico do imperialismo, que assegura seu terrorismo de Estado com a tecnologia militar do South Command norte-americano e do Mossad israelense.

O comandante Cano morreu combatendo pelos direitos do povo colombiano, pela justiça, pelo socialismo.

Hoje, nós comunistas lamentamos a morte de Alfonso Cano, que já faz parte de nossa história libertadora, pertencente aos povos e os povos são invencíveis. Rendemos homenagem a um revolucionário e o fazemos com a certeza da vitória.

Comandante Alfonso Cano: até a vitória sempre!

Madrid, 7 de novembro de 2011

Comitê Executivo do PCPE

Tradução: Maria Fernanda M. Scelza