Petroleiros da Pdvsa protestam contra sanções impostas pelos Estados Unidos

No último dia 23, os Estados Unidos decidiram impor sanções a Petróleos de Venezuela S.A (Pdvsa), sob a alegativa de que a Venezuela mantém relações comerciais com o Irã, país acusado de enriquecer urânio. Com isso, a Pdvsa ficou proibida de participar de qualquer contrato diretamente com o governo estadunidense, mas continuará vendendo petróleo aos EUA por meio de sua filial, a CITGO.

Para defender a soberania da estatal, uma onda de protestos de trabalhadores petroleiros teve início. Hoje (25), milhares deles realizaram manifestações em sedes da Pdvsa em todo o país. As mobilizações ocorreram nas instalações da Refinaria de Porto La Cruz, no estado Anzoátegui, e na sede principal da Pdvsa, na capital venezuelana, Caracas. Ao meio-dia, na capital de Anzoátegui, Barcelona, houve uma concentração no Melhorador de Petropiar.

Os trabalhadores realizaram ainda uma assembleia popular na praça Alberto Lovera de Puerto da Cruz. Lá, rechaçaram as sanções estadunidenses com atividades pacíficas e atos culturais.

O gerente da Pdvsa Refinaria Oriente, Fernando Sabrón, sublinhou o apoio dos trabalhadores à soberania nacional e à empresa tida como a mais importante da Venezuela.

“Estamos prestes a defender nossa pátria, o dito ontem (terça-feira) pelo império é uma ofensa contra Venezuela, contra a Pdvsa, e por isso estamos todos os trabalhadores da Pdvsa para dizer-lhes que nós somos autônomos”, afirmou.

Por meio de sua conta no twitter, o presidente venezuelano, Hugo Chávez Frías, saudou os petroleiros. “Bravo aos trabalhadores da PDVSA!! Desde minha trincheira, vão meu pensamento solidário e minha palavra de alento a todos!#VenezuelaseRESPETA!”, postou.

Em outro momento, também no microblog, Chávez se dirigiu ao presidente estadunidense, Barack Obama: “Sanções contra a Pátria de Bolívar? Impostas pelo Governo imperialista gringo? Pois, boas-vindas Mr. Obama! Não esqueça que somos os filhos de Bolívar!”. Com a hastag VenezuelaseRESPETA reproduzida por diversos usuários, o tema chegou ao trendingtopics (principais tópicos) da rede social.

Respostas do governo

Em um pronunciamento na televisão, ontem (24), o ministro de Energia e Petróleo e presidente da Pdvsa, Rafael Ramírez, e o chanceler Nicolás Maduro, destacaram que a Venezuela é soberana, podendo manter relações com quaisquer povos.

Eles caracterizam as sanções impostas pelos Estados Unidos como “uma ação hostil situada à margem do Direito Internacional, violatória dos princípios enunciados na Carta das Nações Unidas”.

Frente à ofensiva, declararam que o governo venezuelano está avaliando até onde as sanções afetarão “o fornecimento de 1,2 milhão de barris diários aos Estados Unidos; em função dessa avaliação, a República Bolivariana de Venezuela se reserva a resposta mais adequada a esta agressão imperialista”.

Para o deputado Luis Acuña, presidente da Comissão de Energia e Minas da Assembleia Nacional, considerou, hoje, que os EUA têm o interesse de atingir não o Irã, mas a Venezuela, pois o país seria a “porta da América Latina e da Amazônia, que contém um dos recursos que será motivo de luta no futuro, a água”.

Com informações de Prensa Libre, TeleSur e Venezuela en Noticias

Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=56814