Venezuela: uma campanha de “circo sem pão”
Tribuna Popular- Partido Comunista da Venezuela
O Partido Comunista da Venezuela (PCV) chamou na última segunda-feira (10/06) a atenção para a política de desmantelamento dos direitos constitucionais e sua substituição por esmolas levadas a cabo pela liderança do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) antes das eleições presidenciais de 28 de julho.
“Queremos chamar a atenção para a campanha não mais de “pão e circo”, mas de circo sem pão, levada a cabo pela liderança do Partido Socialista Unido da Venezuela e, claro, pelo seu candidato à reeleição, Nicolás Maduro Moros” declarou Neirlay Andrade, membro do Birô Político do PCV. Ao se referir à campanha realizada pelo PSUV, Andrade denunciou a tentativa do Governo Nacional de “substituir os direitos constitucionais por esmolas”.
“O governo de Nicolás Maduro, que foi protagonista do desmantelamento das conquistas históricas e dos direitos do povo venezuelano e da classe trabalhadora, hoje quer direcionar seus recursos de forma focalizada para poder ganhar o apoio da maioria do país”, acrescentou. Entre os exemplos que a dirigente comunista deu sobre esta política de desmantelamento de direitos está a substituição do salário mínimo indexado à cesta básica por abonos.
Andrade referiu-se também à recente promessa do Presidente de destinar recursos aos idosos através de uma figura denominada “círculos de avós”, que estarão fora dos caminhos regulares para a distribuição de recursos públicos. «Na história recente do nosso país já tivemos as consequências deste tipo de práticas opacas em que os recursos do Estado são administrados, sem transparência, sem contrapartidas, e ao mesmo tempo, a serviço dos interesses da cúpula corrupta”, observou Andrade.
A porta-voz especificou que essas manobras para captar votos não visam apenas os idosos, mas também estão presentes na abordagem aos jovens. “Vimos recentemente o presidente Nicolás Maduro decretar as piruetas de motocicleta como um esporte nacional, quando todo o país sabe que estamos diante de um governo que virou as costas à juventude venezuelana”, disse Andrade.
“São precisamente os jovens venezuelanos, a força de trabalho jovem deste país, que tiveram que emigrar em massa “dada a destruição das condições de vida da classe trabalhadora venezuelana”, acrescentou. A liderança do PCV lembrou que os migrantes venezuelanos enfrentam “discursos e políticas de ódio” no exterior, como as recentes declarações do candidato presidencial Donald Trump, que descreveu os migrantes venezuelanos como criminosos.
Cinismo da campanha
O PCV também criticou “a atitude cínica dos líderes da cúpula do governo-PSUV” que ameaçam a população com a perda de direitos se Nicolás Maduro perder as eleições. “Vimos recentemente o presidente da Assembleia Nacional e líder da direção do PSUV, Jorge Rodríguez, garantindo que se a oposição ganhasse as eleições presidenciais neste país, a saúde e a educação gratuitas acabariam”, explicou Andrade.
A dirigente comunista questionou se se trata de desconexão com a realidade das pessoas ou arrogância: “Não existe educação gratuita na Venezuela, não existe um sistema de saúde pública integral na Venezuela. Jorge Rodríguez e a direção do PSUV aparentemente recusam-se a admitir esta realidade ou tentam escondê-la”.
Os empresários tentam fazer com que o povo pague pela lei das pensões
A comunidade empresarial venezuelana deixou claro que irá repassar os custos aos consumidores, aumentando o preço dos seus produtos ou serviços. “Mais uma vez, as classes dominantes, com o seu governo aliado, pretendem transferir para os ombros de todo o povo venezuelano as consequências de um fato que é inocultável: o roubo e a expropriação do patrimônio da classe trabalhadora que se encontrava nos fundos de pensões, nos fundos de poupança”, disse a integrante do Birô Político do PCV.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)