PCV: unir o povo na defesa da pátria
TRIBUNA POPULAR – ÓRGÃO OFICIAL DO PARTIDO COMUNISTA DA VENEZUELA
O PCV insiste nas suas propostas de medidas revolucionárias diante da crise capitalista
O histórico «Acordo unitário marco PSUV-PCV», subscrito pelo próprio presidente Nicolás Maduro no passado 26 de fevereiro, na sessão concluinte da 14ª Conferência Nacional do Partido Comunista da Venezuela (PCV), se constituiu numa referência de luta para o processo de acumulação das forças revolucionárias operário-camponesas, comunitárias e populares.
As eleições de 20 de maio – nas quais se elegeram o Presidente da República e os Conselhos Legislativos estaduais –, representam um fato político de monta, que ninguém pode desprezar, especialmente por causa da escalada agressiva do imperialismo contra a pátria e o povo venezuelano, diante da necessidade urgente de superar revolucionariamente a crise do capitalismo dependente e rentista em nosso país.
Os princípios expressados naquele ato por Oscar Figuera, secretário geral do PCV, constituem uma declaração de princípios das e dos comunistas no presente momento histórico, razão pela qual transcrevemos fragmentos de seu discurso para análise do movimento revolucionário:
[…] Temos que dizer que recebemos o compatriota Nicolás Maduro Moros com esta consigna, quando estava firmando o acordo PSUV-PCV, «¡La patria no se vende, la patria se defiende!», porque estamos convencidos de que na presidência de Nicolás Maduro não se entregarão os interesses da pátria venezuelana e do povo venezuelano, frente à agressão do imperialismo estadunidense e seus aliados europeus. […]
Camaradas, […] o «Acordo unitário marco PSUV-PCV» foi uma das proposições que se debateram nas sessões de 17 e 18 de fevereiro na 14ª Conferência Nacional do nosso Partido. Um processo que se desenvolveu com uma comissão do Partido Socialista Unido da Venezuela – designada pelo presidente deste partido, também presidente da República e candidato da revolução bolivariana e do povo venezuelano –, e uma comissão designada por nosso Birô Político. Comissões que trabalharam […] num ambiente impregnado de vontade política de construir um acordo que sirva às lutas do povo venezuelano, que sirva à libertação da pátria venezuelana, que sirva à unidade do nosso povo frente à agressão do imperialismo. Este é o sentido do acordo que acabamos de subscrever no dia de hoje. Um acordo que, ademais, implica num salto qualitativo nas relações políticas nestes tempos de ameaça intervencionista e de agressão permanente do imperialismo.
Decisão correta
Acabamos de realizar uma reunião frutífera […], com o compatriota presidente da República e companheiro de distintos momentos da luta popular e da luta operária, Nicolás Maduro; uma reunião que nos deixa claro que, para além do que subscrevemos no dia de hoje, há compromissos estratégicos […]
Como todos sabem, há momentos em que a estratégia não pode colocar-se sobre a mesa em toda a sua plenitude, que não é possível entregar ao inimigo todos os caminhos pelos quais nos propomos transitar […]. Porém, devemos afirmar que saímos desta reunião persuadidas e persuadidos de que estamos adotando uma decisão correta, que estamos adotando uma decisão que sirva para galvanizar nosso povo na unidade em defesa da pátria, em defesa da soberania, que sirva para unir nosso povo na defesa das conquistas deste processo histórico, que sirva para aprofundar as mudanças na direção da transformação revolucionária da sociedade venezuelana.
A vida nos dirá se transitaremos de forma consequente ou não por esse caminho que traçamos, se cada qual assumirá ou não as tarefas e as responsabilidades que o momento histórico nos demanda. Um momento histórico que está sendo atravessado por uma agudização das contradições em nível mundial e em nível nacional, as contradições de classe, em meio ao processo cada vez mais crescente de acumulação capitalista e da exploração dos povos, dos trabalhadores e das trabalhadoras e de seus recursos naturais. É um momento de aprofundamento da luta dos povos, da classe operária, dos trabalhadores e das trabalhadoras da cidade e do campo, buscando avançar no caminho da libertação nacional e na perspectiva da construção do socialismo.
[…] no contexto dessa grande contradição intercapitalista e interimperialista, a Venezuela cumpre um papel fundamental. A Venezuela é um objetivo fundamental, porque a possibilidade de que o imperialismo estadunidense de novo recolonize o continente latino-americano e se reposicione no controle do território, das riquezas e das instituições do Estado venezuelano significaria uma mudança estratégica na correlação de forças […] contra os povos e a favor do imperialismo.
Esta força que está aqui, o Partido Comunista da Venezuela, como sempre fez ao longo de seus 86 anos de vida, não é ignorante a respeito desta realidade, pelo contrário, estamos conscientes dela e dispostos a colocar em jogo a vida, a nossa própria existência, para defender os interesses da classe operária, do povo trabalhador e da nação venezuelana […]
Bandeiras de luta
Consideramos, então, que essa crise do modelo capitalista dependente e rentista venezuelano somente pode ser superada com medidas revolucionárias, conforme falamos com o camarada, com o compatriota Nicolás Maduro; […] e, em geral, coincidimos, como atesta o documento, de que as saídas precisam ser revolucionárias.
E como também afirma o documento, o Partido Comunista seguirá insistindo com suas propostas programáticas, […] de que, entre as saídas revolucionárias frente à crise venezuelana, […] está a nacionalização do setor financeiro e bancário; está que não seja entregue um dólar mais aos capitalistas; está a nacionalização dos setores de comércio e da indústria que monopolizam a economia e que, na medida em que se fortalecem, se convertem num instrumento contra os interesses do povo e suas conquistas.
[…] a luta contra a corrupção deve ser uma bandeira fundamental, em que o controle operário-camponês, comunitário e popular deve ser uma das ferramentas que utilizaremos para promover o desenvolvimento das forças produtivas e para golpear os setores da burguesia, os setores corrompidos […] corruptos na cadeia, estejam onde estiverem!
Bem, camaradas, […] estamos prestando contas corretas, contas que sirvam ao movimento comunista, ao movimento operário, ao movimento comunitário, ao movimento revolucionário, para avançar na luta. Hoje nos cabe também entregar ao cidadão compatriota, camarada, Nicolás Maduro, a bandeira de nosso Partido […]. Este gesto significa que […] estamos dizendo ao compatriota Nicolás Maduro: você é e será portador das consignas, das aspirações, das propostas que o Partido Comunista e a Juventude Comunista levantamos para impulsar os processos de mudança até a libertação nacional, capazes de avançar na perspectiva do socialismo em nosso país, fazendo da classe operária e do povo trabalhador a vanguarda da revolução venezuelana.
Aqui temos a bandeira do Partido Comunista da Venezuela, a bandeira do Partido da classe operária e do povo trabalhador venezuelano. Compatriota, camarada Nicolás Maduro, receba em suas mãos esta bandeira como compromisso de unidade anti-imperialista, de unidade em defesa da pátria, de unidade em defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo venezuelano.