Bolívia: contra os golpistas, resistência!

imagemAs organizações da esquerda bolivianas abaixo signatárias, em um esforço articulado e no exercício de nossos direitos políticos que pretendem violar – após 37 anos de abertura democrática arrancada pela luta popular e revolucionária às forças obscuras ditatoriais e fascistas – neste momento histórico de luto pelo país, nos pronunciamos:

1. Estamos diante de um golpe de Estado perpetrado em 10 de novembro, planejado e financiado tempos atrás. Estamos diante de um governo de fato de direita e de extrema direita com métodos fascistoides que ficaram a descoberto nacional e internacionalmente, apesar de seu discurso de “defesa da democracia e do voto”. A Bolívia sofreu um golpe cívico-policial-militar. 34 pessoas perderam a vida por balas, há centenas de feridos e mais de mil detidos, produto da brutal repressão da Polícia e das Forças Armadas, que dispararam contra o povo mobilizado. Qualquer que seja o nome dado, seja “transição” ou outro, é DE FATO, o produto de um golpe de Estado e assim nós o identificamos e assinalamos.

2. Os golpistas buscam desmantelar o Estado Plurinacional e as conquistas econômicas e sociais do povo boliviano. Não se trata apenas de um golpe político para arrebatar a vitória eleitoral do MAS sob a acusação de “fraude”, que até agora não foi comprovada e foi desmentida por outros organismos internacionais. Os golpistas têm um projeto mais ambicioso cunhado durante os 13 anos de seu afastamento do poder, qual seja, o de restabelecer o modelo neoliberal, retornar às privatizações, abrir o país ao capital transnacional, entregar nossos recursos naturais e nossas empresas estatais a empresas privadas, especialmente transnacionais. Os golpistas tentam colocar o país e seus recursos a pleno serviço do capital, este é o projeto deles. Portanto, eles não serão detidos com novas eleições !!!!

3. Portanto, devemos nos mobilizar em defesa das conquistas alcançadas. Vigilância e defesa dos direitos sociais, econômicos, políticos, culturais dos movimentos sociais, trabalhadores e da população mais carente. Defesa de empresas estatais, da economia popular, dos recursos naturais, da redistribuição de riqueza, de benefícios e da infraestrutura construída nos 13 anos do Processo de Mudança e de toda conquista setorial que tenha sido alcançada. Isso significa não apenas ter uma opção eleitoral, mas RESISTIR contra a direita e o neoliberalismo em todos os campos e setores.

4. Sendo assim, resistir ao golpismo exige que todo o movimento popular atue na UNIDADE DE AÇÃO mais firme. Acima de nossas diferenças setoriais, regionais, frentistas e partidárias, está a unidade contra um governo de fato que visa destruir o que de melhor foi feito na história de nosso país.

Pela defesa das conquistas dos movimentos sociais! Resistir ao governo de fato! Exercer nossos direitos democráticos e constitucionais!

Bolívia, 29 de novembro de 2019.

Movimento Guevarista – MG

Partido Comunista da Bolívia – PCB

FRECAM

Coluna Sul

Partido Comunista – V Congresso

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)