PCPE – Trabalhar com a perspectiva da unidade comunista

Uma das mais nefastas consequências do triunfo eurocomunista no PCE foi a dispersão da militância marxista–leninista em diferentes grupos, motivada pelo momento e a forma em que cada um abandonou – ou foi expulso – da sigla histórica.

O Congresso de Unidade Comunista no qual nasceu o PCPE, celebrado em janeiro de 1984, modificou a tendência à dispersão e supriu um hiato na unificação dos distintos destacamentos comunistas que defendiam o marxismo – leninismo. Desde então, até os dias de hoje, o PCPE concebe a unidade comunista como um fator essencial de sua estratégia política.

Porém, quando se fala de unidade comunista, não falamos de qualquer tipo de unidade, senão daquela que se assenta nos princípios do marxismo – leninismo, no internacionalismo proletário e em um determinado modelo de partido, o partido de novo tipo, baseado no centralismo democrático. E esse é precisamente o caminho seguido pelo PCPE e a União Proletária que, após anos de intercâmbio de opiniões e de compartilhar tarefas práticas, avançam na atualidade para a unificação orgânica, em uma única organização partidária necessariamente superior à soma das partes.

Em pleno desenvolvimento de uma crise capitalista sem precedentes, que evidencia como nunca os limites históricos do capitalismo, a classe obreira necessita com urgência da unificação de sua vanguarda. O proletariado e os setores populares necessitam de um Partido Comunista em condições de repelir a ofensiva do inimigo, em condições de traçar o caminho da contraofensiva, de articular uma Frente Obreiro e Popular que transforme a crise capitalista em crise revolucionária, para a tomada do poder e a construção do socialismo – comunismo na Espanha.

Nestas condições, nas quais o reformismo se mostra como fiel aliado do sistema em decomposição e defende a ficção de um capitalismo com rosto humano e de uma União Europeia com conteúdos sociais, a unidade é mais necessária do que nunca.

Trabalhar com a perspectiva da unidade comunista é sinônimo de fortaleza do projeto revolucionário e de firmeza nos princípios. É entender que o Partido é um instrumento nas mãos do proletariado, como nos ensinaram Marx e Engels, e que como coletivo social historicamente determinado se encontra em permanente construção.

O PCPE se fortalece com a unidade, e com o PCPE o conjunto da classe obreira. Unidade para aprofundar no conhecimento do socialismo científico; unidade para imprimir um estilo determinado à luta de classes –assentado no confronto-; unidade para a defesa intransigente das experiências de construção socialista no século XX; unidade para confrontar o revisionismo; unidade para fortalecer a classe obreira e rumar para o dia da vitória.

No momento em que se escrevem estas linhas, a UJC de Madri acaba de tornar público umcomunicado no qual anuncia sua ruptura como PCE e sua vontade de iniciar um processo de unidade com os CJC e o PCPE. Desde estas linhas saudamos os camaradas desta organização, cuja decisão constata o importante papel que está sendo chamada a jogar a juventude comunista de nosso país, que nemnos anos noventa, nem no começo do século XXI, se resignou a chafurdar nopântano do revisionismo.

Junto ao papel da juventude comunista, é necessário destacar que os novos tempos confirmam a importância da resistência levada a cabo por quem jamais perdeu a confiança na classe obreira, por quem manteve erguidas as bandeiras vermelhas, por quem sustentou e defendeu-se contra o vento e a maré, nas piores condições, a existência do Partido.

Sem dúvida, os processos assinalados anunciam novos tempos na luta, os da unidade marxista – leninista, requisito imprescindível para colocarmo-nos à altura do caráter da época, a da transição do capitalismo para o socialismo – comunismo.

Venceremos!

http://www.pcpe.es

Tradução: Daniel Oliveira (PCB – Partido Comunista Brasileiro)

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