Fidel Castro acusa as grandes potências de “carnificina” de cientistas iranianos
O ex-presidente cubano diz que os Estados Unidos, Israel e Grã Bretanha converteram essa prática em “política oficial”.
O ex-presidente cubano Fidel Castro assegurou que potências como Estados Unidos, Israel e Grã Bretanha organizaram uma “carnificina” de cientistas iranianos e afirmou que essa prática se converteu em “política oficial”.
“Não recordo outro momento da história em que o assassinato de cientistas se converteu em política oficial de um grupo de potências equipadas com armas nucleares”, indicou Castro em um artigo divulgado por meios oficiais, com o título de “O que diria Einstein?”.
Castro denuncia que esses países aplicam sua política em uma nação muçulmana que não pode competir com eles em tecnologia, mas “podia superá-los muitas vezes em disposição de seus cidadãos para morrer em qualquer instante se Irã decidisse aplicar aos profissionais de seus adversários a mesma fórmula absurda e criminosa”.
O líder cubano se refere em seu texto aos atentados que em novembro de 2010 causaram a morte em Teerã do cientista nuclear iraniano Mayid Shariari, e deixaram ferido seu colega Fereydoun Abbasi.
O governo de Teerã responsabilizou deste ataque aos serviços secretos dos Estados Unidos, Israel e Reino Unido, e de forma indireta à própria ONU.
Além disso, Irã pediu em dezembro passado ao secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança, que condenassem os atentados contra seus cientistas nucleares e recordou que o país tem o direito internacional a usar energia nuclear com fins pacíficos.
“Existem outros graves acontecimentos relacionados com a carnificina de cientistas, organizados por Israel, Estados Unidos e Grã Bretanha, e outras potências contra os cientistas iranianos, sobre os quais os grandes meios de comunicação não informam a opinião mundial”, afirma Fidel Castro em seu artigo.
O ex-presidente, que cita em seu texto várias das reportagens publicadas pelos meios internacionais sobre o caso, também critica Israel e diz que hoje seus líderes “praticam o genocídio e se associam com a força mais reacionária do planeta”.
“Se não fora a revolução iraniana (…) hoje o Xá do Irã, estaria dotado de armas nucleares e seria o baluarte principal do império ianque e da OTAN nessa região tão estratégica e imensamente rica em petróleo e gás para o abastecimento seguro dos países mais desenvolvidos do planeta”, sinaliza Castro, e adiciona que se trata de “um tema inesgotável”.
Traduzido do espanhol por Coletivo Paulo Petry, núcleo do PCB/UJC em Cuba.