O Estado da União

Era esperado com interesse o discurso do presidente Obama sobre a matança em Tucson, Arizona, havida quatro dias antes. Seis mortos e 14 feridos, entre estes a jovem congressista Gabrielle Giffords, eleita pela terceira vez e opositora da lei anti-imigração daquele estado, que é parte do território tomado do México, na injusta guerra de 1848.

A população do Arizona, como a do resto dos Estados Unidos, reagiu com indignação. Sua conduta foi, sem duvida, correta, e eu me expressei neste sentido. Nunca duvidei dos fatores éticos que são características dos povos, independente da política dos governos.

Se o discurso de Barack Obama foi omisso quanto à incrível demonstração de primitivismo que reflete do uso generalizado e, praticamente, irrestrito de armas de fogo mortíferas, a mensagem sobre o Estado da União merece uma análise política e ética, já que os USA são uma superpotência de que depende, independente do presidente e do Congresso, entre outros importantes fatores, o destino da espécie humana.

Nenhum país isolado tem, nem pode ter resposta para os problemas que o mundo enfrenta hoje.

Obama, em primeiro lugar, está envolvido num processo eleitoral. Fala para os democratas e os republicanos, os que votam e os que não votam, os multimilionários e os mendigos, os protestantes e os católicos, os cristãos e os muçulmanos, os crentes e os não crentes, os negros e os brancos, os que apóiam e os que não apóiam as investigações com células-tronco, os homossexuais e os heterossexuais, cada cidadão e seu oposto; para terminar clamando que todos são norteamericanos, como se 95,5%, ou seja, o resto dos 6 bilhões e 900 milhões de pessoas no planeta não existissem.

Logo no princípio do discurso, de uma hora, afirmou:

Neste momento, o que está em jogo não é quem ganhará as próximas eleições (…) O que está em jogo é a criação de novos empregos e indústrias (…) é se podemos manter a liderança que fez dos Estados Unidos não só um ponto no mapa, mas na luz do mundo. Estamos prontos para o progresso (…) a bolsa tem se recuperado com fervor. Os lucros das corporações estão mais altos. A economia está voltando a crescer.”

Depois destas palavras, ele nos comove com uma passagem, parecendo extraída de um conhecido filme estadunidense, “…e o vento levou”, relacionado com a terrível guerra civil entre o norte industrial e o sul escravista e agrário, nos anos do homem excepcional que foi Abraham Lincoln.

Este mundo tem mudado” – continua Obama. “E, para muitos, a mudança tem sido dolorosa. Tenho visto isso nas janelas fechadas de fábricas outrora prósperas e nas vitrines vazias de ruas principais, antes concorridas. Eu o tenho ouvido na frustração de estadunidenses que viram a diminuição dos seus salários ou o desaparecimento dos seus empregos; homens e mulheres, orgulhosos do seu trabalho, que pensam que mudaram as regras no meio do jogo (…) As siderúrgicas que, antes, precisavam de mil trabalhadores, agora podem fazer o mesmo trabalho com apenas cem. Enquanto isso, países como a China e a Índia se deram conta de que, com algumas mudanças próprias, podiam competir com este novo mundo (…) Há pouco, a China se converteu na sede da maior planta privada de pesquisa solar do mundo e do maior computador do mundo (…) mas os Estados Unidos ainda tem a maior e mais próspera economia do mundo. Sabemos o que é preciso para competir pelos empregos e indústrias do nosso tempo. Precisamos inovar mais, educar melhor e construir mais que o resto do mundo. Devemos fazer dos Estados Unidos o melhor lugar para fazer negócios (…) e esta noite eu gostaria de falar sobre como fazer isso.”

Obama nunca fala das grandes empresas monopolizadoras que, hoje, controlam e saqueiam os recursos do planeta. Não menciona jamais o acordo de Breton Woods, o sistema imposto a um mundo arruinado pela guerra, no qual os USA assumiram o controle das instituições financeiras e do Fundo Monetário Internacional (FMI), onde mantém, ferreamente, o poder de veto. Jamais diz uma palavra sobre a colossal fraude de Nixon, em 1971, quando suspendeu, unilateralmente, a correspondência do dólar com o ouro, imprimiu papel-moeda estadunidense sem limite algum e adquiriu incontáveis bens e riquezas no mundo, pagos, fundamentalmente, com papéis cujo valor, em 40 anos, se reduziu a 2,5% do que então valia.

