80 anos da Federação Sindical Mundial

Trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo na luta pela Paz!

Coordenação Nacional da Unidade Classista

A Federação Sindical Mundial (FSM) foi fundada em Paris em 3 de outubro de 1945. O Primeiro Congresso Sindical Mundial (Paris, 3 a 8 de outubro de 1945), que votou pela criação da FSM, contou com a presença de delegados representando 67 milhões de trabalhadores de 56 organizações nacionais de 55 países e 20 organizações internacionais. O Primeiro Congresso Sindical Mundial foi precedido pela Conferência Sindical Mundial, realizada em Londres de 6 a 17 de fevereiro de 1945, que realizou grande parte do trabalho preparatório. A Conferência de Londres contou com a presença de 204 delegados de 53 organizações nacionais e internacionais, representando 60 milhões de trabalhadores em todo o mundo.

O Congresso de Paris da FSM falava em nome dos trabalhadores e das trabalhadoras do mundo, organizados/as em sindicatos, que desejavam um mundo livre de guerras e injustiças sociais. A fundação da FSM foi, portanto, vista como indicativa da nova era que se abrira com a derrota do fascismo pelas mãos da aliança antifascista dos povos. Novas organizações das massas, da classe trabalhadora em particular, eram necessárias. Daí a necessidade de uma unidade sindical em escala mundial, já que a paz que a classe trabalhadora pretende não é tão somente ausência de guerras, mas resultado da justiça social, da soberania popular e da dignidade para aqueles que trabalham.

A luta pela Paz Mundial é mais que necessária nos dias atuais

Hoje, com a intensificação de novos e antigos conflitos militares, como na Palestina e na Ucrânia, numa era em que a economia de guerra é a agenda dos imperialistas e as despesas militares disparam, enquanto o fascismo, o racismo e a xenofobia avançam, mais do que nunca a luta pela Paz é uma necessidade. O movimento sindical internacional classista permanece sendo contrário a planos e intervenções de guerra.

A FSM condena veementemente a decisão da cúpula da OTAN de 2025 de aumentar os gastos militares dos seus membros a níveis sem precedentes, com os membros da OTAN sendo obrigados a gastar 5% do seu PIB em “defesa”, o que é mais do que o dobro da meta anterior de 2%. Além disso, os gastos militares aumentam em todas as regiões, mesmo com saltos percentuais de dois dígitos em algumas, nomeadamente na Europa e no Oriente Médio, enquanto 15 países gastam cerca de 75% dos gastos militares globais, o que é de mais de 2 trilhões de dólares, exacerbando o confronto e aumentando o risco de um conflito imperialista generalizado e uma guerra com consequências terríveis.

Exigimos o fim imediato e incondicional de todas as guerras e intervenções imperialistas em todo o mundo. Afirmamos a exigência de dissolução da OTAN e de todas as coligações militares, e a abolição total das armas nucleares. Lutamos pelo cessar-fogo imediato e o fim da guerra na Ucrânia, no Iêmen, no Sudão e em todas as zonas de guerra, no Oriente Médio e em outros lugares. Condenamos e denunciamos a continuação do crime indescritível contra o povo palestino! Exigimos o fim do genocídio, as práticas de limpeza étnica e o uso da fome como tática de guerra. Intensificamos nossa luta contra as campanhas armadas israelenses e a agressão contra o Líbano, a Síria e o Irã, pelo fim da ocupação e dos colonatos nos territórios árabes ocupados, garantido o direito de retorno dos refugiados e o estabelecimento de um estado palestino independente nos termos de 1967, com Jerusalém Leste como sua capital.

Repudiamos o embargo a Cuba e exigimos o fim desta política que visa alterar a inquebrantável vontade do povo cubano através da pressão econômica e da fome. Exigimos também que Cuba seja retirada da lista de países patrocinadores do terrorismo. Pelo fim da política imperialista dos EUA de “América para os estadunidenses”! Cuba Vive e Resiste graças à solidariedade internacional antiimperialista. Também exigimos respeito pelo povo haitiano, o primeiro do mundo a realizar uma revolução anti-racista vitoriosa. Os povos da América Latina e do Caribe vivem e resistem!

Exigimos justiça ambiental e medidas firmes e imediatas de combate às alterações climáticas, provocadas pela procura desenfreada de lucro por parte dos grandes conglomerados econômicos e financeiros que, de fato, dominam a economia política internacional. A transição energética e a descarbonização da economia são uma exigência neste século para salvar a humanidade e a todas as formas de vida na Terra. Denunciamos as bigtechs e todas as empresas das potências imperialistas que extraem e comercializam dados humanos, interferindo nos processos de comunicação e deliberação política dos povos, divulgando fake-news que alimentam os fascismos e movimentos de ultra-direita.

Exigimos respeito total à soberania, à independência e ao direito de cada povo escolher o seu próprio caminho e decidir livremente pelo seu presente e seu futuro. Opomo-nos com toda nossa força à estratégia da economia de guerra, a todos os governos burgueses que escolhem e pavimentam este caminho. Condenamos o racismo, o patriarcado e todas as formas de violência e opressão contra os povos, as nações, os grupos étnico-raciais, o povos originários, a islamofobia, o racismo religioso, o ódio contra as mulheres e as sexualides e gêneros não normativos, as pessoas com deficiência, a discriminação etária, ao ódio aos pobres e todas as formas de apartheid e intolerância por qualquer motivo. Exigimos justiça de transição, memória, verdade, justiça e reparação por todos os crimes de terrorismo de Estado praticados pelas ditaduras militares-empresariais nos países do Cone Sul da América Latina. A FSM conclama trabalhadores e trabalhadoras e e sindicatos militantes em todo o mundo a amplificar a voz do internacionalismo e da luta de classes em busca de uma paz duradoura contra a agressão imperialista, o fascismo e a barbárie capitalista.

Brasil, 3 de outubro de 2025

Coordenação Nacional da Unidade Classista

Unidade Classista, futuro socialista!