Retomar o quintal

14/05/2012 09:32

O politólogo e sociólogo argentino Atilio Borón corrobora as advertências do presidente venezuelano, Hugo Chávez, acerca de uma possível intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela.

Em uma entrevista em Buenos Aires transmitida pela Venezolana Televisión, Borón advertiu que os EUA contam com um plano para colocar a região novamente sob sua tutela e o objetivo inicial não é senão tratar de destruir o processo político que Chávez encabeça.

“Utilizará qualquer instrumento a sua disposição”, acrescentou.

Começarão com a Venezuela, o maior obstáculo, e se conseguirem arruinar o processo político de Chávez, nos outros países latinoamericanos será mais simples, segundo Borón.

Recordou, ainda, as 46 bases militares estadunidenses existentes na América Latina e assegurou que os Estados Unidos aplicam várias estratégias destinadas a intervir na região.

O acadêmico e analista político norte-americano James Petras foi o primeiro a dar voz a estas suspeitas, em uma entrevista com a emissora Radio Centenario, de Montevideu, Uruguai, em 2 de maio.

James Petras disse que o presidente Barack Obama, seu antecessor, Bill Clinton e o atual diretor da Agencia Central de Inteligência (CIA), León Panetta, estão planejando ações para derrotar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ante a impossibilidade manifesta de que a oposição possa vencê-lo eleitoralmente no próximo 7 de outubro.

“Está se estruturando um plano para derrotar o presidente Chávez, ante sua iminente vitória nas eleições de 7 de outubro”, precisou.

O próprio mandatário venezuelano também advertiu em sua conta de twitter que “existem planos da oposição para não reconhecer o processo do próximo 7 de outubro, com o apoio dos EUA” e pediu à população venezuelana para “estar alerta e rechaçar qualquer intervencionismo”.

O chefe de Estado da Venezuela, frente às próximas eleições presidenciais do país, supera em todas as sondagens o candidato opositor Henrique CaprilesRadonski.

A estratégia dos EUA tem vários planos contra a América Latina e estes começam pela Venezuela

La Hojilla, domingo, 13 de maio de 2012

O programa La Hojilla, conduzido por Mario Silva, visita a América Latina para iniciar um ciclo de entrevistas especiais com diferentes personalidades de âmbito político, econômico e social para falar sobre o fortalecimento do socialismo nos povos da América do Sul. Em sua primeira edição em Buenos Aires, Argentina, entrevistou-se o cientista político AtilioBorón, reconhecido pelo seu trabalho que reflete de forma clara a importância da revolução socialista no mundo.

Durante a entrevista, Borón fez eco ao pronunciamento realizado recentemente pelo comandante presidente, Hugo Chávez, sobre os ataques contra a América Latina e sobre uma ofensiva imperialista, sobretudo contra a Venezuela: “A estratégia dos Estados Unidos têm vários planos contra a América Latina e estes começam pela Venezuela”, disse o especialista.

Prova disso é a contra-ofensiva do império ao colocar 46 bases militares em toda a região latinoamericana – “há um plano muito claro, apelando a qualquer meio legal ou ilegal para executá-lo”, disse.

Para Borón, a existência de uma imprensa hegemônica que está vinculada aos EUA e conectada com a Sociedade Interamericana de Imprensa (exemplos: o Mercurio no Chile, o Grupo Pisa, entre outros) que financiam transnacionais de comunicação que buscam desqualificar o processo revolucionário latinoamericano, em especial na Venezuela.

Além disso, o especialista assegurou que, na atualidade, os meios de comunicação privados constituem um ramo importante para levar a cabo golpes de Estado, criando climas de desestabilização através de campanhas de terror e substituindo desta forma os partidos políticos tradicionais e as forças armadas. “O recurso aos golpes militares com violência já está obsoleto”, assegurou.

