Entidades criticam leilão de xisto em audiência pública
Petroleiros, ambientalistas e representantes de diversos movimentos sociais questionam a necessidade da realização do leilão do gás de xisto e apontam os perigos potenciais do fraturamento hidráulico. Assista aos depoimentos da audiência pública na TV Petroleira.
A Agência Nacional de Petróleo realizou uma audiência pública nesta quinta (21), para debater critérios para perfuração e extração do gás de xisto através da técnica de fraturamento hidráulico ou fracking. A técnica, um método bastante polêmico, consegue acessar as rochas sedimentares de folhelho no subsolo e, consequentemente, explorar reservatórios que antes eram inatingíveis.
Representantes de entidades contra a exploração de gás de xisto criticaram o método apresentado durante a audiência. O vice-presidente da Aepet e do Clube de Engenharia, Fernando Siqueira, se referiu a exploração do xisto no Brasil como um “modismo norte-americano” e condenou o método por oferecer riscos ao meio ambiente. “Não podemos permitir esse processo licitatório em função de vários motivos. Por conta do uso de tecnologia não comprovada, pelo registro de abalos sísmicos em regiões após o uso da técnica de fraturamento hidráulico e, principalmente, pelo risco de contaminação da água e do solo”, alertou Siqueira.
O diretor do Sindipetro-RJ, Francisco Soriano, manifestou preocupação com a ausência de legislação e regulamentação do leilão de xisto, “sem marco regulatório falta base jurídica para questões práticas, como o licenciamento ambiental das áreas e quem tem direito sobre o gás no subsolo”, e completou, “vamos entrar com uma ação judicial para barrar esse leilão”.
O processo licitatório para a exploração de áreas de gás natural convencional e não convencional está previsto para o final de novembro. A ANP vai colocar à disposição 240 blocos exploratórios terrestres distribuídos em 12 estados do país. As reservas de gás em terra podem ultrapassar as do pré-sal.
A campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso, em conjunto com ambientalistas e outros movimentos sociais, realizará paralisações e atos públicos contra o leilão do gás de xisto em todo o país, no próximo dia 28 de novembro.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
http://apn.org.br/w3/index.php/manchetes/urgente/6031-entidades-criticam-leilao-de-xisto-em-audiencia-publica