Intrigas da elite e expurgos militares: não se trata de sexo, estúpido!
As manchetes afirmam que o director geral da CIA, general David Petraeus, demitiu-se devido a uma relação adulterina com a sua jovem biógrafa e que o general John Allen, do comando supremo das tropas dos EUA no Afeganistão, estava sob investigação e que a sua promoção para comandante principal das tropas estado-unidenses na Europa estava em suspenso por causa, dizem-nos, dos seus comentários “inadequados” no intercâmbio de emails com uma amiga civil. Dizem-nos que um esforçado agente local do FBI, Frederick Humphries Jr,
havia descoberto emails amorosos enviados pelo general Petraeus à sua namorada biógrafa no decorrer da investigação de uma queixa de invasão da privacidade. Com a preocupação de que o “comportamento adúltero” do general pusesse em risco a segurança nacional dos EUA, o agente Humphries, do FBI da Florida, encaminhou as provas a um dos mais poderosos republicanos de Washington, o congressista Eric Cantor, o qual por sua vez passou-as ao director do FBI… levando à demissão de Petraeus.
Por outras palavras, pedem-nos que acreditemos que um simples agente zeloso do FBI, de baixo escalão, fez ruir as carreiras de dois generais de topo dos EUA: um que é responsável pela principal agência global de inteligência, a CIA, e o outro que está no comando das forças dos EUA e de aliados no principal teatro de confrontação militar – só com base na infidelidade e brincadeiras de namoriscos!
Nada poderia ser mais ilógico à primeira vista.
Na esfera de organizações hierárquicas rígidas, como os militares ou a CIA, onde a actividade e comportamento de funcionários subordinados é dirigida centralmente e qualquer investigação está sujeita a autorização por responsáveis superiores (muito especialmente a que respeita à intromissão nas correspondências privadas de altos responsáveis da CIA e de operações militares estratégicas), a ideia de que um agente solitário possa operar por conta própria é ridícula. Um agente “cowboy” simplesmente não poderia iniciar uma investigação de alvos tão “sensíveis” como o chefe da CIA e um general numa zona de combate activa sem autorização ao mais alto nível ou uma rede de políticos operacionais com uma agenda muito mais vasta. Isto tem implicações políticas muito mais profundas do que o descobrimento de um caso sexual trivial entre dois adultos com autorizações de segurança, apesar da afirmação do agente de que a fornicação constitui uma ameaça para os Estados Unidos.
Aqui, estamos claramente em águas profundas. Isto envolve intriga política ao mais alto nível e tem profundas implicações na segurança nacional, envolvendo a direcção da CIA e operações clandestinas, relatórios de inteligência, despesas de muitos milhares de milhões de dólares e esforços estado-unidenses para estabilizar regimes clientes e desestabilizar regimes alvo. Relatórios de inteligência da CIA a identificar aliados e inimigos são críticos para modelar a política externa global dos EUA. Qualquer mudança no topo do comando operacional do império pode ter e tem importância estratégica.
A “remoção” do general Allen, o comandante militar responsável pelo Afeganistão, a principal zona de operações militares dos EUA, ocorre num momento crucial, com a programada retirada forçada de tropas de combate estado-unidenses e quando os “cipaios” afegãos, os soldados e oficiais do regime fantoche de Karzai, estão a mostrar grandes sinais de insatisfação é claramente um movimento político da mais alta importância.
Quais são as questões políticas por trás da decapitação destes dois generais? Quem beneficia e quem perde?
Ao nível global, ambos os generais têm sido apoiantes resolutos do Império estado-unidense, especialmente quanto aos componentes militares da construção do império. Ambos continuam a executar e apoiar a série de guerras lançada pelos presidentes Bush e Obama contra o Afeganistão e o Iraque, assim como as numerosas guerras por procuração contra a Líbia, Síria, Iémen, Somália, etc. Ambos os generais ficaram conhecidos por terem publicamente tomado posições impopulares entre certas facções chave da elite do poder estado-unidense.
