Presos políticos são homenageados pela OAB

Os 35 anos da Operação Cajueiro [ação militar deflagrada no dia 20 de fevereiro de 1976, culminando com a prisão e tortura de vários sergipanos que combatiam o regime de exceção implantado no Brasil durante a ditadura militar] foram lembrados na tarde desta sexta-feira, 18, no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Sergipe.

O evento realizado pela OAB/SE teve por finalidade teve por finalidade prestar uma homenagem a várias personalidades que foram presas e torturadas durante a ditadura militar, a exemplo do jornalista Milton Coelho, ex-ativista sindical, que perdeu a visão durante os atos de violência sofridos à época.

Os advogados Wellington Mangueira, Zelita Correia e Carlos Alberto Menezes [que também ficou com 40% da visão comprometida], o promotor Elias Pinho, os ex-vereadores Marcélio Bonfim e Antonio Gois, o Goisinho, além do v ice-governador Jackson Barreto e o secretário de Estado da Justiça, Benedito Figueiredo, também foram homenageados na tarde desta sexta-feira na OAB.

A solenidade foi aberta pelo presidente em exercício da OAB, Maurício Gentil. “Estamos fazendo uma homenagem às vítimas da ditadura militar e da Operação Cajueiro, em defesa permanente e constante da nossa democracia. Trata-se de uma oportunidade que temos de relatar aos advogados, estudantes e a sociedade de um modo geral por meio de depoimentos de como foi aquele episódio”, ressalta Maurício Gentil acrescentando a importância de estar vigilantes em defesa do Estado Democrático de Direito e da liberdade.

“É de grande importância este evento realizado pela OAB, para que possamos relembrar relatando os episódios sofridos para que as novas gerações entendam o que aconteceu, todos aqueles atos de violência durante a Operação Cajueiro”, entende o vice-governador de Sergipe e também preso político torturado, Jackson Barreto.

Relembre

A Operação Cajueiro foi deflagrada no dia 20 de fevereiro de 1976 [uma sexta-feira] momento em que o Coronel Oscar da Silva e outros oficiais da 6ª Região Militar, sediada em Salvador, instauraram Inquérito Policial Militar (IPM) e sequestraram ativistas, estudantes, trabalhadores e militantes políticos sergipanos que lutavam pela redemocratização e pelo fim da ditadura militar no Brasil.

Depois de sequestrados, as vítimas do regime militar foram levadas presas e algemadas para as dependências do quartel do 28º Batalhão de Caçadores, onde ocorreram as sessões de torturas físicas e psicológicas, com participação de unidades dos órgãos de segurança sediados em Sergipe.

Por Aldaci de Souza

Fonte: http://www.infonet.com.br/politica/ler.asp?id=109988&titulo=politicaeeconomia

Nota dos Editores: todos os presos na Operação Cajueiro eram militantes do PCB.

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