Obama gosta de relatar, em troca, histórias líricas sobre pequenos empresários que, supostamente, deslumbram e comovem os ouvintes que não estejam conscientes da realidade. Sua oratória, seu estilo e seu tom de voz parecem elaborados para serem ouvidos por meninos disciplinados, como contos comoventes.

Robert e Gary Allen são irmãos que têm uma pequena empresa de construção de telhados, em Michigan. Depois do 11 de setembro, ofereceram seus melhores trabalhadores para ajudar a reparar o Pentágono. Mas a recessão os afetou muito, e sua fábrica estava operando na metade de sua capacidade. Hoje em dia, com a ajuda de um empréstimo do governo, o espaço está sendo usado para fabricar telhas fotovoltaicas, que estão sendo vendidas em todo o país. Nas palavras de Robert, ‘nós nos reinventamos’. Estamos lançando um desafio. Estamos dizendo aos cientistas e engenheiros dos Estados Unidos que, se constituem equipes com os melhores cérebros em seu campo, se se concentrarem nos projetos de energia limpa, financiaremos os projetos Apolo do nosso tempo.”

Em seguida, ele nos deixa sem respiração:

No Instituto de Tecnologia da Califórnia, está sendo desenvolvida uma forma de converter energia solar e água em combustível para nossos veículos.”

O planeta está salvo! Ou, pelo menos, não morrerá por excesso de CO2, ou por falta de energia. Isso me lembra uma história de 40 anos atrás, quando um grupo empreendedor de jovens cientistas me falou, com grande entusiasmo, dessa mesma idéia, a partir de princípios teóricos. Em minha fé cega na ciência, tratei de disponibilizar tudo o que me solicitavam, inclusive a instalação isolada, onde passaram anos com tal ânimo que até lhes explodiu um motor, por pouco não matando alguns deles, e, apesar disso, continuaram a tarefa.

Não nego nada, muito menos a um super instituto da Califórnia mas, por favor, senhor presidente, informe o mundo sobre essa possibilidade, para que outros muitos cientistas trabalhem nesta mesma direção. Não é uma questão de lucros, a humanidade estará disposta a lhe pagar tudo o que seus cientistas queiram e estou quase seguro de que até Michael Moore aplaudiria sua premiação com 10 prêmios Nobel.

Em seguida, e depois de outro alentador comentário sobre Oak Ridge National Laboratory e supercomputadores para que as instalações nucleares produzam mais energia, o presidente assegura: “Com mais pesquisa e incentivos, podemos acabar com nossa dependência do petróleo, com biocombustíveis, e nos converter no primeiro país a ter um milhão de veículos elétricos em marcha, para 2015.” (Aplausos)

Imperturbável, o presidente prossegue:

Pensem. Nos próximos dez anos, quase a metade de todos os novos empregos vão requerer educação superior, não apenas estudos secundários. No entanto, até um quarto dos nossos estudantes nem sequer estão terminando o secundário. A qualidade da nosso ensino de matemática e ciências é inferior ao de muitos outros países. Os Estados Unidos passou a ser o nono em termos da proporção de jovens com grau universitário. Então, a pergunta é se nós, como cidadãos e como pais, estamos dispostos a fazer o necessário para dar a cada criança a oportunidade de ter êxito (…) alcançaremos a meta que tracei há dois anos: no final desta década, os USA terá a mais alta proporção de graus universitários do mundo.”(Aplausos) “Outros vêm do estrangeiro para estudar em nossas instituições superiores e universidades. Mas, assim que obtêm o título, os enviamos de volta a seus países para incrementar a competição conosco. Não tem nenhum sentido.”

É claro que este roubo insólito e confesso de cérebros, que ao nosso amigo Obama nem sequer interessa dissimular, deve ser perdoado, em consideração à sua paixão pela ciência e pela competição sadia.