Uma das formas de se contrapor a estas campanhas de terror é gerando uma batalha de ideias, referindo-se ao que foi dito pelo comandante Fidel Castro. Borón destacou as ideias levantadas por Fernando BuenAbad no que diz respeito à consolidação de meios de comunicação alternativos: “o Hojilla é um exemplo de uma forma alternativa de comunicação que quebra o esquema imposto pela mídia”, afirmou.

Com relação à decisão da Venezuela de retirar-se da Corte Interamericana de Direitos Humanos, explicou que foi uma grande decisão, já que rompe com o esquema hegemônico que o governo estadunidense procura impor aos povos latino-americanos. A CIDH é um órgão de que os Estados Unidos não são signatários, por isso a Venezuela tem todo o direito de retirar-se.

Sobre organismos internacionais como a Organização dos Estados Americanos (OEA), qualificou como “um cadáver malcheiroso, em decomposição, e a que deve dar-se uma sepultura cristã”. Com respeito à Organização das Nações Unidas (ONU) explicou que é uma instituição profundamente antidemocrática, que entrou em crise, apesar de ser um foro importante e que não corresponde à realidade de um mundo multipolar. Está convencido de que os países latinoamericanos devem desmontar a dependência destas instituições neoliberais.

Borón crê necessário seguir avançando na consolidação de isntrumentos de integração como são a ALBA, a UNASUR e a CELAC, os quais têm sido impulsionados pelos povos da América Latina sem a ingerência do imperialismo e que são provas confiáveis dos trabalhos de integração iniciados pelo presidente Hugo Chávez e o comandante Fidel Castro que juntos lograram a derrota da ALCA.

Para finalizar, o politólogoBorón considerou o presidente Hugo Chávez como um líder de caráter continental e um dos presidentes mais informados que conheceu. “Glória ao povo venezuelano e ao presidente Hugo Chávez que inspiraram o povo latinoamericano com sua luta”, finalizou.

Mayerlin Bravo Chacón

Petras: EUA têm um plano contra Chávez

O analista estadunidense disse que o presidente norte-americano, Barack Obama, a secretária de Estado, Hillary Clinton e o diretor da Agência Central de Inteligência, León Panetta, planejam a queda do governo de Chávez.

HispanTV/CO – O Governo estadunidense está planejando derrotar o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ante a impossibilidade da vitória da oposição nas eleições presidenciais do próximo 7 de outubro, revelou nesta segunda-feira James Petras, acadêmico e analista político dos Estados Unidos.

“É evidente. Todas as pesquisas mostram que Chávez tem entre 20 e 30% de margem de vantagem sobre a direita e seu candidato, (Henrique) Capriles”, declarou Petras depois de ser perguntado sobre a situação pré-eleitoral venezuelana durante uma entrevista com a emissora Radio Centenario de Uruguay.

O analista estadunidense disse que o presidente norte-americano, Barack Obama, a secretária de Estado, Hillary Clinton e o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), León Panetta, planejam a queda do governo de Chávez, mas não a conseguirão, “por isso agora estão na linha de várias intrigas”.

Para Petras, a princípio, os estadunidenses tratarão de desqualificar a vitória, depois tratarão de desestabilizar o Governo e logo vão tentar ações para provocar a violência.

“Obama é um terrorista. Já vimos como lança guerras contra a Líbia, contra a Síria, ameaça o Irã, utiliza drones para assassinar, tem toda uma biografia de violência. E frente à Venezuela, Clinton, Obama e Panetta, esta troika de mafiosos obviamente está pensando em alguma ação que possa criar o caos neste país”, pontuou o analista norte-americano.

Para concluir, Petras assegurou que Chávez convocou a criação de um Comando para preparar medidas preventivas contra estas ameaças.

Declarações provocativas de Álvaro Uribe contra Chávez e seu governo bolivariano e que podem estar inseridas num contexto de pré-desestabilização da Venezuela. (endereço do vídeo logo a seguir). A emissora de TV que realizou a entrevista é da Colômbia, com acesso nos Estados Unidos e países do Caribe.

http://www.youtube.com/watch?&v=Bu7TeRXPLJQ