Como director da CIA, o general Petraeus foi um grande apoiante das guerras por procuração na Líbia e na Síria. Nesses esforços promoveu uma política de colaboração com regimes islâmicos de direita e movimentos de oposição islâmica, incluindo o treino e armamento de fundamentalistas islâmicos a fim de derrubar alvos escolhidos, sobretudo regimes seculares no Médio Oriente. No prosseguimento desta política, Petraeus teve o apoio de quase todo o espectro político dos EUA. Contudo, Petraeus estava bem consciente de que esta “grande aliança” entre os EUA e os regimes e movimentos islâmicos de direita para assegurar a hegemonia imperial exigiriam recalibrar as relações dos EUA com Israel. Petraeus via que a proposta de Netanyahu de guerra com o Irão, suas sangrentas tomadas de terra nos Territórios Ocupados da Palestina e o bombardeamento, expulsão e assassínio de grande número de palestinos todos os meses eram um passivo pois Washington desejava apoio dos regimes islâmicos no Egipto, Tunísia, Turquia, Afeganistão, Paquistão, Estados do Golfo, Iraque e Iémen.
Petraeus dizia isto implicitamente em declarações públicas e, por trás de portas fechadas, advogava a retirada do apoio estado-unidense à violenta expansão dos colonatos de Israel na Palestina, instando mesmo o regime Obama a pressionar Netanyahu a alcançar algum acordo com a moldável liderança de Abbas, cliente dos EUA. Acima de tudo, Petraeus apoiou os jihadistas violentos na Líbia e na Síria enquanto se opôs a uma guerra de iniciativa israelense contra o Irão, a qual, ele intuía, polarizaria todo o mundo muçulmano contra a aliança Washington-Tel Aviv e “provocaria” os fundamentalistas islâmicos abastecidos pelos EUA a virarem suas armas contra os seus patrões da CIA. A política imperial, segundo a visão do mundo do general Petraeus, estava em conflito com a estratégia de Israel de fomentar hostilidade entre regimes e movimentos islâmicos contra os EUA e, especialmente, a promoção do estado judeu de conflitos regionais a fim de mascarar e intensificar sua limpeza étnica dos palestinos. Central à estratégia israelense e apresentando a ameaça mais imediata à implementação da doutrina de Petraeus era a influência da configuração de poder sionista (ZPC) dentro e fora do governo estado-unidense.
Tão logo se tornou conhecido o relatório do general Petraeus que chamava Israel de “passivo estratégico”, a ZPC entrou em acção e forçou Petraeus a retratar-se das suas declarações – pelo menos publicamente. Mas, uma vez tornado chefe da CIA, Petraeus continuava a política de trabalhar com regimes islâmicos de direita e armá-los e fornecer inteligência a fundamentalistas jihadistas a fim de derrubar regimes seculares independentes, primeiro na Líbia e a seguir na Síria. Esta política foi colocada sob o foco das atenções em Bengazi com a morte do embaixador dos EUA na Líbia e de vários operacionais da CIA/Forças Especiais por terroristas apoiados pela CIA o que levou a uma crise política interna, pois republicanos chave do Congresso quiseram explorar o fracasso diplomático da administração Obama. Eles visaram especialmente o embaixador dos EUA na ONU, Susan Rice, cujos esforços atabalhoados para encobrir a fonte real dos ataques em Bengazi minaram a sua nomeação para substituir Hilary Clinton como secretária de Estado.
O general Petraeus enfrentava pressão crescente de todos os lados: da ZPC pelo seu criticismo de Israel e aberturas a regimes islâmicos, dos republicanos sobre a derrocada de Bengazi e do FBI sobre a investigação pessoal da sua namorada e difamações alardeadas nos media. Ele “confessou” um “caso sexual”, bateu continência e renunciou. Ao assim fazer, sacrificou-se a fim de “salvar a CIA” e a sua estratégia de construção de aliança a longo prazo com regimes islâmicos “moderados” enquanto molda alianças tácticas de curto prazo com jihadistas para derrubar regimes árabes seculares.
O operacional político chave por trás da operação de alto nível do FBI contra Petraeus foi o líder da maioria da Câmara, Eric Cantor, que cinicamente afirma que as epístolas românticas do general representam uma ameaça à segurança nacional. Dizem-nos que o congressista Cantor transferiu solenemente os emails e relatórios que havia recebido do “Polícia solitário” do FBI, o agente Humphries, ao director do FMI, Mueller, ordenando a Mueller que actuasse na investigação ou enfrentasse o seu próprio inquérito do Congresso.
