Comissão Parlamentar da Verdade mostra morte de Manoel Fiel
A Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, ligada à Comissão de Direitos Humanos da Câmara, promoverá nesta terça-feira (17) a exibição do filme “Perdão, Mister Fiel”, do diretor Jorge Oliveira, sobre a história do operário Manuel Fiel Filho, morto pela ditadura militar no Brasil. Após a exibição do filme, haverá uma audiência pública com a participação do diretor do documentário, Jorge Oliveira, e da viúva do operário, Thereza de Lourdes Martins Fiel.
A morte de Manoel Fiel Filho é a base do documentário que discute a intervenção dos Estados Unidos nos países da América do Sul.
Fiel Filho foi preso em 16 de janeiro de 1976 na fábrica onde trabalhava, ao meio-dia, por dois agentes do DOI-Codi/SP que se diziam funcionários da Prefeitura, sob a acusação de pertencer ao Partido Comunista Brasileiro. No dia seguinte, os órgãos de segurança emitiram nota oficial afirmando que Manuel havia se enforcado em sua cela com as próprias meias, naquele mesmo dia 17, por volta das 13 horas.
O corpo apresentava sinais evidentes de torturas, em especial hematomas generalizados, principalmente na região da testa, pulsos e pescoço.
A morte de Manoel Fiel Filho é a base do documentário que discute a intervenção dos Estados Unidos nos países da América do Sul nas décadas de 1970/1980 e a caça impiedosa aos comunistas através da “Operação Condor”, idealizada pela CIA e adotada pelo regime do general chileno Augusto Pinochet.
De 1960 até os anos 80, os americanos financiaram e adotaram todas as intervenções militares no Cone Sul, promovendo um verdadeiro genocídio. Nos 20 anos de ditadura em apenas três países sul-americanos os números são macabros. No Brasil 300 mortos, incluindo os desaparecidos, 25 mil presos políticos e 10 mil exilados. Na Argentina, em sete anos de ditadura, os mortos e desaparecidos foram 30 mil e os presos políticos e exilados 500 mil. No Chile, em 17 anos do governo Pinochet, morreram ou desapareceram cinco mil pessoas, houve 60 mil presos políticos e 40 mil exilados.
De Brasília
Com agências