Cuba defende na ONU reparo de crime cometido com a escravidão

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Nações Unidas, 20 out (Prensa Latina) Cuba chamou hoje na Assembleia Geral de Nações Unidas a um maior compromisso com o reparo do crime cometido contra a humanidade com a escravatura e o tráfico transatlântico de africanos para este fim.

‘A escravatura e o tráfico transatlântico de africanos para serem utilizados como escravos são dos mais graves crimes de lesa humanidade que não foram devidamente atendidos, nem suas consequências na sociedade atual devidamente reconhecidas’, advertiu a representante permanente alternada da ilha, Ana Silvia Rodríguez.

Em uma sessão plenária da Assembleia, convocada para comemorar a abolição do flagelo, a diplomata destacou a importância de fortalecer as atividades de organizações internacionais como a UNESCO no tema.

É o mínimo que pode fazer a comunidade mundial para consertar o ocorrido, disse.

De acordo com Rodríguez, Cuba apoia a justa solicitação dos países caribenhos de compensações pelo impacto da escravatura e o tráfico, qualificados como ‘um crime tão horrendo como imprescritível’.

Trata-se de um inevitável dever moral, defendeu em alusão à demanda da Comunidade do Caribe (Caricom) de desculpas e compensações econômicas a potências europeias pela escravatura e o genocídio de povos nativos.

A embaixadora cubana também considerou justo uma atenção especial e diferenciada para com os países em desenvolvimento, em particular com África, em suas relações econômicas internacionais.

As nações desenvolvidas e suas sociedades de consumo, responsáveis pela destruição acelerada e quase incontrolável do meio ambiente, foram os grandes beneficiários da conquista e a colonização, da escravatura e o tráfico transatlântico, da exploração impiedosa e o exterminio de centenas de milhões de filhos dos povos do Sul, afirmou aqui.

Para Rodríguez, a humanidade não deveria ignorar que o tráfico e o legado da escravatura constituem a raiz de situações de profunda desigualdade social e econômica, ódio, fanatismo, racismo e preconceito, que continuam afetando às pessoas de ascendência africana.

Em sua intervenção diante da Assembleia Geral, assegurou também que Cuba se sente sumamente orgulhosa de suas raízes africanas, ‘que se fazem presentes em nossa idiossincrasia e em nossas manifestações culturais’.

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