O congressista Cantor é um zeloso defensor crónico da doutrina “Israel em primeiro lugar” e foi hostil ao relatório de Petraeus e à avaliação do general do Médio Oriente. O agente Humphries, baseado na Florida, não era apenas um velho detective consciencioso: Ele é um notório islamófobo empenhado em encontrar terroristas debaixo de toda a cama. Seu direito à fama (ou infâmia) foi ter preso dois muçulmanos, um dos quais, afirmava ele, estava a preparar-se para bombardear o aeroporto de Los Angeles, ao passo que o outro alegadamente planeava um bombardeamento separado. Num viés judicial, inabitual nesta era de operações vigorosas, ambos os homens foram absolvidos das acusações por falta de provas, embora uma fosse condenado por publicar uma relato de como detonar uma bomba com um brinquedo de criança! O agente Humphries foi transferido do estado de Washington para Tampa, Florida – sede do Central Command (CENTCOM) militar dos EUA.
Apesar das claras diferenças de posição e localização, há afinidades ideológicas entre o líder da maioria Cantor e o agente Humphries – e possivelmente uma antipatia comum para com o general Petraeus. Preocupações acerca da sua islamofobia e fanatismo ideológico podem explicar porque o FBI rapidamente arrancou o agente Humphries da sua missão de intromissão obsessiva nos emails do director da CIA, Petraeus, e do general Allan. Sem se deter com as ordens dos seus superiores no FBI, o agente Humphries foi directamente ao outro fanático, o congressista Cantor.
Quem se teria beneficiado com o afastamento de Petraeus? Um dos três principais candidatos à sua substituição como chefe da CIA é Jane Harmon, antiga congressista da Califórnia e sionista ultra-fanática. Em outra reviravolta da justiça, em 2005 aquela congressista foi capturada numa fita gravada pela National Security Agency a contar a pessoal da embaixada de Israel que utilizaria a sua influência para ajudar dois responsáveis da AIPAC que haviam confessado passar documentos classificados dos EUA à Mossad israelense, se a AIPAC pudesse arrebanhar votos suficientes no Congresso para fazê-la presidente (Chairwoman) da US House Committee on Intelligence, um acto que beira a traição e pelo qual nunca teve de prestar contas. Se ela assumisse esta posição, a remoção de Petraeus da direcção da CIA podia representar o maior “golpe constitucional” na história dos EUA: a nomeação de um agente estrangeiro para controlar a maior, mais mortífera e mais rica agência de espionagem do mundo. Quem beneficiaria com a queda de Petraeus? Em primeiro lugar e acima de tudo, o Estado de Israel.
As insinuações, difamações e fuga de investigação de emails privados do general Allen giram em torno das questões que levantou sobre a política estado-unidense de presença militar prolongada no Afeganistão. A partir da sua experiência prática o general Allen reconheceu que o exército fantoche afegão não é confiável: centenas de estado-unidenses e outros soldados da NATO foram mortos ou feridos pelos seus colegas afegãos, desde soldados rasos às mais altas patentes da segurança afegã, as tropas “nativas” e oficiais que os EUA supostamente treinaram para uma muito propagandeada “transferência de comando” em 2014. A mudança de ânimo do general Allen sobre a ocupação afegã foi em resposta à influência crescente dos talibãs e outros apoiantes da resistência islâmica que infiltraram as forças armadas do Afeganistão e agora têm controle quase total dos distritos rurais e urbanos, mesmo junto a bases dos EUA e da NATO. Allen não acreditou que uma “força residual” de treinados militares dos EUA pudesse sobreviver, uma vez retirado o grosso das tropas estado-unidenses. Numa palavra, ele favorecia, após mais de uma década de guerra perdida, uma política de cortar as perdas dos EUA, declarando “vitória” e abandonando para reagrupar sobre terreno mais favorável.
