Goebbels, ‘a mentira repetida mil vezes’ e um entreguista do PCdoB
O Partido “comunista” do Brasil não poderia ter escalado melhor, dentre seus dirigentes, aquele que iria destilar mais lorota acerca dos 91 anos de fundação do Partido Comunista no Brasil. Haroldo Lima personifica como poucos – à estatura de um Aldo Rebelo – as atuais linha e prática políticas da agremiação.
Destacado quadro da Ação Popular – o PcdoB atual – foi o homem designado por seu partido para articular as mamatas e negociatas com a entrega do petróleo brasileiro quando esteve à frente da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Necessário, pois, demarcar diferenças: enquanto Haroldo entregava as reservas do país a investidores privados nacionais e estrangeiros, em leilões realizados com canapés em belíssimos hotéis do Rio de Janeiro, a militância do nosso aguerrido PCB reencontrava os cassetetes e sprays de pimenta da PM na frente desses mesmos hotéis, em manifestações contra o entreguismo organizado pelo “comunista” (sic).
Haroldo escreveu réplica a texto do camarada Antônio Carlos Mazzeo acerca da apropriação indébita que o PCdoB faz da história dos comunistas brasileiros.
O vendilhão lesa-pátria cita inúmeros comunistas que nada tiveram a ver com a história do PcdoB, fundado em 1962, para dizer que a estratégia de roubar a história do PCB continuará e os incomodados que se calem.
Haroldo – e seus antigos “camaradas” da AP que hoje comandam o PcdoB– talvez não saibam, mas tiram nota 10 como alunos do professor Goebbels e sua manjada aula de que “uma mentira repetida mil vezes vira verdade”. Sucesso de marketing e publicidade! Já de história, que é a pauta desse debate…
Nela, Haroldo e seus escritos não ocuparão nem as latas de lixo. Já viraram chorume, a escorrer sobre – e emporcalhar – biografias alheias.
O escriba ainda demonstra total repulsa a adjetivações. A herança da formação na esquerda cristã deve ter deixado para o “posteriori” a leitura de clássicos como Marx e Lênin e sua ferrenha luta contra o oportunismo no movimento operário. Sorte nossa termos a rica língua portuguesa para afirmar: se fossem vivos, como esses dois próceres da revolução proletária qualificariam a trajetória política do dirigente pecedobista nos últimos 10 anos: lacaio, entreguista, lambe botas de empresários? Apostamos que de todas as formas.
Sobre a tentativa de qualificar o PCB como partido residual e desimportante, é preciso afirmar: o PCdoB sente saudades da década de 90 e início dos anos 2000, quando em mais uma reviravolta errática e sem autocríticas de sua história, inseriu-se no Movimento Comunista Internacional afirmando em reuniões bilaterais que só havia agora o PcdoB, pois o PCB tinha acabado. Nos últimos anos, seus informes aos partidos irmãos sobre a conjuntura brasileira escondiam – por motivos óbvios – inclusive o papel de Haroldo Lima à frente da ANP.
Como Pinóquio, envergonham-se de terem sua mentira desmentida com a presença cada vez mais marcante do PCB no cenário das lutas anti-imperialistas. A falácia ruiu. Dessa forma, passam a tergiversar e negar sobre sua trajetória.
É ela é uma: enquanto nega a História, o PCdoB nada pode aprender com ela. Pratica hoje no Brasil, como se a conjuntura permitisse a um partido realmente comunista, a política da Declaração de Março de 1958 e a resolução do V congresso do PCB. Foge de suas origens como o diabo da cruz.
Se João Amazonas fosse vivo…
Paulo Schueler é integrante do Comitê Central do PCB