PC de Israel, McCarthy ainda está vivo em Israel

PC de Israel, McCarthy ainda está vivo em Israel: Knesset vota inquérito contra grupos de Esquerda acusados de “deslegitimar” as forças armadas

http://www.maki.org.il , e-mail: interelations@maki.org.il

O pleno do parlamento Israelense (o Knesset) votou em 5 de Janeiro uma ordem ao Comitê da Casa para debater o estabelecimento de uma comissão parlamentar de inquérito contra as organizações israelenses de esquerda que participaram nas “campanhas de deslegitimização dos soldados das Forças de Defesa de Israel”.

A iniciativa, idealizada pelo Ministro fascista das Relações Exteriores Yvette (Avigdor) Liberman (da facção Yisrael Beiteinu), anunciada, primeiramente, para investigar a origem da fundação desses grupos. A comissão irá, essencialmente, averiguar onde esses grupos estão conseguindo seus fundos, particularmente se esse dinheiro “está vindo de Estados estrangeiros ou, até mesmo, organizações acusadas de envolvimento em atividades terroristas”.

A aprovação da proposta por Knesset vem depois que o Advogado Geral, Yehuda Weinstein, deliberou, em agosto, que nenhuma investigação poderia se iniciar contra tais grupos. A iniciativa foi recebida com indignação pelo Hadash (a Frente Democrática pela Paz e Igualdade – Partido Comunista de Israel) e grupos de direitos humanos.

A discussão no Knesset foi de acusações, cheia de apartes e interrupções. Um número significativo de seguranças foi disponibilizado para evitar altercações físicas entre os membros da oposição do Knesset.

MK Fania Kirshenbaum (Yisrael Beiteinu), que apresentou a proposta, alegou durante o debate que os grupos selecionados para a investigação assim o foram para serem acusados de ações estrangeiras acusadas de deslegitimizar Israel e seus oficiais.

“Esses grupos providenciaram material para a comissão Goldstone (a qual investiga os assassinatos na guerra de Gaza) e estão por trás dos indiciamentos apresentados contra os oficiais israelenses”, disse Kirshenbaum, se referindo a uma série de mandados de prisões emitidos ao longo dos anos passados.

“Eles estão tentando silenciar as pessoas que administram as relações exteriores do Estado de Israel”, ela declarou. “Essas organizações são responsáveis por intitularem os soldados israelenses como criminosos de guerra e encorajar difamações”.

Nas suas apresentações, Kirshenbaum apontou um grupo no qual ela diz que foi para escolas locais israelenses para convencer os pupilos de que “se alistarem nas forças armadas israelenses não é ético” e para informá-los como se livrarem do alistamento. Enquanto o Yisrael Beiteinu garantiu maioria em favor da proposta antes dela ter sido levada a voto, a questão despertou a ira dos grupos de direitos humanos e, também, de partidos de esquerda.

MK Dov Khenin (Hadash), líder e membro do Partido Comunista de Israel, interveio energicamente nas duas moções, falando que o McCarthismo “começou da mesma maneira que está começando aqui – com organizações. Mais tarde se espalhou para o cinema e a cultura e aniquilou pessoas como Charlie Chaplin, Bertold Brecht e outros. Nós devemos seguir este caminho”. Presidente do Hamash, MK Muhammad Barakeh, adicionou: “Essa é uma proposta do (Avigdor) McCarthy Lieberman. Esse é um dia obscuro para o Knesset. Outro dia obscuro do fascismo e do racismo”. De acordo com Barakeh: “A campanha de perseguição contra os direitos humanos e os grupos de direitos dos cidadãos alcançou uma nova baixa”.

Dezesseis grupos de direitos humanos assinaram uma carta aberta protestando contra a iniciativa, incluindo a Associação pelos Direitos Civis em Israel (ADCI), B’Tselem, Yesh Din, Machsom Watch, o Comitê Público contra a Tortura, a Coalisão Feminina pela Paz, Adalah, Centro Mossawa, Ir Amim, Físicos pelos Direitos Humanos e Kav Laoved – Grupo de Auxílio aos Trabalhadores Migrantes. “Investigue a nós todos, não temos nada a esconder.

No próximo sábado haverá uma manifestação de massa em Tel-Aviv contra o McCarthismo e o fascismo em Israel, liderada pelo Hadash e pelo Partido Comunista de Israel.

Traduzido por Mariângela Marques