Mineradora do bilionário Eike Batista ameaça “enxugar” fonte de água da RMBH

O sistema de abastecimento de água da capital mineira e região metropolitana está comprometido pela exploração minerária na área de nascentes do rio Manso, em Brumadinho, na Grande BH. O alerta faz parte de um inquérito policial que apura crimes ambientais praticados desde 2011 pela mineradora MMX, do grupo EBX, do bilionário Eike Batista.

A empresa estaria bombeando água, sem autorização, na região conhecida como Serra Azul, às margens da BR-381. Também é investigada pela extração mineral e abertura de vias internas de acesso em Áreas de Preservação Permanente (APPs), protegidas pela legislação.

Dependência

A água é o principal insumo do setor, presente em quase todas as etapas do processo, do resfriamento e diluição até a lavagem do mineral.

Os prejuízos ao meio ambiente causados pela captação ganham proporções maiores quando há assoreamento no leito e nas margens da nascente, danos constatados na área da MMX.

Quadro crítico que requer medidas drásticas, segundo laudo de uma perícia feita no local em maio de 2011, ao qual o Hoje em Dia teve acesso. “No sentido de promover a proteção dos cursos d’água em questão e a utilização dos recursos naturais de forma sustentável, os peritos sugerem a imediata paralisação das atividades constatadas junto ao empreendimento”, consta no texto.

O documento, que integra as mais de 4 mil páginas do inquérito de 13 volumes, é assinado por dois peritos criminais e aponta inúmeras irregularidades, como a “presença de várias vias internas de acesso implantadas em topos de morro, encostas íngremes e margens de cursos d’água”, que configuram APPs.

A captação de água da nascente que abastece o Sistema Rio Manso também foi registrada. “A barragem do Quéias fora implantada junto à drenagem do córrego Quéias, interceptando consequentemente este recurso hídrico. Além da função de contenção de finos de minérios carreados da sua região de montante, esta barragem fornecia água para a empresa investigada”, informa.

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Fonte: Jornal Hoje em Dia

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