O terceiro passo, para ganharmos o futuro, é reconstruir os Estados Unidos. Para atrair novas empresas ao nosso litoral, precisamos de vias mais rápidas para transportar gente, produtos e informação, desde trens de alta velocidade até internet de alta velocidade. Nossa infraestrutura sempre foi a melhor, mas já não somos os primeiros. As casas da Coréia do Sul, agora, têm melhor acesso à internet que as nossas. Rússia e países da Europa investem mais em suas estradas e ferrovias que nós. China constrói trens mais rápidos e aeroportos mais modernos (…) nos últimos anos, temos começado a reconstruir, para o século XXI, um projeto que tem gerado milhares de empregos bem remunerados no muito afetado setor da construção. E, esta noite, proponho redobrar os esforços. Nos próximos 25 anos, nossa meta é dar a 80% dos estadunidenses acesso a trens de alta velocidade. Nos próximos 5 anos, tornaremos possível que as empresas façam chegar a geração seguinte de tecnologia informática de alta velocidade a 98% dos cidadãos. Isto significa que, desde uma comunidade rural, em Iowa ou Alabama, os trabalhadores e pequenos empresários poderão vender seus produtos em todo o mundo (…) farão que os Estados Unidos sejam um lugar melhor para fazer negócios e gerar empregos. (…) nos temos imposto a meta de duplicar nossas exportações até 2014, porque quanto mais exportamos, mais empregos criamos em nosso país. (…) Recentemente, assinamos acordos, com a China e com a Índia, que darão respaldo a mais de 250 mil empregos aqui, nos Estados Unidos. (…) deixei claro que (…) só assinaria pactos que beneficiassem os trabalhadores estadunidenses e promovessem empregos em nosso país (…) é o que pretendo fazer ao procurar acordos com o Panamá e com a Colômbia.”

Algumas das coisas ditas por Obama dão uma idéia dos dramáticos sofrimentos que, em pleno século XXI, são suportados pelos mais pobres em seu próprio país. Ele nos diz, por exemplo:

não estou disposto a falar com James Howard, paciente no Texas com câncer de cérebro, que é possível que não se cubra o seu tratamento (…) Vivemos com uma herança de gastos em déficit que começou há quase uma década. Depois da crise financeira, alguma coisa disso foi necessária para continuar com o fluxo de crédito, preservar empregos e por dinheiro no bolso das pessoas. (…) Esta noite, estou propondo que, a partir deste ano, congelemos o gasto nacional anual, durante os próximos cinco anos. (…) O secretário de defesa também aceitou cortar dezenas de bilhões de dólares, em gastos que ele e seus generais considerem que podem prescindir. (…) E se realmente nos importa nosso déficit, simplesmente não podemos nos dar ao luxo de uma extensão permanente dos cortes tributários, para os 2% mais ricos dos estadunidenses. Antes de tomar dinheiro das nossas escolas e universidades, devemos exigir que os milionários renunciem às suas isenções. (…) Já que vocês merecem saber quando seus funcionários públicos se reúnem com lobistas, pedirei ao Congresso que faça o que tem sido feito pela Casa Branca: colocar essas informações na internet.”

Penso que a simples presença de um exército de lobistas trabalhando e negociando com os congressistas constitui uma vergonha para qualquer país civilizado. Continua Obama.

O exemplo moral dos Estados Unidos deve brilhar sempre, para todos aqueles que desejam a liberdade, a justiça e a dignidade”, e Obama, em seguida, passa a outro tema. “Considerem o Iraque, de onde quase 100 mil de nossos valentes homens e mulheres saíram com a cabeça erguida.”

Missão cumprida!, lembrei.

Graças à aprovação, por republicanos e democratas, do novo Tratado START, serão deslocados muito menos armas e lançadores nucleares. (…) Devido a um acordo diplomático, para insistir em que o Irã cumpra as suas obrigações, o governo do Irã, agora, enfrenta sanções mais duras, sanções mais estritas que nunca antes. E na península da Coréia, apoiamos nossa aliada Coréia do Sul, insistindo que a Coréia do Norte cumpra o seu compromisso de abandonar as armas nucleares.”

