Indústria armamentista em júbilo com o agravamento da crise no Oriente Médio

A Força Aérea de Israel realizou o segundo bombardeio na Síria, mais  precisamente, na capital Damasco, em pouco mais de 48 horas. No ataque  deste domingo (5), os habitantes de Damasco acordaram ao som de potentes  explosões ouvidas em quase toda a capital.

O pretexto do governo extremista de Benyamin Netanyahu foi o de  interceptar supostos armamentos fornecidos pelo Irã e que seriam  entregues do grupo Hezbollah, no Líbano. Dois aviões israelenses,  segundo informações divulgadas pela Telesul, foram atingidos quando  sobrevoam espaço aéreo libanês.

A situação na região se agrava e analistas internacionais já preveem o  agravamento da crise síria, uma vez que os bombardeios israelenses,  provavelmente com o sinal verde do Pentágono, podem ser o início de uma  ofensiva de países ocidentais contra a Síria.

O governo Barack Obama tem afirmado reiteradamente que o governo Hafez  Assad pode estar utilizando armas químicas contra os opositores. Israel  já tinha dito o mesmo.

Nesse sentido, vale reproduzir o que disse Carla Del Ponte, da Comissão  das Nações Unidas que investiga crimes de guerra na Síria. Segundo ela,  há provas, ainda não conclusivas, de que quem utiliza armas químicas,  gás sarin, na Síria, são os insurgentes e não as forças fiéis ao regime  de Bashar al Assad.

Carla Del Ponte, ex-procuradora geral do Tribunal Penal Internacional  para os crimes na ex-Iugoslávia, uma figura no caso insuspeita para  acusar os rebeles anti-Assad e cujas conclusões devem ser divulgadas a  qualquer momento, não deveria ser ignorada pelos meios de comunicação  daqui do Brasil, como foram até agora suas declarações sobre o tema.

A crise no Oriente Médio é extremamente grave e pode descambar para um  conflito generalizado e de grande proporções, que afetará todas as  regiões do mundo.

Há setores do Pentágono e do governo de Netanyahu interessados em uma  guerra. A indústria da morte, a que produz armamentos, está em plena  carga. Rejubila-se com as crises, porque significam mais lucros para o  setor.

Pouco antes dos mais recentes bombardeios israelenses contra a Síria – já  tinha ocorrido um antes em janeiro -, a imprensa estadunidense havia  anunciado que essa indústria havia aperfeiçoado um míssil com condições  técnicas de atingir o alvo de uma usina nuclear iraniana, que Israel  acusa de estar sendo preparando uma bomba nuclear, mas Teerã assegura o  desenvolvimento de programa para fins pacíficos.

Quem deseja a paz no mundo deve repudiar todo o tipo de saída bélica  para conflitos, como querem Israel e o Pentágono. Pretextos não faltam  para justificar qualquer tipo de ação, como as mais recentes.

Resta agora aguardar o desenrolar dos acontecimentos e esperar que vozes  mais sensatas evitem a deflagração de um nova guerra que provocará, como  sempre acontece, um número incalculável de vítimas.

Fonte: RedeDemocratica