Kiev decide utilizar mercenários estrangeiros para dominar a Ucrânia oriental Dmitry Rogulin / ITAR-TASS

Uma fonte informa que Turchynov crê que as forças da ordem nas regiões orientais não têm condições para resolver a questão do movimento pró-russo. A notícia de que irão empreender a contratação de mercenários para tal tarefa carecerá de confirmação. Mas é inteiramente coerente com o que se sabe das figuras que o golpe instalou no poder e dos meios a que recorrerão para lá se manterem.

As autoridades ucranianas planeiam recorrer à empresa militar privada dos EUA Greystone Limited para reprimir o ambiente de protesto entre a população maioritariamente russófona do leste do país.

Segundo o Serviço de Segurança Ucraniano serão utilizados mercenários em actividades de investigação política e de protecção da segurança do estado, dada a incapacidade das forças de segurança ucranianas para agirem sobre os dirigentes e activistas do movimento independentista pró-russo. Esta iniciativa foi avançada pelos oligarcas Ihor Kolomoyskyi, co-proprietário do PrivatBank da Ucrânia, e Serhiy Taruta, chefe do sindicato industrial de Donbass, uma bacia carbonífera na Ucrânia oriental, quando estes magnatas dos negócios foram nomeados governadores na região ucraniana central de Dniepropetrovsk e da região ucraniana oriental de Donetsk, respectivamente. Uma fonte do Serviço de Segurança Ucraniano que participou numa recente reunião especial presidida pelo presidente interino indicado pelo parlamento Oleksandr Turchynov referiu este facto.

“Turchynov crê que as forças de segurança nas regiões orientais não têm condições para resolver a questão do movimento pró-russo, e portanto decidiram ir buscar mercenários estrangeiros”, disse aquele agente da segurança. “No debate acerca da forma de agir Kolomoyskyi disse que era “desnecessário reinventar uma bicicleta”, porque “existem pessoas concretas que sabem como e quanto pagar”.

O serviço de segurança Greystone está registado nas ilhas Barbados. A empresa recruta pessoal de diferentes nacionalidades através da sua subsidiária Satelles Solutions Inc. A empresa promete aos seus clientes fornecer os “melhores militares do mundo” para desempenhar tarefas em todo o mundo, incluindo operações de grande dimensão.

A empresa privada militar Greystone Limited foi criada há 47 anos e tem raízes britânicas, uma vez que foram comandos SAS britânicos quem registou a estrutura organizativa básica de mercenários em 1967. A empresa era chamada WatchGuard International e atraiu as atenções sobre si após uma primeira operação de grande escala abortada – um atentado contra o dirigente líbio Muammar Kadhafi em 1971. Depois disso reorganizou-se integrando já comandos SEAL dos EUA na reserva no decurso da guerra dos EUA no Iraque em 2003-2011, em que operações de vulto recorreram activamente a serviços Greystone. Actualmente Greystone Limited é um dos ramos de um grande império mercenário nos EUA que muda constantemente de nome, uma vez que se chamou Blackwater até 2009, depois Xe Services and Academi, e agora US Training Center. Assassínios, disparos sobre manifestações, contrabando de armamento são parte do seu sombrio rasto em todos os pontos de conflito no Médio Oriente, Ásia e África. Agora chega a vez da Ucrânia.

Não existe informação exacta acerca do volume do mercado dos serviços militares privados, mas é estimado em 200 milhares de milhões de dólares anuais. Oficiais EUA de alta patente têm sempre ocupado lugares-chave no império dos soldados da fortuna – oriundos do Gabinete de Estado EUA do Contra terrorismo, do Centro de Contra terrorismo da CIA e dos serviços de informações EUA.

DNIEPROPETROVSK, 25 Março /ITAR-TASS/