COMUNICADO DO PARTIDO COMUNISTA DA BOLÍVIA
Retificando, defendendo e aprofundando o processo de Mudança
Frente ao conflito social em desenvolvimento, a Comissão Política do Partido Comunista da Bolívia acredita ser necessário efetuar alguns apontamentos imprescindíveis, com o propósito de buscar uma saída que preserve tanto os interesses do processo de mudanças como os dos trabalhadores agrupados em torno da Central Obreira Boliviana os quais – por razões de princípio – não são contraditórios:
1.- Partimos do fato de que o processo de mudança só é oposto aos desígnios da oligarquia, a sua representação política na direita e extrema direita e ao imperialismo yanqui. Algumas falências e até erros que pudemos ter cometido não nos privam de legitimidade e da necessidade de continuarmos e aprofundá-lo.
2.- O processo de mudança não pertence a ninguém em particular. É o resultado da longa acumulação da luta do povo boliviano e por ele deve ser defendido como uma obra coletiva, em particular dos trabalhadores do campo e da cidade junto aos partidos de esquerda. Todos, em convergência, lograram derrotar o neoliberalismo e abrir a possibilidade de uma nova via de desenvolvimento soberano para a construção de uma nova ordem social. A COB se guia em sua luta pela Tese Socialista de 1969 e a qual não renunciará em nenhuma circunstância.
3.- É possível encontrar soluções rápidas a partir de uma atitude de flexibilidade dos atores em conflito. O governo do Estado Plurinacional deve ostentar, sobretudo em suas altas esferas, uma atitude de maior abertura ao diálogo.
4.- Por sua parte, os setores laborais devem por fim à infiltração de elementos plantados pela direita que com uma linguagem pseudorrevolucionária, na realidade, estão servindo aos propósitos nefastos do imperialismo. Ante tudo se deve evitar os intentos de enfrentar trabalhadores contra trabalhadores. O êxito do processo de mudança radica sobretudo na aliança operário-camponesa.
5.- É necessário que o governo assuma que há necessidades insatisfeitas das classes populares e busque procedimentos que se encaminhem para a sua satisfação. Por sua vez os trabalhadores não devem deixar-se levar pela propaganda desinformadora que inventa propósitos ou medidas que supostamente afetariam os legítimos interesses do povo. Por isso mesmo é necessário informar-se sem prejuízos para atuar com objetividade.
6.- A vigilância revolucionária, própria dos trabalhadores, deve fazer ouvidos surdos aos cantos da sereia da direita e a demagogia social do fascismo. Estes elementos atuam em consonância com serviços do imperialismo que sustentam atividades que não somente operam na Bolívia, senão em todos aqueles países com governos democráticos e progressistas ou empenhados em processos de mudança, de uma ou outra magnitude, porém que são igualmente indesejáveis ao imperialismo. Deve-se denunciar particularmente a infiltração de elementos provocadores que atiçam a violência.
7.- Como Partido que reivindica sua condição de partido do proletariado e de encarnar os interesses conjunturais e históricos das classes revolucionárias, conclamamos os atores em conflito a porem-se a trabalhar com desprendimento, com ânimo de retificação e honradez para alcançarmos as soluções mais adequadas.
La Paz, 8 de abril de 2011.
Comissão Política do Partido Comunista da Bolívia.
Fonte: http://www.pcbolivia.net/