Honduras: maré humana contra a fraude
Resumen Latinoamericano /El Libertador/ 4 de dezembro de 2017
Neste domingo o povo hondurenho, que há uma semana elegeu Salvador Nasralla, da Aliança de Oposição, como seu presidente, desfilou protestando ao longo do bulevar Suyapa rumo ao Instituto Nacional de Formação Profissional (Infop), onde o Tribunal Eleitoral realizava, naquele momento, o escrutinio especial das atas.
Devido à falta de transparência e a que, desde sexta-feira passada, foi ordenado toque de recolher por 10 dias, o TSE tem sido acusado de criar uma nova crise política, considerada como golpe de Estado, porque a contagem de votos, historicamente atrasada, ainda não terminou.
Tegucigalpa. Inconformados com o golpe de Estado provocado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), os hondurenhos assistiram à mobilização que foi convocada em Tegucigalpa e San Pedro Sula, pela Aliança de Oposição.
Em outros pontos do país também houve atividades e, diante do sucedido nos últimos dias em função da brutalidade militar, desde a noite se iniciou o protesto com panelaços.
O “Fora JOH!”, “novo hino nacional”, como o apelidou o presidente eleito, Salvador Nasralla, foi um dos gritos de guerra mais proclamados, como sempre, nas avenidas do bulevar Suyapa em direção ao instituto Nacional de Formação Profissional (Infop), onde o TSE realizava o escrutinio especial de 1031 atas.
O povo saiu às ruas para defender seu voto. Segundo mencionou Nasralla, presente na mobilização, “o TSE não tem cumprido com a informação solicitada”, por isso a indignação das gentes se fez sentir nas ruas.
Em decorrência do terror vivido nos últimos días, os rostos das mulheres, homens e pessoas da terceira idad denotavam alegria de marchar contra a corrupção que tem imperado em Honduras. “A mim não me pagaram, eu vim porque quis”.
Cabe destacar que, na manifestação, a paz reinou em todo o trajeto desde o Hospital Escola até o Infop, e as forças de segurança encarregadas de reprimir, ainda não haviam atuado violentamente.
Durante a semana, vários meios de comunicação tradicional mencionaram que a violência nas últimas movilizações foi desencadeada pelos simpatizantes da Aliança; porém, os líderes da coalizão oposicionista denunciaram infiltrados, que tinham a missão de promover os saques no comércio. De fato em vários vídeos nas redes sociais, se vê como os manifestantes detêm os saqueadores, para recuperar os artigos roubados.
Devido ao toque de recolher imposto pelo governista Partido Nacional, a manifestação se realizou nas primeira horas, como o objetivo de evitar pôr em risco a população. Para finalizar o evento, pediu-se à população que voltasse para suas casas e mantivesse o protesto em seus locais de moradia e trabalho.
