Nota de desagravo ao companheiro Raymundo de Oliveira

imagemAssociação Cultural José Marti – RJ

Nota de desagravo da Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro pela condenação de Raymundo de Oliveira

A Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro repudia a sentença da juíza Caroline Vieira Figueiredo, da 7ª Vara da Justiça Federal que condenou o engenheiro Raymundo de Oliveira e outros dirigentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) da gestão 2011/2015.

De acordo com a juíza, a condenação se deveu a atos administrativos para pagamentos de despesas realizadas pela Fundação Universitária José Bonifácio da UFRJ, a qual era presidida pelo Raymundo de Oliveira.

Assiste-se a uma escalada de ações policiais e judiciais que, sob a capa de combater desmandos administrativos, visam a desmoralizar e consequentemente destruir a Universidade pública. É fundamental fiscalizar o uso do dinheiro público, porém esses atos não podem servir para destruir reputações, nem a Universidade brasileira. No Brasil, vivemos uma era de total obscurantismo. Algo semelhante à inquisição. A sociedade está doente ao aceitar condenações injustificadas.

Raymundo de Oliveira, cidadão íntegro, sempre foi um patriota revolucionário, teve uma vida valente. Ainda jovem, no golpe militar de 1964, cursando o último ano de engenharia, foi preso por três meses e a seguir expulso do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), por motivos políticos.

Em 1966, já formado em engenheiro pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi trabalhar na Petrobrás, exercendo o cargo de analista de pesquisa operacional. Uma conquista obtida em concurso público. No ano seguinte, foi demitido baseado na expulsão do ITA.

Mais uma vez, em 1976, agora trabalhando no Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), foi demitido por suas ideias políticas. Deu guarida a alguns perseguidos pela ditadura militar, em sua própria casa. A ditadura o perseguiu até a chegada da Lei da Anistia, em 1979.

Raymundo de Oliveira foi eleito deputado estadual, em 1978, com cerca de 60 mil votos, pelo MDB autêntico, atuando de forma progressista e honrada durante seu mandato. Sua candidatura ficou na história pela ousadia de suas propostas na campanha eleitoral.

Retornou à Petrobrás, em 1982, e ocupou o cargo mais elevado entre todos os anistiados, o de chefe de gabinete do presidente da Companhia. Foi presidente do Proderj, Cedae, Clube de Engenharia, Fundação José Bonifácio, Casa da América Latina e do conselho diretor da José Martí. Também, via concurso público, foi professor de cálculo numérico, por mais de 40 anos, na UFRJ.

Essa condenação injusta da juíza Caroline Vieira Figueiredo macula a vida de um cidadão íntegro. É hora de dar um basta. Ou construímos uma sociedade justa ou caminhamos aceleradamente para o fim.

Diretoria da Associação Cultural José Martí do Rio de Janeiro

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