Mês
janeiro 2010

A LUTA DOS POVOS AMAZÔNICOS NO PERU

Crédito: Rádio Mundial COORDENADORA POLÍTICO SOCIAL NOTA À IMPRENSA Informe oficial sobre Bagua, uma afronta ao país, ao povo amazônico e a todos nós. A Coordenadora Político Social (CPS) transmite à opinião pública nacional e internacional sua mais profunda indignação pelo conteúdo do Informe Oficial sobre os eventos de Bagua, orquestrados pelo Governo de Alan García Pérez, que encobre os verdadeiros responsáveis pelos fatos ocorridos em 05 de junho de 2009, que de maneira mal-intencionada acusa os povos amazônicos como responsáveis diretos pelas mortes e por ter se deixado manipular por elementos “externos” como os partidos de oposição, um setor da Igreja e a imprensa independente.

Haiti: eis o que é imperialismo e o que é subimperialismo

Crédito: XXX Duarte Pereira Está-se consumando a crônica anunciada e previsível da nova ocupação do Haiti pelos Estados Unidos, desta vez aproveitando o terremoto que devastou o país e sua capital. Os Estados Unidos já desembarcaram 11 mil militares no país. Ontem, com tropas armadas e uniformizadas para combate, transportadas em helicópteros de guerra, ocuparam o palácio presidencial em Porto Príncipe. O aeroporto, não esqueçamos, continua sendo controlado e operado pelos Estados Unidos, que hastearam sua bandeira no local e decidem que aviões podem pousar. Nos últimos dias, deram prioridade a suas aeronaves, principalmente militares, prejudicando o desembarque da ajuda enviada por outros países e por organizações não-governamentais. A prioridade foi a segurança, não a vida da população haitiana, principalmente pobre. O ministro francês da Cooperação, Alain Joyandet, chegou a protestar: “Precisamos ajudar o Haiti, não ocupá-lo.” É verdade que, tendo cumprido o cronograma inicial de desembarque de suas tropas, os Estados Unidos poderão autorizar, nos próximos dias, o pouso de um número maior de aviões de outros países, com técnicos e equipamentos para remoção de destroços, médicos e remédios para atendimento dos feridos, água e alimentos para a população desabrigada e desempregada. A essa altura, porém, a possibilidade de encontrar pessoas soterradas com vida será mínima e excepcional.

O suposto atentado ao avião

Crédito: Latuff No cenário mundial existem seis processos de inevitável desfecho em curto prazo: a resolução social da crise econômica mundial (com o seu epicentro nos EUA e na Europa), o ataque militar contra as usinas iranianas, a escalada no Afeganistão com a ocupação militar do Paquistão, as ações militares contra o Sudão, a Somália e o Iêmen, novo conflito armado no Cáucaso ou na Eurásia (como parte do teatro da Guerra Fria EUA-Rússia) e um ataque “terrorista” (ou vários) semelhantes ao 11 de setembro na Europa ou nos EUA. Em todos os casos, o “terrorismo” (uma arma estratégica da guerra de Quarta Geração) irá agir como um gatilho de eventos e unificador dos acontecimentos que se avizinham no teatro de conflitos internacionais para a preservação da ordem imperial regente.

A lição do Haiti

Crédito: Latuff Fidel Castro Ruz (publicado por Cuba Debate) Há dois dias, por volta das 18 horas, hora de Cuba, já de noite no Haiti por sua localidade geográfica, as emissoras de televisão começaram a divulgar noticias de que um violento terremoto, com magnitude de 7,3 graus na escala Richter, havia arrasado severamente Porto Príncipe. O fenômeno sísmico se originou numa falha tectônica situada no mar, numa distância de apenas 15 quilômetros da capital haitiana, uma cidade onde 80% da população habita casas pouco resistentes, construídas de tijolos e barro.

Paraguai: Espaço Unitário – Congresso Popular

Crédito: Espaço Unitário Declaração da Plenária Nacional Resoluções 1 – A chamada crise entre os Poderes Legislativo e Judiciário é na realidade um elemento a mais do plano de desestabilizador que se opõe ao desenvolvimento do processo de mudanças favoráveis à maioria popular no Paraguai. De fato, é parte da crise que vem se agravando desde o pacto para a Constituinte de 1992. Ambos os poderes vem assumindo atitudes ditatoriais. Neste sentido, logo da resolução da sessão extraordinária de 02 de janeiro passado, somada à posição da Suprema Corte de Justiça na noite de 04 de janeiro, dão ao Congresso Nacional a condição de super poder, ao erigir-se como controlador dos demais poderes sem ter ele mesmo um controlador.

