Pela jornada semanal de 30 horas!

imagemComunistas da Catalunha

A pandemia mostrou que é a classe trabalhadora que sustenta tudo. São os trabalhadores, não os patrões ou os especuladores, que fazem as coisas funcionarem. Podemos encher a geladeira se não houver trabalhadores no campo? Sem operadoras? E sem os armazéns? Sem supermercados ou mercearias? Quem os faz funcionar? Embora agora seja mais evidente do que nunca que é o trabalho que cria riqueza, continuamos com um modelo em que dias intermináveis e horas extras estão na ordem do dia. Os trabalhadores e as trabalhadoras são tratados como máquinas que não se cansam, que não têm uma vida além do trabalho. Temos que superar esse modelo. Colocar a vida no centro não é um slogan vazio de conteúdo, mas uma necessidade urgente.

Além disso, a digitalização e automação de mais setores da economia significa que muitos dos trabalhos repetitivos estão sendo substituídos por máquinas, enquanto a emergência climática exige uma diminuição da mobilidade com veículos particulares. Mas não só existem essas tendências que terão um grande impacto no médio prazo, mas, no curto prazo, como resultado da pandemia, existe a ameaça de que as regulamentações de trabalho temporário se transformem em destruição de empregos. Portanto, além das medidas necessárias para conter o desemprego, como o fim das demissões gratuitas, é preciso promover uma medida que sirva tanto para distribuir trabalho e riqueza, quanto para transformar muitos aspectos de nossa vida. Essa medida é a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, uma proposta sobre a qual se trava um debate em todo o mundo, assim como para condensá-la em 4 dias, visando reduzir a mobilidade e, portanto, a contaminação, melhorar as condições de trabalho e fomentar o consum interno.

A luta pela redução da jornada de trabalho tem sido um dos motores do movimento operário ao longo da história. A conquista da jornada de 8 horas diárias veio depois de grandes lutas e grandes sacrifícios de uma classe trabalhadora organizada, que no caso de nosso país protagonizou uma das mais longas e combativas greves da história com a Greve da Canadenca. Agora é a hora de colocar na mesa novas propostas que melhorem a qualidade de vida da maioria trabalhadora, que articulem sua organização e legítima defesa. A jornada de 30 horas semanais, sem perda de remuneração, condensada em 4 dias, representa não só a forma mais eficaz de criação de novos empregos, mas também incentiva a divisão do trabalho assistencial, limitaria o trabalho a tempo parcial não voluntário que afeta principalmente as mulheres, aumenta o tempo disponível para formação e educação, bem como o tempo de lazer, o que incentivaria o turismo doméstico num momento em que o setor atravessa uma crise de incertezas. Medidas como estas, porém, devem vir acompanhadas da revogação das reformas trabalhistas do PP e do PSOE, e de uma presença maior dos sindicatos nas empresas, o que acaba por representar um fortalecimento da classe trabalhadora na organização da atividade econômica.

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)

Fonte: http://comunistes.cat/elfuturescomunista/treball.html