Pela Petrobrás 100% estatal!
Que o petróleo seja verdadeiramente nosso!
No final da década de 1940, quando o presidente militar daquela vez tentou aprovar o “Estatuto do petróleo” que revogaria o caráter soberano da legislação do petróleo, conquistada com muita movimentação popular, o PCB já estava lá liderando os setores populares que pressionavam o legislativo em favor do monopólio estatal do petróleo. Assim nasceu a campanha “O Petróleo é Nosso”, que tomou as ruas para garantir os interesses estratégicos do povo brasileiro. Lutamos mesmo na completa ilegalidade, junto ao povo, num processo político que teve sua culminação na criação da Petrobrás em 1953. Naquele tempo, a mídia empresarial também jogava contra, querendo favorecer o capital estrangeiro, enquanto os setores populares batalhavam por uma Petrobrás que pertencesse integralmente ao povo.
Hoje, novamente, os inimigos do povo se levantam e vão tentando dar um golpe de misericórdia nessa empresa, que é, sem dúvidas, a empresa mais importante desse país, e que sempre agiu como uma locomotiva do desenvolvimento e da empregabilidade. Desde o período FHC, o desmonte e venda fracionada dos ativos energéticos do povo vêm se intensificando. Com a velha desculpa da eficiência do mercado, vão se aproveitando da situação catastrófica que vive o povo brasileiro para entregar tudo que podem, a toque de caixa, na mão dos seus amigos da Faria Lima e de Wall Street.
Arthur Lira, cumprindo seu papel de serviçal da burguesia compradora nacional e de seus patrões maiores em Washington e Bruxelas, propôs, para burlar a legislação vigente, a venda direta de ações da Petrobrás em poder do BNDES e BNDESPar. Para Lira, segundo o qual a Petrobrás não tem função social, seria melhor que a empresa passasse para mãos privadas, para que a política de preços da companhia não desgastasse ainda mais o governo federal.
Em seguida, Bolsonaro envia ao congresso projeto de lei que, na prática, acaba com o chamado regime de partilha, permitindo entregar na mão de petroleiras estrangeiras o percentual dos contratos do pré-sal que estão sob controle da Petrobrás, ampliando a entrega já realizada com Temer e José Serra imediatamente após o golpe parlamentar em 2016, entregando de vez o retorno à sociedade que o pré sal nos permitiria. O fim do atual regime tira toda soberania da sociedade brasileira em gerir os seus ativos energéticos, deixando nas mãos das bolsas de valores estrangeiras o controle sobre um dos mais vastos reservatórios de petróleo do mundo, e os rumos desse país e desse povo. Com base na experiência de privatizações como a da BR Distribuidora, sabemos que mais que uma “venda”, teremos uma doação. E tomando outros casos como referência, como o exemplo da Vale, sabemos que os estrangeiros e burgueses brasileiros embolsarão os lucros, enquanto ficaremos nós a cavar os corpos de nossos entes queridos do meio da lama.
Mais uma vez, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a corrente sindical Unidade Classista (UC) vêm convocar os nacionalistas, os setores populares, e todos aqueles que defendem os interesses do povo comum, trabalhador, que acorda todo dia antes do sol nascer para fazer esse país funcionar, a nos mobilizarmos para derrotar os mercadores de nossa miséria. Responsáveis por mais de 600 mil mortes na pandemia, pelo diesel, gasolina e gás de cozinha mais caros da história. E que agora querem entregar o controle da única empresa pública do Brasil que pode nos guiar em direção a um país sem miséria, tecnologicamente desenvolvido e justo.
Para protegermos a Petrobrás e os interesses do povo brasileiro, nós da Unidade Classista defendemos que a empresa, e todo o setor energético, sejam 100% estatais, e estejam sob gestão dos trabalhadores da indústria do petróleo e escrutínio direto de conselhos populares deliberativos. Esta é a única maneira de garantirmos que o interesse dos brasileiros se sobreponha às negociatas de gabinete feitas pelos burgueses em conluio com seus asseclas dentro do Estado brasileiro.
O petróleo continua sendo nosso. Resta a nós termos a coragem de fazermos valer essas palavras, nas ruas, custe o que custar.
_Unidade Classista dos Petroleiros_