O Haiti é um laboratório para os militares brasileiros

Crédito: Latuff Otávio Calegari Jorge* A noite de ontem foi a coisa mais extraordinária de minha vida. Deitado do lado de fora da casa onde estamos hospedados, ao som das cantorias religiosas que tomaram lugar nas ruas ao redor e banhado por um estrelado e maravilhoso céu caribenho, imagens iam e vinham. No entanto, não escrevo este pequeno texto para alimentar a avidez sádica de um mundo já farto de imagens de sofrimento. O que presenciamos ontem no Haiti foi muito mais do que um forte terremoto. Foi a destruição do centro de um país sempre renegado pelo mundo. Foi o resultado de intervenções, massacres e ocupações que sempre tentaram calar a primeira república negra do mundo. Os haitianos pagam diariamente por esta ousadia. O que o Brasil e a ONU fizeram em seis anos de ocupação no Haiti? As casas feitas de areia, a falta de hospitais, a falta de escolas, o lixo. Alguns desses problemas foram resolvidos com a presença de milhares de militares de todo mundo?

O pântano argentino: o irresistível desenvolvimento da crise de governabilidade

Crédito: Carta Maior A queda ou degradação integral do governo kirchnerista seria uma ótima notícia para os norte-americanos, pois enfraqueceria o Brasil e reduziria o espaço político da Venezuela, Equador e Bolívia. A recente crise envolvendo o Banco Central mostra mais uma vez a ação de uma nova direita argentina, uma força heterogênea, quase caótica, sem grandes projetos visíveis, impulsionada pelos grandes meios de comunicação que operam como um “partido midiático” extremista. Sua base social é um agrupamento muito belicoso de classes médias e altas que constituíram uma lumpen-burguesia onde se interconectam redes de negócios legais e ilegais. A análise é de Jorge Beinstein. Jorge Beinstein*

HAITI – SÉRIO DEMAIS PARA JOBIM BRINCAR DE GENERAL

Crédito: ww.spdc.blogger.com.br Laerte Braga O jornalista Gilberto Scofield, do jornal THE GLOBE – no Brasil O GLOBO – em contato telefônico com o noticiário EM CIMA DA HORA, edição das 20 horas de quinta-feira, dia 14 de janeiro, disse, entre outras coisas, que não viu as forças “humanitárias” das Nações Unidas coordenando qualquer operação de resgate de vítimas, socorro a desabrigados, feridos, distribuição de alimentos, água, remédios, que o caos é absoluto. E um detalhe. Segundo o jornalista as forças “humanitárias” estavam guardando propriedades privadas. Não de trabalhadores haitianos, mas de banqueiros, empresários, figuras do governo e latifundiários.

A hora da verdade

Crédito: Latuff Mário Albuquerque* É preciso que as pessoas, individualmente, e a ampla gama de organizações sociais, profissionais e políticas, que não perderam a memória do quanto custou à nação brasileira a reconquista do Estado Democrático de Direito, fiquem atentas e engajem-se, sob variadas formas, nessa nova e decisiva fase que visa completar e consolidar a construção da moderna democracia brasileira iniciada com a Constituinte de 1988, que é proporcionada pelas propostas contidas no Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH). O que está em jogo é uma questão simples: o direito do povo brasileiro a ter acesso à verdade sobre sua história. Há uma parte dessa história que está abafada e diz respeito à atuação do Estado brasileiro em relação aos cidadãos que não aceitaram a ilegalidade da ruptura da ordem constitucional democrática, em 1964, por parte de um segmento militar e civil da sociedade brasileira, e se recusaram a submeter-se ao regime ilegítimo, imposto pela força, numa usurpação do poder legítimo oriundo das urnas.

Antígona e os limites do poder civil

Crédito: Mythology Marcello Cerqueira* Etéocles e Polinices, filhos de Édipo, matam-se em duelo pelo governo de Tebas. Creonte assume o trono de Tebas e condena Polinices a não ser enterrado, seu corpo serviria de pasto para os cães e as aves de rapina, como exemplo para os que, no futuro, intentassem contra seu governo. Revolta-se Antígona, sua irmã. Quer enterrar o seu morto porque, sem os ritos sagrados, a alma do irmão vagaria pelo mundo sem descanso. Desafia Creonte e enterra o irmão com as próprias mãos. As leis dos homens não podem contrariar as leis divinas. Creonte a manda matar. É assim que Sófocles narra a tragédia de Antígona, representada em 422 ou 421 a.C.