Nem corrupção, nem privatização: controle popular sobre as estatais!

imagemPCB de São Paulo

A privatização das empresas estatais é uma reivindicação antiga dos grandes empresários, e é defendida pela maioria dos candidatos à presidência. Os jornais comerciais utilizam os escândalos de corrupção como argumento em favor desse projeto. Mas é um argumento bastante estranho: se os empresários e os políticos enriquecem em conluio, às custas do patrimônio público, a solução seria passar de uma vez o patrimônio público para as mãos desses mesmos empresários e políticos?! Não, é justamente o contrário: é preciso combater toda a forma de utilização do patrimônio público para o lucro privado, desde o menor caso de corrupção, até o projeto de privatização completa em favor dos próprios corruptos e corruptores!

Os defensores da privatização falam na eficiência que a privatização trará às empresas. Mas se as estatais fossem tão ineficientes como os jornais afirmam, qual empresa teria interesse em comprá-las? A verdade é outra. Em 2017, as estatais federais lucraram R$28,3 bilhões. Só no primeiro semestre de 2018, já foi um lucro de R$18,1 bilhões. Na verdade, o que incomoda nas estatais não é sua ineficiência: é que toda sua eficiência não esteja voltada a encher ainda mais os cofres dos empresários e acionistas.

Os trabalhadores sentem no seu dia a dia os efeitos desse projeto da classe dominante. No caso da Petrobras, a política de preços em favor do lucro dos acionistas tem atingido duramente o bolso da maioria da população, encarecendo o gás de cozinha, a gasolina e o diesel. Outro exemplo é o Metrô de São Paulo: o governo investe bilhões de reais dos nossos impostos em obras, para depois abrir mão dessa infraestrutura a preço de banana para operadoras privadas, contribuindo para a crise orçamentária de todo o sistema! As empreiteiras que financiam o PSDB ganham em dobro: nas obras superfaturadas e como acionistas das operadoras de metrô. Por isso, dizemos: os beneficiários da corrupção e os defensores da privatização são, na realidade, os mesmos.

O PCB acredita que essas empresas estatais, erguidas através de recursos públicos, não podem ser entregues ao lucro privado. A solução para a corrupção que infiltra as estatais não está em passá-las para as mãos dos próprios empresários corruptos, e sim em ampliar o controle dos trabalhadores e da população em geral sobre essas empresas, com transparência e democracia!

A classe trabalhadora não tem nada a ganhar com essas privatizações, tanto quanto tem a perder com a corrupção. Em favor da ampla maioria da população e em oposição aos monopólios privados, o Partido Comunista Brasileiro defende a estatização de todos os bens e serviços essenciais à soberania nacional e à satisfação das necessidades do povo!