Alto nível de adesão à greve geral no Uruguai
A Central Única de Trabalhadores do Uruguai PIT-CNT destacou o alto nível de adesão da greve geral convocada por 24 horas, como asseguraram dirigentes da entidade sindical que agrupa quase meio milhão de filiados.
“Viu-se um alto nível de apoio na indústria, na construção, nos serviços públicos, na educação”, assegurou em declarações a jornalistas o presidente da central, Fernando Pereira.
“Foi uma boa greve do PIT-CNT”, reafirmou, e assinalou que por trás da medida há que seguir explicando porque é “mais complexa que o aumento salarial ou as condições de trabalho”.
O dirigente operário manifestou que se requer interpretar o valor da educação no futuro da sociedade, a qual é chave para o desenvolvimento da nação, e o movimento sindical não pode olhar para o custo.
Pereira indicou que os países que mais investiram nesse setor nos últimos 50 anos tiveram uma evolução positiva.
A aspiração dos trabalhadores da educação e da central sindical uruguaia são de que o governo destine seis por cento do Produto Interno Bruto a esse setor.
Estamos bem longe nesta greve de fazer um proposta corporativa, assegurou o dirigente, porque “estamos defendendo a saúde e a educação de qualidade”, e a construção de um país produtivo com justiça social.
“Parto da base que uma paralisação por si só não muda o mundo, mas o faz se mover, e oxalá se movam as diferentes figuras”, enfatizou.
Apontou que o Parlamento tem leis para aprovar, o Poder Executivo tem outras para regulamentar, e podem ser realocados alguns milhões para resolver a situação de mil e 13 auxiliares da educação primária que trabalham uma hora a mais e ganham 30 por cento menos, dimensionou.
“Não poderão ser resolvidos todos os problemas propostos, mas se há vontade política e sensibilidade, que creio sim existem, podem avançar em muitos dos temas que temos proposto”, assegurou.
O ministro do Trabalho Ernesto Murro, por sua vez, assinalou preferie não ter chegado a esta situação, mas “é parte dos temas que nos toca encarar”.
Murro expressou que o governo se propõe a melhorar e seguir no diálogo da negociação porque sempre é “possível melhorar, corrigir e aperfeiçoar”, ainda que descartou se ter chegado aos cem por cento ou à excelência nesse sentido.
Entre outras, as reclamações da greve geral desta quinta-feira estiveram vinculadas ao trabalho, à educação, ao orçamento, ao investimento público, à aprovação de leis impulsionadas pelo movimento operário, como a do emprego para pessoas com deficiência, de trabalho noturno e de falência patronal.
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