USAID financia os partidos políticos e grupos de oposição na Venezuela
No ano passado houve uma explosão na Venezuela no que tange ao uso do Twitter e Facebook como mecanismos para promover campanhas contra o governo venezuelano e o presidente Chávez. Em setembro de 2009, foi lançada a campanha “Não mais Chávez” pelo Facebook, visando criar um sentimento exagerado a nível mundial sobre a dimensão e o potencial da oposição venezuelana. Ultimamente, o Twitter se tornou um meio dominado por jovens venezuelanos ligados à violenta oposição para promover “fontes primárias” de opiniões distorcidas sobre a realidade do país.
Em outubro de 2009, foi fundada a Aliança dos Movimentos Juvenis, uma organização criada e patrocinada pelo Departamento de Estado que reunia as agências de Washington, os fundadores de novas tecnologias e os líderes estudantis e jovens políticos selecionados pelos EUA. Sua finalidade era combinar três setores que, juntos, criavam a “receita perfeita” para conseguir a mudança de regime em países estrategicamente importantes para Washington. Com a presença de três venezuelanos – Yon Goicoechea, Geraldine Alvarez e Rafael Delgado – fundadores do movimento estudantil de oposição, “Mãos Brancas”.
A USAID está ativa na Venezuela desde agosto de 2002, quando abriu um Escritório de Iniciativas para uma Transição (OTI, em sua sigla castelhana) em Caracas. Até está data, foram financiadas mais de 611 grupos e projetos políticos na Venezuela com mais de $ 50 milhões de dólares. Segundo os seus próprios relatórios, o financiamento tem sido dirigido a três questões específicas: o apoio a campanhas e processos eleitorais, a promoção do debate político, e incentivar a participação cidadã e a liderança democrática.
Embora desde 2002 a USAID financie os partidos políticos e grupos de oposição na Venezuela, é no ano de 2005 que começou a apostar no movimento estudantil para formar em médio prazo uma nova liderança amigável para com os interesses de Washington. Um convênio entre a USAID e a Fundação “Educando o País”, datado de 02 de Maio de 2005, teve como objetivo “a formação de estudantes e líderes juvenis”. O acordo, que concedeu cerca de 40 mil dólares para cursos de formação política para o setor estudantil, procurou também “reintegrar os jovens e os universitários na vida política da nação.”
Outros programas financiados pela USAID em 2005 foram dedicados a temas como “O papel do estudante universitário e da agenda universitária em torno da governabilidade, da democracia e da tolerância”; “O papel do movimento estudantil universitário na reconstrução e reconciliação da Venezuela”; “A construção de uma agenda comum que reflita o papel dos estudantes na política nacional” e “Fortalecimento as redes universitárias para promover a democracia”; entre outros.
Cinco anos mais tarde, os investimentos da USAID no setor estudantil na Venezuela começam a dar frutos. Aqueles que participaram dos cursos de formação patrocinados pela USAID, ou que receberam os seus fundos para a criação de novas organizações políticas, são hoje os líderes e os dirigentes políticos da oposição, como Yon Goicoechea, Freddy Guevara e Stalin González. Alguns já conquistaram cargos políticos como conselheiros municipais, e outros são os candidatos para as próximas eleições parlamentares em Setembro de 2010. E outros seguem direcionando as atividades políticas do movimento estudantil de oposição, criando novas lideranças e ações para atrair jovens e incorporá-los em um plano de desestabilização.
Em 2010, o orçamento da USAID na Venezuela dobrou. Agora são quase 15 milhões de dólares destinados a promover a desestabilização no país e tentar provocar uma mudança de regime favorável aos interesses dos EUA. O movimento estudantil opositor continua sendo o maior receptor dos fundos e das orientações do Norte.
Publicado por PODER PARA EL PUEBLO para El Poder es para el Pueblo