O presidente, como se pode observar, não menciona uma só palavra sobre o assassinato seletivo de cientistas iranianos, realizado por organismos de inteligência dos USA e seus aliados, que ele conhece perfeitamente bem. Em troca, nos brinda outra informação:

Estas são apenas algumas das formas com o que estamos forjando um mundo que favoreça a paz e a prosperidade. Com nossos aliados na Europa, revitalizamos a OTAN e aumentamos nossa cooperação em tudo, desde anti-terrorismo até defesas anti-mísseis.”

É claro que nosso ilustre amigo não diz uma palavra sobre a urgente necessidade de impedir o prosseguimento do aquecimento global, nem das chuvas catastróficas ou as nevascas que acabam de golpear o mundo, nem da crise alimentar que, neste momento, ameaça 80 países do terceiro mundo, nem, é óbvio, das dezenas de milhões de toneladas de milho e soja, que as grandes empresas dos USA estão consagrando à produção de biocombustíveis, enquanto a população mundial, já no patamar de 6,9 bilhões de pessoas, atingirá 7 bilhões em 18 meses.

Em março”, prossegue Obama, “viajarei ao Brasil, Chile e El Salvador, para fazer novas alianças em todo continente americano.”

No Brasil ele poderá apreciar os estragos e os mortos e desaparecidos causados pelas chuvas sem precedentes que acaba de acontecer no Rio de Janeiro e em São Paulo. Será, sem dúvida, ocasião propícia para assumir o fato de que os Estados Unidos se negou a assinar o acordo de Kioto, e impulsionou, já sob seu próprio governo, a política suicida de Copenhague.

No Chile, a política, agora, está complicada. É de se supor que alguém deve render tributo a Salvador Allende e aos milhares de cidadãos chilenos assassinados pela tirania de Pinochet, que os Estados Unidos impuseram ao Chile. A isso se acrescenta o que mais adiante explico. Outra situação embaraçosa deve acontecer em El Salvador, onde as armas dos USA e as forças treinadas e educadas nas escolas militares de contra-insurgência estadunidenses torturaram e cometeram horríveis crimes contra os combatentes do FMLN, cujo partido, recentemente, obteve a maioria dos votos em eleição. Inacreditavelmente, o presidente afirma:

Ao redor do mundo, apoiamos aos que assumem responsabilidade, ajudando agricultores a cultivar mais alimentos, apoiando médicos para que cuidem dos doentes…”

Muitas pessoas sabem o que os Estados Unidos fizeram com nossos médicos cubanos, na Venezuela e em outros países da América Latina, armando planos para promover deserções e oferecendo-lhes vistos e dinheiro nos Estados Unidos, para que abandonassem sua dura e abnegada tarefa. Ninguém ignora os acordos de livre-comércio e os enormes subsídios dos produtos agrícolas dos USA, para arruinar os produtores de cereais e grãos, na América Latina. Com essas práticas, acabaram com a produção de milho e outros cereais, no México, tornando-o dependente da agricultura norteamericana.

Em países como o Haiti, que quase se auto abastecia de arroz, as transnacionais arruinaram a produção, à base de excedentes subsidiados, e impediram que o país se abastecesse neste setor, oferecendo crescente emprego a milhares de trabalhadores haitianos. Agora, segundo o discurso de Obama, os Estados Unidos é o campeão da assistência médica e da honradez administrativa no mundo. Estes assuntos são extensos e difíceis de tratar em uma só Reflexão.

Lembramos aqui que os países industrializados são os principais captadores de médicos e cientistas dos países do terceiro mundo. A superioridade militar dos USA supera os demais países do mundo, juntos; suas exportações de armas duplicam ou triplicam as dos demais Estados; seus arsenais nucleares deslocados somam mais de 5 mil armas estratégicas; suas bases militares no exterior passam de 500; seus porta-aviões nucleares e frotas de guerra dominam todos os mares do planeta. Por acaso o sonho “americano” pode servir de modelo para o mundo? A quem pretende enganar o presidente dos Estados Unidos, com esse discurso?