Militaristas civis e neo-conservadores no Executivo e no Congresso recusam-se a reconhecer a sua vergonhosa derrota com uma retirada plena dos EUA e uma provável rendição a um regime talibã. Por outro lado, eles não podem rejeitar abertamente a penosa avaliação realista do general Allen e, certamente, não podem menosprezar a experiência do supremo comandante da forças terrestres dos EUA no Afeganistão.
Quando, neste contexto político carregado, o raivosamente islamofóbico agente do FBI “tropeçou” nas correspondências pessoais afectivas entre o general Allen de uma femme fatale da alta sociedade, Jill Kelly, os neocons e militaristas civis provocaram uma campanha de difamação através de jornalistas amarelos no Washington Post, New York Times e Wall Street Journal insinuando outro escândalo sexual – desta vez envolvendo o general Allen. O clamor dos neocon e mass media militaristas forçou o invertebrado presidente Obama e o alto comando militar a anunciar uma investigação do general Allen e a adiar audiências no Congresso sobre a sua nomeação como chefe das forças dos EUA na Europa. Se bem que o general retenha tranquilamente o seu comando supremo das forças dos EUA no Afeganistão, ele tornou-se um oficial derrotado e desgraçado. A sua perícia e visão profissional a respeito do futuro das operações dos EUA no Afeganistão já não será mais levada a sério.
Perguntas chave não respondidas em torno das intrigas da elite e dos expurgos militares
Uma vez que é absurda para qualquer americano pensante a versão pública de um lobo solitário, de baixo escalão, fanaticamente islamofóbico e agente incompetente do FBI que por acaso “descobriu” um escândalo sexual que levou à desacreditação ou renúncia de duas das mais altas patentes entre militares e responsáveis da inteligência, várias questões políticas chave com profundas implicações para o sistema político dos EUA precisam ser tratadas. Estas incluem:
1. Que responsáveis políticos, se é que algum, autorizou o FBI, uma agência de segurança interna, a investigar e forçar a renúncia do director da CIA?
2. Terão as actuais estruturas da polícia de estado, com os seus procedimentos de espionagem generalizada e arbitrária levado nossas agências de espiões a espiarem-se umas às outras a fim de expurgar o pessoal de topo da outra? Será como uma porca a devorar os seus próprios rebentos?
3. Quais foram as prioridades reais dos intermediários do poder político que protegerem o insubordinado agente do FBI Humphries depois de ele ter desafiado ordens de responsáveis de topo para cessar de se intrometer na investigação do director da CIA?
4. Quais são as ligações do agente do FBI Humphries, se há alguma, com os políticos neocon, sionistas e islamofóbicos e outros operacionais de inteligência, incluindo a Mossad israelense?
5. Apesar da efusiva louvação de Obama do seu brilhante “guerreiro-académico” no passado, porque ele imediatamente “aceitou” (ou seja, foi forçado) a renúncia do director da CIA após a revelação de algo tão banal na vida civil como o adultério? Quais são as questões políticas mais profundas que levaram ao expurgo preventivo de Petraeus?
6. Por que questões e disputas políticas críticas são resolvidas sob a capa da chantagem, difamação e assassinato de carácter, ao invés de debates e discussões abertas, especialmente sobre matérias relativas à opção do país de “aliados” estratégicos e tácticos, assim como a condução de guerras além-mar?
7. Será que o expurgo e a humilhação público de militares de topo dos EUA já se tornou uma forma aceitável de “punição pelo exemplo”, um sinal dos militaristas civis de que quando se trata de lidar com a política no Médio Oriente o papel dos militares é não questionar e sim seguir as suas directivas (e as de Israel)?
8. Como pôde uma colaboradora confirmada da Mossad israelense e fanática sionista como Jane Harmon emergir como uma “candidata principal” na substituição do general Petraeus como director da CIA, dias após a sua renúncia? Quais são as ligações políticas, passadas e presentes, entre o congressista Eric Cantor (o fanático líder do bloco pró Israel no Congresso, que encaminhou os ficheiros não autorizados do agente Humphries acerca de Petraeus ao director do FBI, Muellar) e da influente sionista Jane Harmon, uma eminente candidata à substituição de Petraeus?
9. Como a remoção do Petraeus como director da CIA e a possível nomeação de Jane Harman para encabeçá-la aprofundarão a influência e controle israelense da política estado-unidense para o Médio Oriente e as aberturas dos EUA para com países islâmicos?
