Israel-EUA: Essas são as regras do jogo

imagemElson Concepción Pérez/Resumen Medio Oriente/Granma, 19 de novembro de 2015 – O primeiro-ministro israelense Benjamín Ne­tanyahu viajou aos EUA com a finalidade de manter a vultosa ajuda militar e financeira norte-americana ao seu país.

O primeiro-ministro israelense Benjamín Ne­tanyahu fez uma nova visita a Washington por esses dias. Ali, na Casa Branca – ainda angustiada pela negativa israelense de reconhecer o pacto nuclear com o Irã –, reiterou o compromisso norte-americano de apoiar Tel Aviv e manter a vultosa ajuda militar e financeira de sempre, algo superior aos 3.000 milhões de dólares ao ano.

Essas são as regras do jogo de uma relação entre a potência imperial e seu fiel aliado, que serve de ponta de lança na política norte-americana para o Oriente Médio.

Os Estados Unidos, em todo caso, ignoraram que justo no momento de sua visita soldados israelenses estavam matando palestinos em Ga­za e na Cisjordânia, somando mais perdas civis a esse grande cemitério no qual estão convertendo os territórios árabes.

Todavia, a comunidade internacional recorda um dos últimos massacres contra os palestinos, que somou mais de 1.100 civis mortos, sendo deles 377 crianças.

Enquanto as matanças se fazem habituais, Israel continua construindo assentamentos judeus nos territórios ocupados, onde já habitam quase um milhão de colonos. Não menos de dez milhões de palestinos tiveram que abandonar suas terras e radicar-se em outros países ou viver como párias, ameaçados de morrer pelos diários ataques das forças sionistas.

Ao longo desta contenda existem três aspectos que marcam o devir histórico da mesma. Em primeiro lugar, a impunidade de Israel, que atua em seus espaços contra uma população palestina indefesa, que apenas reclama o direito de viver em sua própria pátria.

Outro aspecto é a aliança, com o maior dos apoios financeiro e militar por parte dos Estados Unidos às autoridades de Tel Aviv. E um terceiro elemento é a forma vergonhosa com que tanto Israel como os EUA ignoram a ONU e suas dezenas de resoluções que condenam a ocupação israelense e exigem o cessar da agressão. Inclusive, em 29 de novembro de 2012, a ONU reconheceu a Palestina como “Estado observador”, com a aprovação da comunidade internacional.

Tampouco importa a Tel Aviv e Washington que 70% dos membros da Assembleia Geral da ONU (134 de 192) reconheçam a Palestina como um Estado. Porém, por um lado estão a ONU e a reivindicação internacional, por outro a nação sionista e seu protetor norte-americano.

Recorremos a BBC Mundo, que escreve: “Não existe nenhum país no mundo que receba mais dinheiro dos EUA para sua segurança que Israel. O último acordo entre Washing­ton e Tel Aviv de ajuda para a defesa de Israel foi assinado pelos governos de George W. Bush e Ehud Ol­mert, em 2007. Eram 30.000 milhões de dólares por dez anos, de 2009 a 2018, sem contar os quase 700 milhões que os EUA investiram no “Domo de ferro”, o programa antimísseis israelense”.

Porém, Netanyahu quer mais e em tal missão viajou agora para Washington, onde advogou por ampliar a ajuda por outra década e aumentar a soma entre 4.000 e 5.000 milhões de dólares anuais.

Israel quer isto como um pacote de compensação militar pelo acordo nuclear obtido com o Irã e assim poder manter sua vantagem militar sobre os outros países do Oriente Médio, explica John Sopel, editor da BBC para Estados Unidos.

Não podemos esquecer que Israel se opõe firmemente ao acordo que alcançaram em julho seis grandes potências – EUA, França, Reino Unido, Rússia, Alemanha e China – com Teerã. Agora Netanyahu quer usar esse pretexto para que a Casa Branca continue o ajudando e financiando.

A esse respeito e para que não existam dúvidas, Obama reiterou a ideia de que “a assistência militar que proporcionamos não é só uma importante parte de nossa obrigação com o Estado de Israel, mas também é uma parte importante da infraestrutura de segurança dos Estados Unidos na região”.

Já no ano de 2014, o mandatário estadunidense aprovou uma ajuda de outros 225 milhões de dólares para que Israel continuasse fortalecendo seu “Domo de ferro”.

Se somarmos toda a ajuda militar de Washing­ton a Israel desde 1962, esta ascende a 124.300 milhões de dólares, segundo se constata em um informe atual do Congresso estadunidense.

Um exemplo que devia envergonhar ao menos as autoridades norte-americanas é que em 2014, dos 3.000 milhões de dólares facilitados a Is­rael, apenas 15 milhões foram empregados em assuntos de saúde, educação e migratórios. O resto foi um presente para adquirir novas e mais sofisticadas armas com as quais se pretende eliminar a população palestina.

A ONU, no entanto, se desgasta aprovando resoluções e reivindicações que depois não são cumpridas, enquanto em Gaza e na Cisjordânia continua o massacre. Não importa se Ne­tan­yahu está em Tel Aviv ou em Washington; seus soldados continuarão sendo fieis cumpridores de uma ordem: exterminar palestinos em nome da segurança nacional de Israel e EUA.

Fonte: http://www.resumenlatinoamericano.org/2015/11/20/israel-eeuu-esas-son-las-reglas-de-juego/

Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)