28 de abril, ou seria: Bem vindo 2017?
Messias Manarim*
Foi um grande dia para a luta de classes em nosso país. Mais de 35 milhões de trabalhadores pararam suas atividades, seja nos serviços públicos, seja nos setores de comércio e circulação de mercadorias, bem como nos setores produtivos.
A burguesia ainda contabiliza seus prejuízos econômicos com a greve geral dessa sexta-feira.
O que podemos verificar é que entra em cena na conjuntura a classe trabalhadora, numa ampla unidade contra as reformas trabalhista e previdenciária que, se aprovadas, nos levarão a condições de trabalho do século XIX, um retrocesso brutal nas condições de vida.
A pauta política do dia 28 de abril foi de caráter classista, nos seus interesses, ao invés da pauta imposta pela burguesia e seus comparsas da mídia, que querem que nos preocupemos exclusivamente com a corrupção.
A letargia que dominava a classe trabalhadora ficou para trás, pois ações mais radicalizadas de enfrentamento abriram o dia de greve geral e passaram a ser mais incisivas e constantes, como trancamento de rodovias, fechamento de fábricas, terminais portuários, aeroviários e rodoviários.
O dia 28 de abril marca, enfim, o começo de 2017 e o encerramento de 2016, ou seja, muda-se a pauta, entram em cena os trabalhadores, os únicos atores políticos que podem barrar os ataques do governo ilegítimo de Temer.
É o começo de um novo ciclo que se abre, para a reorganização da classe, que, mesmo sabendo que será longo, não deverá cair no canto de sereia da conciliação de classes, que dominou o último período.
Foi de norte a sul, e pelo país inteiro, que a classe deu sinais de que não desistirá e não se entregará aos golpistas e à burguesia.
A primeira resposta foi dada, mas agora nos cabe continuar organizando a luta e a resistência, e com certeza somente a Greve Geral pode barrar os ataques do capital.
E que seja bem vindo 2017!
*Messias Manarim – membro do Comitê Central do PCB.