10. Como a humilhação do general Allen afectará a “retirada” dos EUA do desastre no Afeganistão?
Conclusão
O expurgo de generais e responsáveis de alto nível de postos importantes da política externa e diplomática dos EUA reflecte uma nova decadência dos nossos direitos constitucionais e dos restos de procedimentos democráticos: é a prova poderosa da incapacidade de liderança ao mais alto nível para resolver conflitos intestinos sem sacar fora as “facas longas”. O avanço do estado policial, onde agências de espionagem expandiram amplamente o seu poder político sobre os cidadãos, evoluiu agora para o policiamento e expurgo da liderança uns dos outros: o FBI, a CIA, o Ministério do Interior, a NSA e os militares estenderam a mão e construíram alianças com os mass media, executivos civis e responsáveis do Congresso bem como poderosos “lobbies” de interesses estrangeiros a fim de ganhar poder e alavancagem em busca das suas próprias visões de construção do império.
O expurgo do general Petraeus e a humilhação do general Allen constituem uma vitória dos militaristas civis que são apoiantes incondicionais de Israel e portanto opõem-se a regime islâmicos “moderados”. Eles querem uma presença militar ampliada e a longo prazo dos EUA no Afeganistão e alhures.
O factor real de precipitação deste feio “combate no topo” é a desintegração do império estado-unidense e como tratar os seus novos desafios. Os sinais de decadência estão por toda a parte. A imoralidade militar é desenfreada, os medalhados generais sodomizam seus subordinados e amassam riqueza via pilhagem do tesouro público e contratos militares; políticos são comprados e vendidos por doações financeiras milionárias, incluindo agentes de potências estrangeiras, e interesses estrangeiros determinam a política externa crítica dos EUA.
O descrédito do Congresso dos EUA é quase universal – mais de 87% dos cidadãos estado-unidenses condenam a Câmara e o Senado como prejudiciais ao bem-estar público, servidores do seu próprio enriquecimento e escravos da corrupção. As elites económicas são repetidamente envolvidas em trapaças maciças de investidores a retalho, possuidores de hipotecas e outros. Corporações multinacionais e aqueles fabulosamente ricos empenham-se em fugas de capitais, engordando as suas contas além-mar. O próprio executivo (o sempre sorridente presidente Obama) envia esquadrões da morte clandestinos e terroristas-mercenários para assassinar adversários num esforço para compensar a sua incapacidade para defender o império através da diplomacia das tradicionais forças militares no terreno, ou para apoiar novos estados-clientes. O compadrio é generalizado: há uma porta giratória entre a Wall Street e o Tesouro dos EUA e os oficiais do Pentágono. A apatia pública e o cinismo são generalizados. Aproximadamente 50% do eleitorado nem mesmo vai votar em eleições presidenciais e, entre aqueles que votam, mais de 80% não espera que os seus eleitos honrem as suas promessas.
Militaristas civis agressivos ganharam controle de postos chave e estão cada vez mais livres de quaisquer constrangimentos constitucionais. Enquanto isso os custos dos fracassos militares e explosivos orçamentos de espionagem, segurança e militares levantam voo ao mesmo tempo que os défices fiscais e comerciais crescem. Combates de facções entre cliques imperialistas rivais intensificam-se, expurgos, chantagem, escândalos sexuais e imoralidade em altos escalões tornaram-se a norma. Os discursos democráticos são ocos: a ideologia do estado democrático perdeu credibilidade. Já nenhum americano sensato acredita mais nisso.
Haverá uma vassoura suficientemente grande para limpar este imundo estábulo de Augias? Será que um “Hércules colectivo” emergirá de toda esta intriga e corrupção com a fortaleza e carácter e empenho para dirigir esta tarefa revolucionária? Certamente a liquidação e humilhação brutal de altos militares americanos por conta dos “falcões-galinha” militaristas civis e seus interesses estrangeiros deveria fazer com que muitos oficiais repensassem a sua própria carreira, lealdade e compromisso para com a Constituição.
22/Novembro/2012 O original encontra-se em www.globalresearch.ca/
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