Estado espanhol beira os seis milhões de desempregados e 21% da população pobre
Estado espanhol – Prensa Latina – O Estado espanhol terminou o terceiro trimestre de 2012 com quase seis milhões de desempregados, o que corresponde a 25,02 por cento de sua população economicamente ativa, informou nesta sexta-feira (26) o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
A taxa de desemprego superou em setembro o nível de 25 por cento e marcou assim um novo teto histórico desde o início da série em 1976, precisou a Pesquisa de População Ativa divulgada pelo INE.
No período de julho a setembro, o número de desempregados aumentou em 85 mil pessoas em relação ao trimestre anterior (abril a junho), ou 1,5 por cento a mais.
Em relação ao mesmo período de 2011, a cifra total de desempregados cresceu em 799.700.
Segundo a Pesquisa de População Ativa, uma ferramenta que reflete com maior fidelidade a evolução do mercado de trabalho espanhol do que o estudo realizado pelo Ministério do Emprego, a ocupação baixou em 96.900 pessoas no terceiro trimestre.
Dos quase 97 mil empregos destruídos entre julho e setembro, 49.400 pertenciam ao setor público e 47.600 ao privado, o que reflete o corte de pessoal que estão fazendo as administrações públicas para baixar os custos e reduzir o déficit.
Por sua parte, o número de lares com todos os seus membros ativos desempregados, outro indicador para medir o drama deste flagelo, cresceu em quase 313 mil.
21% da população abaixo do nível da pobreza
Vinte e um por cento da população espanhola vive abaixo da linha de risco de pobreza, uma queda de sete décimos com relação a 2011, revelou nesta segunda, em Madri, o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A imperceptível diminuição dessa taxa, que foi de 21,8% em 2011, se explica pelo efeito de estabilidade que proporciona a renda dos cidadãos maiores de 65 anos (têm pensão e moradia já pagas), apesar da redução da remuneração do resto da população.
Dessa maneira, o índice de pobreza daqueles que têm entre 16 e 64 anos subiu de 19,4% do ano anterior a 21%, segundo os dados provisórios da Pesquisa de Condições de Vida 2012 difundida nesta segunda-feira pelo INE.
Um de cada cinco cidadãos residentes no Estado espanhol (21,1%) se encontra abaixo do nivel de risco de pobreza, isto é, vive com menos de 7.355 euros ao ano.
Levadas à cruel realidade, as cifras refletem que as pessoas afetadas por esse flagelo contam com pouco mais de 600 euros ao mês para subsistir.
Os menores de idade são, de fato, os que estão em piores condições: um em cada quatro está nessa situação, indicou o organismo estatal.
De acordo com o estudo estatístico, 12,7% das famílias espanholas chega ao fim de mês com muita dificuldade, frente aos 9,8% de 2011.
A grave crise econômica que atravessa esta nação desde 2008 também faz com que 40% dos lares não tenha capacidade para enfrentar despesas imprevistas, em comparação aos 35,9% do ano anterior.
Além disso, 7,4% se atrasa no pagamento das despesas relacionadas com a moradia como a hipoteca, o aluguel ou as contas de gás e eletricidade.
Quase a metade, 44,5%, não pode sair de férias pelo menos uma semana por ano, porcentagem que se incrementou em 5,6 pontos.
A linha de risco de pobreza está calculada em função da distribuição de renda com respeito ao ano anterior e varia dependendo do tamanho do lar e a idade dos seus integrantes.
Segundo os critérios recomendados pela Eurostat (escritório estatístico da União Europeia), o INE o estabelece a 60% da média de renda por unidade de consumo das pessoas.
No Estado espanhol, a linha de pobreza para uma casa com dois adultos e dois menores, está este ano em 15.445 euros, e em 7355 para um lar de uma pessoa.
A nacionalidade também marca o risco de pobreza, já que entre os espanhóis se localiza em 19,8% e entre a população estrangeira residente neste país se eleva a 26,2%.