Na última parte da sua delirante mensagem, ele exclamou:

É por este sonho que estou diante de vocês, esta noite. É por este sonho que um cidadão da classe trabalhadora de Scranton pode se sentar atrás de mim. É por este sonho que alguém que começou varrendo o chão do bar de seu pai, em Cincinnati, pode ser presidente da Câmara de Representantes, no mais grandioso país do mundo. (…) E esse sonho é o caso de um pequeno empresário, chamado Brandon Fischer. Brandon começou uma empresa, na Pensilvania, especializada em um novo tipo de perfuração. E, num dia no verão passado, ouviu a notícia de que, no outro lado do mundo, 33 homens estavam presos em uma mina do Chile e ninguém sabia como salvá-los. Mas Brandon pensou que sua empresa poderia ajudar. Então, formulou um resgate que seria conhecido como ‘plano B’. Seus empregados trabalharam dia e noite para fabricar o equipamento necessário para a perfuração. E Brandon partiu para o Chile. Junto com outros, começou a perfurar no solo uma escavação de 2 mil pés, trabalhando três ou quatro dias por vez, sem dormir. Trinta e sete dias depois, o plano B teve êxito e os mineiros foram resgatados.”(Aplausos) “Mas, por não querer toda esta atenção, Brandon não ficou ali quando os mineiros saíram à superfície. Já havia voltado para casa, para trabalhar em seu próximo projeto. Um dos seus empregados diria, mais tarde: ‘provamos que a Center Rock é uma empresa pequena, mas fazemos grandes coisas’.” (Aplausos)

Obama falou na noite do dia 25. Hoje, 27 de janeiro, a agência de notícias norteamericana AP comunicou à imprensa mundial o seguinte:

O chefe das equipes de resgate que recuperaram com vida 33 mineiros acidentados, durante 69 dias, no fundo de uma mina, no Chile, corrigiu o presidente Barack Obama, sobre a participação de um estadunidense no resgate. O engenheiro chileno Jorge Sougarret, que dirigiu as tarefas de resgate dos mineiros, em outubro, disse ao jornal El Mercúrio: ‘Acreditar que foram eles, unicamente, os partícipes do êxito do resgate, creio ser demais. Não me parece correto’. Sougarret esclareceu que Brandon Fischer não fez o plano do resgate, um dos três que foram usados para levar à superfície os mineiros, embora tenham sido de sua empresa os martelos de perfuração, pelos quais foram pagos cem mil dólares. ‘O que eles fizeram foi colocar à nossa disposição uma técnica, como houve outras, além dela. Não foi a exclusiva. Por isso foi chamado plano B. O plano A e o C continuaram funcionando. Portanto, não foi uma operação exclusiva o que eles fizeram. Sem dúvida, seu equipamento completo teve participação, o que permitiu, finalmente, que alcançássemos o êxito’, disse Sougarret. O engenheiro, gerente de uma das cinco grandes minerações estatais de cobre, disse que a equipe técnica, integrada pela estatal Codelco e duas grandes mineradoras privadas, resolveu a execução do plano B, que culminou com o êxito de 13 de outubro, o resgate através de uma sonda introduzida pela perfuração.”

Depois de exaltar a proeza da pequena empresa Center Rock, independentemente dos méritos pessoais e da capacidade que possa ter o jovem Brandon Fischer, Obama, em sua desmedida apologia, que o levou a não mencionar sequer o esforço dos resgatadores chilenos, que trabalharam arduamente durante semanas, para salvar os mineiros, culminou sua ardente falação:

A idéia dos Estados Unidos permanece. Nosso destino continua sendo o que decidirmos que seja. E, esta noite, mais de dois séculos depois, é graças à nossa gente que nosso futuro está cheio de esperança, nossa travessia continua e o estado de nossa nação é sólido. Obrigado, que Deus nos abençoe e abençoe os Estados Unidos da América.”

É difícil acreditar que Deus abençoe tanta mentira.

Fidel Castro Ruiz, 27 de janeiro de 2011

Boletim Cuba Debate

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Tradução: Eduardo Marinho