Volta dos leilões de petróleo é crime de lesa-Pátria, denunciam petroleiros de SP
Goveno anunciou a autorização para ser realizado o 11º leilão de áreas de exploração do petróleo
por: O Portal do Mundo do Trabalho transcreve abaixo o editorial do jornal do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo.
Volta dos leilões de petróleo
O governo anunciou no dia 10, a autorização para ser realizado o 11º leilão de áreas de exploração do petróleo. O último leilão havia ocorrido em dezembro de 2008.
A proposta do governo é leiloar 172 blocos até maio; desses blocos, metade encontra-se em terra, a parte marítima dos blocos está fora do pré-sal, mas isso não significa que a maior descoberta energética brasileira do século 20 esteja segura.
Privatização
Um dos argumentos utilizados para a retomada dos leilões foi a necessidade de novos investimentos, em um momento em que a Petrobrás e o Brasil enfrentam dificuldades.
Esse é um argumento falacioso, pois a privatização de áreas do petróleo não traz resultados imediatos. O problema maior, no entanto, é a míope visão governamental que se joga nos braços dos interesses das companhias privadas ao sabor dos ventos.
A presidente Dilma Roussef já foi presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, conhece a empresa, seu potencial e sabe, muito bem, que estrategicamente é um péssimo negócio para o país: desnacionaliza nossas riquezas naturais e, consequentemente, a soberania do país, a longo prazo remete dividendos para fora do Brasil, enquanto o país perde capacidade estratégica de definir suas políticas. Um dos pilares da contenção de tendência de alta de inflação, por exemplo, foi a decisão política de segurar o preço dos combustíveis; isso foi possível porque a Petrobrás é uma empresa pública, se todo o setor estivesse privatizado, o governo jamais conseguiria manter essa política, que tanto ajudou o Brasil.
Pré-sal
O atual leilão não contempla áreas do pré-sal, mas o governo já anunciou que deve liberar até dezembro a autorização para privatização de blocos no pré-sal.
Apesar de o sistema de partilha, aprovado no Congresso, configurar um cenário menos danoso do que o de concessão (modelo utilizado no governo FHC, mantido por Lula nos primeiros leilões, mas modificado para as áreas do pré-sal), é irresponsabilidade política abrir mão da soberania de uma área que ainda sequer se dimensionou o potencial de exploração.
Novamente, no quesito privatização, o governo Dilma Roussef se mostra na contramão dos interesses nacionais, privatizou os aeroportos – e os custos ainda serão sentidos pela população – e, agora, retoma a privatização das áreas de gás e petróleo, um retrocesso que poderá custar caro para o país. Leiloar é privatizar, vamos lutar e denunciar esse crime de lesa pátria.
(informa CUT)