Guerrilheiros das FARC são entregues pelo Equador aos lobos colombianos

Bastaram um pouco mais de 24 horas para que as autoridades governamentais, judiciais e policiais do Equador resolvessem entregar guerrilheiros da Frente 48 das FARC aos lobos das prisões colombianas.

Fizeram como de costume, recorreram à muleta de sempre, a deportação sob o argumento de não apresentarem documentos e terem ingressado ilegalmente no Equador. Assim o fizeram com Simón Trinidad no governo de Lucio Gutiérrez, assim o fazem agora no governo de Rafael Correa.

Não serve para nada o denominado “devido processo”, a “presunção da inocência”, pois foi desatado um vendaval midiático contra os guerrilheiros e, surpreendentemente, no mesmo período de tempo que durou a deportação, somando acusações que os fizeram responsáveis por todos os combates que ocorreram no último período e que ocorrerão no estado colombiano de Putumayo.

Da mesma maneira, fizeram tábula rasa dos convênios e protocolos internacionais em matéria de asilo político, que em uma de suas partes fala da não entrega de combatentes à parte contrária, nesse caso, o governo colombiano de Santos. Ainda mais que a própria polícia equatoriana difundiu que a razão da presença de um dos guerrilheiros se relacionava com a busca de ajuda médica para tratar de sua saúde.

Soma-se a toda essa cadeia de violações aos direitos humanos, o fato de que não é permitida qualquer defesa, nem sequer um advogado ou o direito à comunicação para questionar e solicitar o asilo político ou para se defender.

Uma difusão midiática abundante garantiu a construção do imaginário da eficiência policial e militar, quando todos aqui sabem que esse operativo é mais um que se realizou de maneira conjunta com os organismos de inteligência colombianos e estrangeiros no país.

Não podia faltar a felicitação pelo bom comportamento do governo equatoriano e seus organismos repressivos pelo governo colombiano, dessa vez a cargo do Presidente Santos e seu chanceler. Seguindo o roteiro, Rafael Correa e seu ministro de segurança, Homero Arellano (militar em serviço não tão passivo), saiu a vociferar sobre o direito ao refúgio, contra as FARC, com os mesmos argumentos do governo colombiano.

As palavras de “neutralidade” frente ao conflito interno colombiano não são mais do que palavreado oco frente à realidade teimosa que mostra a participação cada vez maior do governo e das forças repressivas no mesmo, claro que está do lado da burguesia colombiana e do paramilitarismo.

Para isso, foram mobilizados em torno de 15.000 soldados na fronteira e o trabalho de inteligência das forças repressivas dos dois países. Vêm sendo mobilizadas equipes técnicas, aviões, helicópteros e radares na zona da fronteira e a permanente assessoria dos israelenses, franceses, espanhóis e chilenos especializados em combate irregular.

Enfim, ao lado dos povos, a solidariedade seguirá sendo nossa teimosa tarefa e não iremos esmorecer.

Convocamos ao envio de notas de protesto e rechaço a entrega de combatentes revolucionários pela parte do governo equatoriano a:

Presidência da República do Equador

twitter@blogcarondelet

Ministério do Interior do Equador

twitter@mindelinterior

Ministério de Relações Exteriores do Equador

gabviceminis@mmrree.gov.ec

Ministério da Coordenação Política do Equador

twitter@mcpoliticaec

Assembléia Nacional do Equador

twitter@asambleaEquador/asambleaEquador

Fonte: http://www.abpnoticias.com/index.php?option=com_k2&view=item&id=850